BGS 2018: Os destaques da cena indie no evento

Entre os destaques da área de desenvolvedores independentes, jogos dos mais variados temas e estilos.

Há alguns anos, os jogos indie deixaram de ficar esquecidos pelos cantos escuros do espaço reservado anualmente para a Brasil Game Show e ganharam uma área reservada de maior visibilidade e impacto. Este ano, a área foi denominada Avenida Indie e reuniu diversas produtoras e desenvolvedores independentes — alguns nacionais e outros que vieram visitar nosso país pela primeira vez.


Entre os maiores nomes da cena indie internacional, vale comentar a presença da Warhorse Studios, equipe responsável pelo RPG Kingdom Come: Deliverance (Multi), e da Bloober Team, idealizadores dos horripilantes Layers of Fear (Multi) e Observer (Multi). A Warhorse Studios trouxe um estande todo temático e que atraiu cosplayers e curiosos sobre a temática medieval. Já a equipe de desenvolvimento polonesa comentou que a versão de Observer para Switch está em sua fase final de desenvolvimento.

Dolmen

O jogo brasileiro Dolmen foi um dos que mais chamou nossa atenção e suas influências são relevantes o bastante para que o projeto pareça promissor. Com uma temática tecnológica e espacial que nos remete aos jogos de série Dead Space, o jogo desafia mesmo com uma jogabilidade mais cadenciada e tática, que lembra a fórmula da série Souls.



Mesmo com tanta inspiração em grandes títulos da indústria, Dolmen esbanja originalidade com um sistema de crafting e recuperação de vida interessantes. O jogo está em fase intermediária de desenvolvimento e será curiosamente lançado em "episódios" — que posteriormente concatenarão todas as fases em um mundo semi-aberto interconectado. O projeto da Massive Work Studio também terá funcionalidades online para co-op e PvP, e deve ser lançado em 2019 para PC, PS4 e Xbox One.

Lenin The Lion


Lenin The Lion é um projeto idealizado e executado por um desenvolvedor, João Bueno. Com um belo visual pixel art, inspirado em jogos com Mother 3 e Earthbound e focado em ser uma experiência narrativa, o título conta a história de um leão albino que deve lutar contra a depressão para vencer na vida, enfrentando em discussões cidadãos, amigos e parentes de uma cidade simpática, mas cheia de problemas.

Em uma conversa com João, que é formado em História da Arte e admite que não tem um grande background com jogos, o desenvolvedor buscou trazer uma história com temática mais poética e artística. Pesquisando dados da Organização Mundial de Saúde e do Centro de Valorização da Vida, resolveu elaborar o roteiro que tratasse do problema da depressão. Lenin, o protagonista do jogo foi inspirado em Ajani Juba D'ouro, de Magic The Gathering, o qual João é um grande fã.


De acordo com João, as escolhas de Lenin durante o jogo irão guiar o jogador por diversos caminhos, que poderão agravar ou melhorar os sintomas dos problemas do protagonista. A ideia é mostrar que em algumas situações é muito importante pedir ajuda de pessoas capacidades, que nem tudo pode se resolver sozinho. O problema da depressão é sério e atinge muitas pessoas entre 14 a 25 anos, assim, criar algo com que elas possam se identificar em uma mídia como o videogame é uma ótima oportunidade para que elas saibam que podem buscar ajuda, diz o desenvolvedor.

Lenin the Lion deve chegar no primeiro semestre de 2019 para PC e depois para outras plataformas, com a ideia de focar primeiramente no Switch.

Adore


Adore é um jogo de que une estratégia com ação em tempo real, com uma jogabilidade bastante interessante. Primeiro trabalho da Cadabra Games, composto somente por três pessoas, falamos com Thiago Targino, programador do projeto.

O destaque desse projeto é que o protagonista não possui nenhum golpe próprio mas usa criaturas capturadas no mapa para combater os inimigos. Poderíamos dizer que cada fera seria uma habilidade, que podem ser substituídas ao longo da aventura. Vale notar que as criaturas tem HP próprio, sendo possível perdê-las em combate.


Talvez em palavras pareça um pouco confuso, mas no gameplay tudo flui muito bem. É possível combinar mais de um ataque de criatura ao mesmo tempo, possibilitando jogadas mais elaboradas. Cada animal tem propriedade próprias, as quais o jogador deve saber tirar o melhor proveito, bem como saber quando retirar uma unidade que está quase morrendo.

Adore está em desenvolvimento a 11 meses e mesmo ainda não tendo uma previsão de lançamento, já mostra bases bem definidas do projeto.

Gravity Heroes

Gravity Heroes é um dos títulos que mais chamou atenção na feira. Com um visual plataforma 2D, o diferencial do game é o uso da gravidade para dar liberdade aos personagens pelo mapa, e isso é o responsável por gerar um pouco do caos nas partidas, que deixa tudo mais engraçado.



O projeto é encabeçado pela Studica Solution e foi vencedor de um edital da Ancine. A ideia inicial veio de uma game jam em 2016 mas o jogo mesmo está em produção a sete meses. É inegável não olhar para o game e não pensar em Towerfall, mas seria um erro achar que ele é só uma cópia. Sim, há um modo competitivo, bem divertido por sinal, mas o game conta também com um modo cooperativo e mesmo um modo campanha, com uma história e chefões.

A previsão é que Gravity Heroes esteja pronto no segundo semestre de 2019 para PC e eventualmente outras plataformas, mas nada confirmado.

Sleight

Fechando nossos destaques temos Sleight, um party game no qual os jogadores se dividem entre espiões tentando roubar alguma jóia preciosa e investigadores tentando impedir esses ladrões. A produção é da Demedara Games.



A produção parece bem simples em um primeiro momento, mas dentro do jogo percebemos os detalhes que dão valor a Sleight, que tem bastante potencial para ser uma ótima opção naquelas reuniões de galera.

A demo disponibilizada na BGS só possuía um mapa e um modo de jogo para dois jogadores, mas os desenvolvedores prometeram vários mapas e outros modos para o lançamento, que deve ocorrer até o fim do ano, incluindo um para quatro pessoas no qual é possível matar seus concorrentes. Uma demo no Steam já está disponível.

Participação: Arthur Maia


Formado em Game Design, desistente da Matemática Aplicada e atualmente cursando Jornalismo. Ainda aguardo o retorno triufal da Sega, fã de Metal Gear, Dark Souls e várias coisas vindas lá do Japão.
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