Irá Pokémon Go (Mobile) destruir a humanidade?

Ou então nos levar a uma gloriosa era dourada em que homens e mulheres defenderão suas cidades em troca de uma insígnia?

em 11/09/2015


Desde o anúncio de ontem de Pokémon GO pela Nintendo e sua nova parceira, a Niantic Labs, estamos à bordo de um enorme trem em direção desgovernada. Todos à bordo do hype train!

Mas tentemos deixemos a euforia de lado. Enquanto muitos estão ansiosos pela nova empreitada mobile da Pokémon Company (este quem vos escreve incluso), outros estão mais céticos: será que o app vai dar tudo que espera-se de uma franquia deste porte?


Os fatos contra o sucesso são enormes: a Nintendo não sabe usar o mundo online; Pokémon não foi feito para ser MMO; os hackers vão estragar tudo; ninguém será louco de ficar balançando alto seu celular no meio de lugares cheios de gente suspeita.... e mais um monte de motivos que podem levar nosso trem em direção ao precipício.

Capturar todos, viajar pelo mundo

Levemos em consideração que a Nintendo leve adiante suas experiências online com Pokémon aprendidas ao longo dos últimos anos. Se deixarmos de lado a desastrosa tentativa de contenção de hackers e seus monstrinhos super bombados rodando livremente pelo mundo, podemos dizer que tivemos bons resultados nas abordagens com a conectividade nos jogos mais recentes da série.


Poder batalhar, trocar ou interagir com qualquer um online, a qualquer momento do jogo, foi indispensável para a Nintendo aprender como é possível inserir funções MMO na franquia sem precisar sacrificar sua identidade. Explorar o mundo e capturar todos continua sendo o mote de Pokémon.

Com o relativo sucesso da funcionalidade comprovado, agora chegou a hora de ousar ainda mais: transcender a barreira da realidade. Podemos encontrar Pidoves na Avenida Paulista, Miltanks em Minas Gerais, hordas de Zubats na Chapada Diamantina… as possibilidades!

Imagino o tremendo trabalho que os desenvolvedores terão para otimizar certas regiões do mundo, relacionar monstros de bolso em locais específicos e de quebra criar eventos em massa sem causar, com isso, tremendos problemas técnicos. Se foi difícil entrar na internet perto de um estádio durante a Copa, imagina milhares de treinadores tentando pegar rede para capturar um Mewtwo em Copacabana!?


Mas apesar do trabalho que será organizar e realizar eventos deste porte (algo que a Pokémon Company faz com maestria), creio que será normal vermos uma nova classe de viajante surgindo por aí: o turista pokémaníaco. Uma pessoa de meia-idade que dedica a sua aposentadoria à ser o mestre dos mestres, e para isso fica dias no saguão de embarque dos aeroportos para conseguir um bilhete barato para qualquer lugar, só para completar sua pokédex.

Evitando ciladas

O turista pokémaníaco pode ser fichinha perto de um grupo de meliantes internacionais que se dedicaria a roubar todos. Agiriam sozinhos ou em bandos, e farão o que puderem para capturar seus monstrinhos, e para isso capturam seu celular. Imagino que eles até poderiam trabalhar em conluio com um tipo de criminoso mais comum (e mais real).

Se no Brasil já temos problemas com roubos de celulares em qualquer lugar, imagino o colapso no sistema judiciário quando milhares de pessoas se dirigirem à delegacia para dizer que seus Pokémon telefones foram roubados. Imagino até matérias na TV mostrando pessoas em prantos por terem perdido um shiny, enquanto estavam com o carro parado na Dutra, no meio da madrugada, e foram abordados por homens encapuzados.


Digo tudo isso não somente para cutucar nossos governantes em relação à falta de segurança, mas também na esperança de ter um sistema de proteção dedicado em Pokémon GO. Coisa que já vemos em alguns aplicativos: senhas criptografadas, recuperação e transferência de contas, bloqueio de aplicativo e afins. Imagino até um Pokémon Bank específico para o app, mas que seja melhor otimizado contra possíveis adulterações em seus depósitos.

Mas e se der tudo certo?

Por mais pessimista que consiga ser, minhas expectativas com este app estão altas. Se tudo for feito com o esmero que a Pokémon Co. costuma fazer com suas investidas mais recentes, teremos uma excelente experiência em 2016. Viagens internacionais terão motivações a mais; rodar o país (e conhecer tantas maravilhas esquecidas dentro destes 8.516.000 km² de Brasil) será mais divertido, e as vendas de seguros para dispositivos Android ou iOS viverão seus anos dourados.

O que poderíamos encontrar em locais como nos sertões do Piauí, ou nas Cataratas do Iguaçú, ou então nos quase 3 mil metros de altitude do Pico da Neblina?

O que esperam deste inesperado anúncio?

Quais as chances disso ser excelente?
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