Hands-on

Ride (Multi) traz motos realistas aos fãs de corrida

Com controles precisos e visuais refinados, Ride tenta se estabelecer como o melhor simulador de corrida de motos já feito.


Mesmo não sendo muito conhecido pelos jogadores, Ride era um dos jogos disponíveis em um evento fechado da Bandai Namco, onde nossa equipe teve o prazer de experimentá-lo e de descobrir se ele pode ser considerado um simulador de motos que esteja no mesmo nível de Project CARS. Rodando na versão de PlayStation 4, a demonstração trazia apenas uma pista e moto disponíveis para teste.


Ride chega aos consoles da nova geração com o intuito de suprir a necessidade de um simulador completo para os fãs de motociclismo. Com dezenas de pistas disponíveis, que incluirão locais famosos na cidade e campo, o jogador poderá escolher entre mais de cem modelos de motos para customizar e torná-las únicas. As opções serão muitas, sendo possível escolher entre peças e roupas para o piloto. Haverá também versões digitais para os consoles da geração anterior e PC.
O título aqui descrito se trata de uma versão em desenvolvimento. A versão final pode diferir.

Um simulador de quedas

A sensação de jogar um simulador de corrida de carros é totalmente diferente da que Ride proporciona. Depois de jogos como Gran Turismo, Forza Motorsport e Driveclub, nossa mente se encontra preparada para o controle de um veículo com quatro rodas. Basta alguns segundos para entender qual o impacto disso na prática: caímos diversas vezes até completarmos uma volta.
As curvas fazem a moto se inclinar, então é preciso tomar cuidado para não encostar no chão.
Foi uma tarefa difícil conseguir completar a corrida. Pilotar uma moto envolve agilidades muito maiores, e o jogo consegue proporcionar uma experiência realista no sentido de que até mesmo uma pequena pedra no caminho pode trazer resultados trágicos. Quando a queda ocorre, o piloto voa para longe, enquanto a moto desliza pelo chão, e em alguns segundos já estamos de volta à corrida como se nada houvesse acontecido — não há outra alternativa, pois é preciso muito treino até pegar a prática.

Poucas opções estavam disponíveis para nós: apenas uma moto e uma pista em meio às montanhas, então a sensação que tivemos é a de que ainda há muito trabalho a ser feito pela equipe. Os gráficos estavam bem semelhantes aos de Project CARS: bonitos, mas sem impressionar. As montanhas e pedras pareciam estar com texturas da geração anterior, e as plantas aparentavam ser artificiais. Já a moto e o piloto convenciam e traziam animações fluidas — acredito que ele estivesse rodando a 60 quadros por segundo.

Aprendendo com o passado

O que mais impressionou em Ride, na curta experiência que tivemos, foi a sua física. Ficar atrás de outros pilotos garantia maior velocidade por conta do vácuo, e um pequeno toque no veículo causava grande desequilíbrio e maior dificuldade em controlá-lo. Quando em linha reta, ao pressionar um botão, víamos o piloto se abaixar para pegar maior velocidade (o que geralmente causava enormes acidentes na curva seguinte. Ainda assim, com o tempo, a linha de aprendizado mostrava que bastava prática para dominar o circuito: o número de quedas diminuiu consideravelmente entre a primeira e a última volta.
A diferença entre o nível de detalhamento entre o piloto e o cenário ainda é grande. Muito deve melhorar.
Uma grande diferença — que pode não agradar aos que querem uma experiência extremamente realista — é a presença do elemento flashback. Já existente em jogos como Dirt, é possível voltar no tempo e desfazer um erro ou acidente pressionando um botão. Aos novatos, como nós, foi de grande ajuda para que pudéssemos aprender com os nossos erros, mas ainda não sabemos qual a frequência de uso disponível na versão final. Deverá haver, aos mais exigentes, uma maneira de desligar a função.

Um universo de motos

Em pouco tempo de jogo, acreditamos na potência de Ride e esperamos que ele traga muito mais do que foi mostrado. Devido à sua dificuldade, ele pode não ser um jogo feito para o jogador casual, mas será um grande presente aos fãs de jogos de simulador e, principalmente, de motos. Contendo um futuro modo online, haverá uma grande base de jogadores para competir, com a possibilidade de customizar corridas e campeonatos.
Os cenários prometem realismo, para se igualar à física do jogo. Até agora, parece promissor.
Por termos disponível o jogo Project CARS, no mesmo dia em que jogamos Ride, ficamos felizes de não sentirmos que um é melhor do que o outro. De fato, foi como se jogássemos uma versão alternativa, com motos no lugar de carros. A nossa torcida fica para que, no futuro, seja possível unir os dois mundos, trazendo uma experiência completa e com suporte à realidade virtual. O futuro dos jogos de corrida parece estar muito promissor.

Ride será lançado para PlayStation 4 e Xbox One em cópias físicas, e para PlayStation 3, Xbox 360 e PC, em cópias digitais. Ele está previsto para o segundo trimestre de 2015.

Revisão: Alberto Canen
Capa: Felipe Araújo


Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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