A Obsidian Entertainment nos leva de volta ao espaço com The Outer Worlds 2, sequência direta de um dos RPGs mais inteligentes e sarcásticos dos últimos anos. Se o primeiro jogo já explorava o capitalismo corporativo e as consequências morais das escolhas, a nova aventura amplia tudo — novos planetas, facções, companheiros e possibilidades de gameplay — com o objetivo de proporcionar jornadas únicas para cada jogador.
No entanto, junto com essa liberdade vem também a complexidade. O sistema de progressão está tão ou mais complexo que o jogo anterior, os diálogos mais ramificados e as consequências das decisões mais imprevisíveis. Pensando nisso, reunimos cinco dicas essenciais para quem quer começar com o pé direito — ou simplesmente sobreviver ao caos das megacorporações intergalácticas.
1. Pense duas — ou mais — vezes antes de criar seu personagem
Em The Outer Worlds 2, a criação de personagem não é apenas cosmética — ela define sua experiência do início ao fim. Escolher o background (por exemplo: engenheiro, colono ou soldado) e os traços iniciais altera opções de diálogo, a reação dos NPCs e até o acesso a certas áreas.
Ao contrário de muitos RPGs modernos, não há um sistema simples de redistribuição de pontos. Investir cedo em atributos inadequados pode limitar suas opções mais adiante e prejudicar seu progresso.
Se a sua intenção é focar no combate, priorize habilidades ligadas à força, destreza e percepção. Quem prefere manipular outros jogadores ou personagens deve dar prioridade às vantagens relacionadas aos atributos de carisma e inteligência. Lembre-se: mesmo os defeitos também podem ser úteis — alguns traços negativos desbloqueiam vantagens ou interações exclusivas.
Dica extra: certos defeitos surgem após eventos específicos (por exemplo, sofrer muito dano por quedas). Aceitar um defeito pode conceder um perk bônus, mas também impor um desafio permanente. Pense com cuidado antes de aceitar quando a opção aparecer na tela.
2. Escolha um estilo de jogo e mantenha-se fiel a ele
A Obsidian confirmou, em entrevista ao GamesRadar durante a semana de lançamento de The Outer Worlds 2, que o segredo para um bom desempenho é “escolher uma linha e segui-la”. Tentar equilibrar todas as habilidades pode tornar o personagem mediano em tudo — e excelente em nada.
- Combatentes diretos se beneficiam de perks que aumentam o dano físico ou reduzem o tempo de recarga das armas.
- Exploradores furtivos podem eliminar inimigos silenciosamente, economizando munição e evitando chamar a atenção.
- Diplomatas e cientistas têm vantagens únicas em diálogos, missões alternativas e soluções pacíficas ou criativas para algumas situações.
Se perceber que não está se divertindo, o jogo permite pequenas adaptações ao longo da progressão. Ainda assim, o ideal é construir uma identidade desde o início — seja um pistoleiro pragmático, um hacker moralmente ambíguo ou um diplomata com língua afiada, capaz de dobrar inimigos pela lábia em vez da força.
3. Palavras podem ser mais letais que balas
Em The Outer Worlds 2, o combate nem sempre é a melhor opção. Habilidades sociais como persuasão, enganação e intimidação podem abrir caminhos alternativos, desbloquear recompensas extras e até evitar batalhas inteiras. Muitos encontros têm múltiplas soluções, e o jogo reconhece quando você opta por uma abordagem mais criativa.
Por exemplo, um confronto com mercenários pode ser resolvido com uma ameaça convincente, uma mentira bem contada ou um suborno sutil. Além de economizar recursos, isso afeta a reputação com certas facções, abrindo novas ramificações narrativas e recompensas exclusivas.
Para quem busca um desafio adicional, tentar concluir determinadas missões sem disparar uma única bala pode render uma experiência recompensadora — especialmente para jogadores que gostam de explorar todas as possibilidades que o jogo oferece.
4. Explore tudo, pois cada canto pode esconder uma história
O universo de The Outer Worlds 2 é vasto e repleto de segredos. Mesmo áreas que parecem sem importância ou passam despercebidas no mapa podem esconder itens raros, terminais com histórias paralelas e missões opcionais que enriquecem a lore.
O pessoal do Windows Central, por exemplo, compartilhou uma ótima dica na semana de lançamento: é possível obter uma excelente arma logo nas primeiras horas de jogo — a Rookie’s Reward — simplesmente explorando a nave do jogador, a Incognito. (Quem dera eu tivesse sido mais curioso quando joguei!)
Além das recompensas materiais, a exploração também revela mensagens de tripulantes desaparecidos, diários de pesquisa e notas corporativas — todos com o humor ácido típico da série. Essa dinâmica aumenta a imersão e reforça a personalidade única do universo criado pela Obsidian.
Explorar com calma é essencial para absorver os detalhes do mundo e aproveitar o que o jogo oferece de melhor: a narrativa emergente e a sátira social. Como mencionei tanto na análise quanto neste artigo, cada jogador pode transformar sua jornada em algo único, dependendo de como escolhe explorar e interagir com os múltiplos mundos de The Outer Worlds 2.
5. Seus companheiros são mais do que coadjuvantes
Os companheiros em The Outer Worlds 2 não servem apenas para o combate — eles influenciam suas decisões, as reações dos NPCs e até o desenrolar das missões. Cada um possui personalidade, crenças e objetivos próprios, o que torna a escolha de quem acompanha o jogador algo decisivo para o rumo da história.
Levar um companheiro com princípios éticos para uma missão duvidosa pode gerar críticas ou até deserções, enquanto parceiros mais pragmáticos tendem a incentivar soluções diretas e brutais.
Conversar com eles entre as missões desbloqueia histórias pessoais, talentos de equipe e reforça a imersão no jogo. Vale lembrar que cada companheiro possui perks específicos que afetam todo o grupo — desde bônus de dano até melhorias em furtividade. Porém, se o jogador insistir em atitudes que contrariem suas crenças e personalidades, eles podem se voltar contra você.
Dica adicional: mantenha o equilíbrio. Um bom time combina um combatente, um especialista técnico e alguém com carisma, garantindo soluções variadas para os inúmeros e complexos desafios do universo de The Outer Worlds 2.
Uma galáxia de possibilidades
The Outer Worlds 2 apenas confirma como a Obsidian continua a dominar a arte de unir sátira, escolhas morais e mecânicas profundas em suas experiências. Cada decisão — da criação do personagem à forma como você conduz uma simples conversa — pode moldar o destino de um sistema estelar inteiro e definir sua própria jornada.
Explorar, experimentar e ouvir seus companheiros é o verdadeiro caminho para sobreviver — ou prosperar — no espaço corporativo. Se o primeiro jogo criticava a exploração do trabalhador, The Outer Worlds 2 mostra que, mesmo entre as estrelas, o lucro ainda fala mais alto. Cabe a você decidir se vai jogar o jogo ou quebrar as regras.
The Outer Worlds 2 está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series, e também pode ser jogado por assinantes da categoria Ultimate do Xbox Game Pass.
Revisão: Heloísa D’Assumpção Ballaminut








