Ghost of Yōtei será o retorno ao mais belo Japão que os videogames já ostentaram

em 22/09/2025

Ser guiado pelo vento enquanto cavalga por campos floridos marcou a experiência de Ghost of Tsushima. Agora, é a vez de Ghost of Yōtei nos ... (por Victor Vitório em 22/09/2025, via GameBlast)


Ser guiado pelo vento enquanto cavalga por campos floridos marcou a experiência de Ghost of Tsushima. Agora, é a vez de Ghost of Yōtei nos levar de volta ao Japão de séculos passados em mais uma história dramática sobre uma pessoa sobrevivente que, como um fantasma, infunde o terror nos corações de todos os inimigos em seu caminho. Confira agora o que esperar do novo blockbuster da PlayStation Studios!




Sucker Punch

A desenvolvedora estadunidense Sucker Punch é velha conhecida dos jogadores de PlayStation, tendo trabalhado para a empresa desde o início dos anos 2000, com a trilogia furtiva Sly Cooper. Em seguida, sua atenção se voltou para o estilo de mundo aberto, trazendo grande mobilidade de escalada com a série Infamous desde a estreia, em 2009.

Percebendo o valor do estúdio para suas plataformas, a Sony o adquiriu em 2011, integrando-o à divisão PlayStation Studios para mais Infamous, que teve seu último título em 2014.

Após uma longa produção silenciosa, a Sucker Punch trouxe ao mundo uma combinação dos elementos de gameplay que estavam presentes em suas obras anteriores: cenários amplos, furtividade, mobilidade ágil e escalada, somando-os a uma abordagem de estética contemplativa japonesa. Era Ghost of Tsushima, lançado em 2020 com ótima recepção da crítica e do público.

Também é possível ver uma continuidade temática nas produções dos últimos 20 anos, colocando os holofotes sobre protagonistas à margem do poder oficial. Sly é um guaxinim ladrão, Cole (Infamous) ganha poderes que o tornam perseguido pela polícia e precisa decidir entre o bem e o mal, enquanto Jin Sakai (Ghost of Tsushima) precisa renegar seus preceitos de samurai para lutar contra a invasão mongol ao território japonês. Proscritos, todos eles, assim como Atsu, a nova protagonista de Ghost of Yōtei. Vamos conferir mais sobre ela adiante.



Novo espaço, novo tempo

O novo jogo traz diversas mudanças em relação ao seu antecessor, do qual não é sequência direta. As primeiras são históricas e geográficas: enquanto Ghost of Tsushima se passava em uma ilha do sudoeste do Japão, Ghost of Yōtei terá lugar no norte, em Ezo (atual Hokkaido), a segunda maior ilha do arquipélago.

O título já aponta que a aventura se dará nas cercanias do monte Yōtei, um vulcão conhecido por sua simetria solitária semelhante ao famoso monte Fuji. O deslocamento geográfico é muito relevante para o novo contexto, uma vez que Ezo tem raízes históricas diferentes do Japão central.

A região era habitada pelo povo Ainu e foi mais intensamente colonizada a partir do começo do xogunato Tokugawa, quando se passa o jogo. Nos games, os Ainu já foram representados pelo povo Oina, em Ōkami, da Capcom.

Em Ōkami, o povo Oina foi diretamente inspirado nos Ainu.
É uma cultura distinta do que estamos acostumados a ver no imaginário do Japão, o que dará novas cores e camadas à aventura. Assim, devemos esperar uma ambientação com presença dessa etnia, inclusive de integrantes da alcateia de Atsu.

A alcateia

Mesmo com a diferença regional, será mantida a estética de mundo aberto repleto de belíssimos campos coloridos, raposas para seguir, cabeças a prêmio para caçar, fontes termais e atividades de aprimoramento.

Para gerenciar a vastidão do espaço, a Sucker Punch decidiu concentrar os mercadores e personagens que ensinam melhorias em um só lugar: o acampamento de Atsu. Eles não moram lá, mas vêm até a guerreira quando ela precisa.

O número de aliados cresce com o tempo, como uma alcateia em torno do lobo mais forte. Na prática, haverá um menu onde poderemos acompanhar o estado de cada um, com um conveniente aviso de quando há novidades para tratar com aquela pessoa.



Espírito vingativo

A trama de Ghost of Yōtei é uma de vingança. Após ter sua família massacrada por uma gangue conhecida como os Seis de Yōtei e ser deixada para morrer, presa a uma árvore por uma espada cravada em seu ombro, Atsu sobrevive e vai para o sul. Passados 16 anos, ela retorna a Ezo com a intenção implacável de levar destruição aos bandidos.

Usando uma máscara sinistra, a guerreira passa a ser vista como um ōnryo, um espírito vingativo que assola a região.



Mulheres guerreiras do Japão

Atsu não está sozinha na história das guerreiras japonesas. As mulheres que treinaram com armas e lutaram em batalhas são parte dos registros históricos e também do imaginário ficcional do país do mangá.

No primeiro caso, existiram as onna-musha, que são conhecidas figuras reais que chegaram a ser daimyo (líderes de clãs). A mais famosa delas foi Tomoe Gozen, uma guerreira do século XIII que até serviu de inspiração para uma antagonista em Ghost of Tsushima: a arqueira Tomoe. Outra conhecida é Tachibana Ginchiyo (séc. XVI), que liderou seu clã em guerras do turbulento período Sengoku. Ela já apareceu em games da Koei Tecmo, como NiOh e a série Samurai Warriors.

Já no campo da ficção, essas guerreiras de katana protagonizaram mangás como Mais Forte que a Espada (gekigá dos anos 1990, publicado aqui pela Pipoca & Nanquim), Azumi (inédito no Brasil) e a série de jogos Sakura Wars; enquanto as coadjuvantes abundam em obras mais famosas, como Kaoru (Samurai X), Rukia (Bleach), Maki (Blade of the Immortal) e numerosas personagens em Lobo Solitário.

Tachibana Ginchiyo (esq.), líder de clã histórica, apareceu em NiOh. Já Tomoe (dir.), de Ghost of Tsushima, foi inspirada em Tomoe Gozen, guerreira antiga.

Armas da vingança

Atsu não é samurai ou ninja, sendo descrita como uma mercenária que usará todos os recursos ao seu alcance para vencer seus inimigos.

Para aprofundar o combate visto em Ghost of Tsushima, o novo jogo terá maior variedade de armas. Elas serão úteis contra tipos diferentes de inimigos e poderão ser trocadas instantaneamente em meio ao combate, adicionando uma camada de dinamismo às lutas cinematográficas. Confira quais são:
  • Katana: a arma tradicional.
  • Odachi: é uma espada longa, com arcos de golpes pesados.
  • Espadas duplas: para sequências rápidas.
  • Kusarigama: consiste em uma corrente longa com uma foice em uma ponta e um peso de ferro na outra, sendo usada de formas versáteis para golpear com o peso ou arremessar a foice para fincar no oponente e puxá-lo para perto.
  • Armas de fogo: a história acontece no ano de 1603, quando os portugueses já haviam introduzido o arcabuz no país oriental, mudando paradigmas de guerra. Por isso, Atsu também usará essa ferramenta mortal a seu favor, mas não sem riscos: é uma arma de um único tiro, levando tempo para ser recarregada a cada uso.

A ōnryo também fará uso de acessórios, como armas de arremesso, bombas de fumaça e até itens para aplicar fogo a suas lâminas.

Uma novidade particularmente especial é um lobo que pode ajudá-la em combates. Estou curioso para ver quão ativo ele será ao acompanhar sua líder.

DLC gratuito

Mesmo antes de ser lançado, a Sucker Punch já prometeu mais conteúdo, mas não se preocupe: será uma atualização gratuita, prevista para 2026. Trata-se de Legends, que oferece dois modos cooperativos: um terá missões de história para dois jogadores e o outro conta com partidas de sobrevivência para grupos de quatro pessoas.

Assim como foi em Ghost of Tsushima, o modo Legends acontece em uma versão sobrenatural, enfrentando versões demoníacas dos inimigos do jogo base e outros novos.

Em breve

São muitos os motivos para ter boas expectativas para Ghost of Yōtei! Acompanhe o GameBlast para a análise e dicas para desbravar a terra de Ezo.
Ghost of Yōtei (PS5)
Desenvolvedora: Sucker Punch Productions
Gênero: ação e aventura em mundo aberto
Lançamento: 02 de outubro de 2025



Revisão: Ives Boitano
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Victor Vitório
Admiro videogame como uma mídia de vasto potencial criativo, artístico e humano. Jogo com os filhos pequenos e a esposa; também adoro metroidvanias, souls e jogos que me surpreendam e cativem, uma satisfação que costumo encontrar nos indies. Veja minhas análises no OpenCritic.
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