Metal Gear Solid Delta: Snake Eater – comparando o original com o remake

Quais as principais diferenças entre o clássico de 2004 e sua nova versão, lançada em 2025?

em 05/09/2025
Chegado em 28 de agosto, Metal Gear Solid Delta: Snake Eater traz de volta um dos maiores clássicos dos videogames em uma versão renovada para a nova geração. O remake da obra idealizada por Hideo Kojima apresenta diversas novidades em relação ao jogo original, o qual veio ao público há mais de 20 anos.

Nesta matéria especial, vamos conferir as principais diferenças entre as duas versões de Snake Eater e descobrir o que a Konami aprimorou para tornar a experiência mais adequada aos padrões atuais.

Começando pelo óbvio

A principal mudança é a mais evidente: os gráficos. Graças à tecnologia da Unreal Engine 5, Metal Gear Solid Delta: Snake Eater apresenta visuais extremamente realistas dos personagens e do ambiente selvagem soviético da década de 1960. Além disso, o áudio foi aprimorado com recursos mais avançados, permitindo perceber com maior clareza os sons da floresta e dos inimigos.



Outro destaque é a inclusão do modo foto, funcionalidade que se tornou praticamente obrigatória nos jogos atuais. Com ele, é possível ajustar a abertura da câmera, aplicar filtros de imagem e até remover personagens do cenário, deixando espaço para a criatividade na hora de registrar momentos da aventura.

O modo foto também pode ser ativado durante as cutscenes, embora algumas ferramentas fiquem limitadas nessa situação. Use essa função para compartilhar registros nas redes sociais ou simplesmente guardar lembranças de sua jogatina.

Tudo sob controle

Os controles também passaram por uma revisão completa. Enquanto a versão de 2004 ainda utilizava esquemas que lembravam o sistema rudimentar do modo de visão em primeira pessoa do primeiro Metal Gear Solid, já em Delta, a jogabilidade se aproxima das experiências modernas, em grande graças ao novo modo de câmera desenvolvido para o remake.

Snake agora pode se movimentar livremente enquanto mira em primeira pessoa, diferente do jogo de PS2, no qual era possível apenas pequenos deslocamentos com a arma em punho. A física dos projéteis também foi atualizada, com destaque para o uso do tranquilizador Mk22. Agora eles sofrem a ação da gravidade, o que torna os disparos a longa distância mais desafiadores e exige maior destreza do jogador.

O remake permite utilizar esse novo esquema de movimentação mesmo no Estilo Original (Legacy Mode), graças às opções disponíveis no menu. Dessa forma, é possível aproveitar a jogabilidade atualizada sem abrir mão da autenticidade de 2004. Para os mais saudosistas, existe a possibilidade de jogar com os visuais renovados, mas com a dinâmica clássica mantida.

A interação com paredes também foi modernizada. Em vez de manter pressionado o comando para que Snake permaneça encostado, basta segurar o botão de movimento por um segundo para que ele adote a postura defensiva, deixando o restante da ação por conta do jogador.

Além disso, novos menus pop-up podem ser ativados para exibir dicas rápidas sobre determinadas ações, como render ou interrogar um inimigo, escalar superfícies, deitar no chão, recarregar uma arma ou realizar um golpe de CQC (Close Quarters Combat) quando Snake estiver próximo ao inimigo.

Batendo bonito

Em Snake Eater, uma das técnicas introduzidas na série foi o CQC. Snake pode fazer uso desta arte marcial para derrubar o adversário no chão, deixando-o incapacitado. No entanto, na versão de 2004 havia apenas uma animação para essa mecânica, o que a tornava repetitiva com o tempo.

Em MGS Delta, a Konami criou diversas animações distintas para o CQC, que variam de acordo com o lado da abordagem ou com o tipo de armamento empunhado pelo inimigo no momento da execução. Essa mudança, aparentemente simples, enriquece a jogabilidade e estimula o jogador a priorizar o uso da técnica em vez de recorrer com recorrência ao tranquilizante para evitar ser detectado.

Facilitando nossa vida na selva

Um novo equipamento adicionado ao arsenal de Snake em MGS Delta é a bússola, recurso que teria sido muito útil na versão de 2004. Quando equipada, ela indica a direção do próximo objetivo, guiando o jogador pelo cenário.

Por não exigir bateria, a recomendação é mantê-la sempre ativa no inventário. Assim, é pouco provável se perder na selva, facilitando o avanço na busca por The Boss.

Outras adições bem-vindas são os atalhos para acessar as camuflagens de Snake e o rádio. No jogo original, qualquer mudança no traje exigia abrir o menu Survival Viewer, entrar na aba de camuflagem e equipar a combinação desejada. Em Delta, isso ainda é possível, porém um atalho no controle permite acessar rapidamente as últimas combinações utilizadas, sem quebrar o ritmo da gameplay.

A mesma praticidade vale para o rádio, que agora conta com botão de acesso rápido. Por meio dele, é possível sintonizar de imediato as frequências dos aliados de Snake, como Major Zero, Eva e Para-Medic, além de acessar o modo livre para procurar canais específicos que podem revelar segredos e easter eggs.

O salvamento automático também foi implementado em MGS Delta, garantindo mais agilidade ao recarregar um save ou acessar outros slots. Em poucos segundos é possível retomar o jogo para corrigir um erro ou voltar a um momento específico da campanha.

Os saves manuais permanecem disponíveis, como na versão de 2004, mas em maior quantidade, oferecendo mais liberdade a quem gosta de registrar vários pontos da jornada, seja na busca por troféus ou para revisitar trechos da história.

Kerotans e Ga-Kos

MGS Delta apresenta uma gama de colecionáveis espalhados pelo jogo: os Kerotans e os Ga-Kos. Os sapos de brinquedo já estavam presentes na versão de 2004 como uma brincadeira criada por Hideo Kojima para incentivar a busca por itens ocultos. Em Delta, eles retornam acompanhados dos Ga-Kos, patos de borracha que utilizam camuflagem para dificultar ainda mais sua localização no mapa.


Há 64 unidades de cada tipo, distribuídas pelos cenários desde a primeira missão da campanha. A forma mais prática de acompanhar essa atividade é acessar o menu de pausa, que indica se os colecionáveis daquela área já foram encontrados.

Após localizados, pontos verdes e amarelos marcam, respectivamente, a posição dos Kerotans e dos Ga-Kos. Completar a coleção garante recompensas extras, bem como os troféus e conquistas vinculados a essa tarefa.

Mais segredos

O jogo de 2004 apresentava um teatro que exibia extras no formato de erros de gravação e bastidores das filmagens de Snake Eater. Em Delta, essa funcionalidade retorna com uma novidade interessante para quem aprecia colecionismo e surpresas.

O teatro é liberado após a conclusão da campanha pela primeira vez e representa apenas a primeira etapa de uma série de adições feitas no remake. Além de permitir rever as cutscenes, essa seção traz filmes secretos que podem ser desbloqueados ao realizar ações específicas durante a aventura, geralmente ao render soldados que carregam microfilmes.

No menu do teatro, algumas dicas indicam quais soldados ou ações devem ser priorizados para liberar esses conteúdos. Encontrar todos eles é um desafio divertido que adiciona boas horas extras de jogatina em Delta.

Muita novidade, né?

E aí? Será que tudo isso deixou o remake de Snake Eater mais interessante? Qual a novidade que você achou mais legal? Metal Gear Solid Delta: Snake Eater consegue equilibrar respeito ao clássico de 2004 com inovações que aproximam a experiência dos padrões atuais.

Entre melhorias gráficas, ajustes de jogabilidade, inclusão de novas ferramentas e a adição de colecionáveis e extras, o remake não apenas atualiza a obra de Hideo Kojima, mas também amplia suas possibilidades.



Mais do que revisitar uma das histórias mais marcantes dos videogames, Delta oferece aos veteranos uma oportunidade de redescoberta e aos novatos a chance de vivenciar, com a qualidade da nova geração, a origem da lenda de Big Boss.
Metal Gear Solid Delta: Snake Eater está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series.
Revisão: Thomaz Farias
Siga o Blast nas Redes Sociais
Alexandre Galvão
Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Você pode compartilhar este conteúdo creditando o autor e veículo original (BY-SA 4.0).