Impressões: skate. demonstra potencial em meio às mudanças de rumo

Após um hiato de 15 anos, vimos a série Skate fazer o seu tão aguardado retorno com o lançamento de skate., título free-to-play que chegou em acesso antecipado para PC e consoles no dia 16 de setembro. Tivemos a chance de conferir uma experiência que mostra potencial, mesmo trilhando um caminho diferente em relação ao que foi visto na trilogia original. 

Mapa bem construído e gameplay agradável

Logo de cara, é possível notar o esforço dos desenvolvedores em entregar diversos tipos de estruturas em que os jogadores possam fazer suas manobras. O mapa do tutorial funciona como um circuito completo, com megarampa, corrimãos e pistas menores, nas quais os jogadores mais familiarizados com a franquia podem relembrar manobras, e os novos, aprendê-las. Desde o início, fica nítida a fluidez da gameplay, permitindo engatar uma sequência de manobras de maneira simples e rápida. 

Em seguida, desembarcamos em San Vansterdam, uma cidade em que qualquer lugar pode se transformar no pico perfeito para a sua próxima linha de manobras. 'San Van' é dividido em quatro distritos, cada um com suas próprias pistas e locais que podem chamar a atenção e lhe desafiar a explorar suas opções. Uma adição importante para Skate. nesse sentido é a mecânica de parkour, que torna possível subir em determinadas estruturas e alcançar o topo de prédios, onde megarampas e oportunidades de queda livre esperam pelos jogadores.

skate. apresenta gráficos e ambientação bem interessantes, mas a parte sonora também merece destaque. A playlist mistura música eletrônica, rap, pop e rock alternativo, apresentando nomes do cenário underground. E os detalhes impressionam: o som do skate muda conforme o piso, o encaixe de um grind tem impacto sonoro, e até o barulho dos rolamentos em alta velocidade continua quando você pega o skate na mão de forma repentina. São toques sutis que aumentam a imersão.

As missões são variadas, tanto na diversidade de manobras e quedas, quanto na dificuldade, e podem ser feitas solo ou em co-op com até 4 jogadores. Também há uma ferramenta de posicionamento rápido, que permite posicionar rampas, corrimãos, bancos e outros objetos para ajudar a cumprir os desafios, ou apenas executar o que a sua criatividade mandar.

Microtransações e personalização

Ao completar missões, o jogador recebe fichas RIP, que serão usadas para abrir caixas no sistema lootbox, em que escolhemos uma das caixas e recebemos alguma recompensa aleatória dela. O sistema de microtransações não é muito popular entre boa parte do público, porém, no caso de skate., se restringe somente a itens cosméticos e roupas, sem nenhuma interferência na gameplay. Ou seja, é possível aproveitar a gameplay de forma totalmente free-to-play, se você preferir.

Outro ponto a se destacar aqui são os personagens, pois sua aparência cartunesca destoa do visual geral apresentado em tela. Além disso, a parte de criação do personagem ainda aparenta ser um tanto limitada, considerando que a personalização é parte importante em um título como esse. Contudo, levando em conta que o personagem passará a maior parte do tempo de costas para você, e que texturas de roupas e tênis estão bem representadas, isso se transforma em um mero detalhe. 

Uma base sólida para crescer

A decisão de trazer o retorno da franquia Skate através de um jogo como serviço pode causar certa estranheza, principalmente para aqueles que estavam acostumados com o já tradicional modo história, mas EA e Full Circle vêm fazendo um trabalho interessante até o momento. A gameplay é divertida e amigável para veteranos e novatos, e o mapa em mundo aberto oferece muita liberdade aos jogadores, seja para lidar com missões ou apenas circular por cada distrito de San Vansterdam.

Posso dizer que passei boas horas realizando missões, mandando manobras de flip, grabs e grinds, e até mesmo escalando prédios pelo mapa de 'San Van'. E certamente seguirei fazendo isso por mais algum tempo, de olho na evolução que Skate. promete apresentar ao longo dos próximos meses. Ainda é possível presenciar alguns bugs de texturas e falhas de ragdoll em determinadas situações, no entanto, estamos falando de um lançamento em acesso antecipado, cujo saldo é bastante positivo até aqui. skate. demonstra muito potencial, e pode continuar crescendo caso leve em consideração o que a comunidade tem a dizer. 

Revisão: Thomaz Farias

Texto de impressões produzido com a versão em acesso antecipado, disponível publicamente nas lojas digitais