Impressões: Ratatan une ação e ritmo em uma divertida aventura por um mundo cartunesco

A demo apresenta uma mistura criativa em sua campanha, mas ainda precisa de ajustes para alcançar todo o seu potencial.

em 29/09/2025

Ratatan
é um jogo de ação com elementos de roguelike produzido pela TVT Co. e pela Ratata Arts, e publicado pela Games Source Entertainment. Seu grande diferencial está no combate, que é cadenciado pelo ritmo e precisão dos comandos. No controle de monstrinhos carismáticos que dão nome ao jogo, precisamos superar inimigos, coletar recursos e investir em melhorias tanto para nossos equipamentos quanto para a pequena ilha que nos serve como base.

Bem-vindo à Rataport

Ratatan nos leva para uma ilha fantástica chamada Rataport, onde criaturas mágicas conhecidas como Ratatans vivem em harmonia. Mesmo com suas diferenças, todas elas compartilham o sonho de chegar a um local distante e misterioso, para além das montanhas, e conhecer a Deusa que lá habita. É nesse contexto simples que nossos pequenos heróis partem em uma jornada, enfrentando diversos monstros pelo caminho.




A ilha funciona como um hub, centralizando algumas funções do jogo. Nela, podemos visitar a loja de equipamentos, coletar recompensas de missões, forjar novas armas ou iniciar a aventura. Muitas opções ainda são limitadas na demo, mas já dá para perceber que há espaço para desenvolver o local e deixá-lo mais interessante.

Ao todo, temos oito espécies diferentes de Ratatans, que se diferenciam tanto visualmente quanto pelos instrumentos que tocam. Cada um transmite uma personalidade única, seja pelo jeito de se mover ou pela forma como conduz os Cobuns, pequenas criaturas que nos acompanham e ajudam no combate. Cabe a nós escolher nossos favoritos e montar a equipe antes de partir.




Cada Ratatan pode levar três espécies diferentes de Cobuns, que se distinguem pelo armamento, sendo eles: espada, pique, bomba, arco e flecha, lança, bastão mágico, foice ou marreta. Durante as fases, os Ratatans não lutam diretamente, mas coordenam os Cobuns através de sua cantoria. Cada botão do controle equivale a uma nota, e quando tocadas no ritmo e sequência correta, resultam uma ação.

São cinco ações possíveis, e cabe ao jogador decidir qual usar em cada situação: movimentar unidades, atacar, saltar, criar um escudo ou usar uma habilidade especial. Para coordenar bem os Cobuns, é preciso entender o padrão de ataque dos inimigos, algo que só acontece após algumas tentativas.



Limitações e qualidades de um roguelike

A estrutura de Ratatan é simples e direta. A campanha é dividida em mundos temáticos, cada um composto por trechos fechados que só permitem progressão depois de derrotar todos os inimigos da área. Entre uma batalha e outra, coletamos moedas e itens que oferecem tanto habilidades temporárias quanto melhorias permanentes para as próximas tentativas.

Nesse aspecto, ele não traz nada muito diferente do que já vimos em outros roguelikes. O que realmente chama atenção é o combate, que depende totalmente do ritmo e da precisão dos comandos. Na parte inferior da tela, um metrônomo nos guia com as batidas, acompanhado de um painel com os comandos. No começo pode parecer confuso, mas com o tempo tudo fica mais natural. Ainda assim, os erros são bastante punitivos e acabam atrasando muito a execução da próxima ação.




Para dar mais variedade ao gameplay, alguns elementos aleatórios aparecem em forma de habilidades e itens que permitem bolar estratégias diferentes. Na demo, as opções ainda são limitadas a alguns ataques elementais, mas é fácil perceber que o sucesso do jogo vai depender de ter uma boa diversidade de poderes. 

Outro ponto positivo é o sistema de progressão, que deixa nossos personagens mais fortes conforme encontramos armas melhores,  seja como recompensa por derrotar inimigos ou através da forja. Em poucas horas já consegui sentir uma diferença significativa em relação ao começo da jornada. Também existe a possibilidade de jogar partidas multiplayer, mas ainda não consegui testar durante meu tempo com a demo.



Melhorias para as próximas atualizações

Nas minhas horas de jogo não encontrei bugs graves ou problemas que atrapalhassem a jogabilidade. O que notei foram pequenos deslizes visuais, principalmente na interface, que ainda precisa de ajustes de UX e UI para ficar mais clara e funcional. Vale mencionar que o jogo terá tradução para português brasileiro. 

Uma prévia já está disponível, mas com muitos trechos sem localização ou traduzidos de forma errada. Em alguns menus, por exemplo, o termo “Back” (Voltar) foi traduzido como “Costas”. No estado atual, jogar em português não é a melhor opção. O lado positivo é que os desenvolvedores têm lançado atualizações frequentes para corrigir problemas relatados, mostrando que estão atentos ao feedback.



Em ritmo de alegria

Mesmo em estágio inicial, Ratatan já mostra muito potencial. O combate baseado em ritmo é divertido e diferente do que estamos acostumados em roguelikes, e a parte audiovisual impressiona pela qualidade e carisma dos personagens. Claro, ainda há pontos que precisam de atenção, como a variedade de habilidades, a clareza da interface e a tradução para o português. Se a versão final conseguir expandir a quantidade de conteúdos, manter a progressão equilibrada e refinar os elementos que ainda estão crus, Ratatan tem tudo para ser uma grata surpresa no gênero.

Revisão: Johnnie Brain
Texto de impressões feito com cópia digital cedida pela Games Source Entertainment

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Gustavo Souza
é geólogo, entusiasta de tecnologias e apenas mais um mineiro que não vive sem café e pão de queijo. Está sempre com um console portátil na mão e gosta de passar o tempo jogando uma partida de FIFA, cuidando de uma pequena fazenda e dirigindo seu caminhão pelas estradas europeias.
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