Crash Team Racing: o game que mostrou todo o carisma do Bandicoot e sua turma

Jogo ainda foi capaz de mostrar a versatilidade da Naughty Dog, fugindo dos jogos de plataforma que havia feito até então.

em 13/09/2025

Em 1999, a Naughty Dog continuava a trilhar o seu caminho para se tornar uma das maiores softhouses da Sony. Após a brilhante trilogia de Crash Bandicoot, a desenvolvedora buscava novos ares para a franquia e trouxe um dos melhores jogos de kart existentes: Crash Team Racing (CTR).

Crash, além de concorrer com Mario no novíssimo mundo das plataformas 3D, agora começava uma jornada para rivalizar com o encanador também sobre rodas. Com claras inspirações no jogo da Nintendo, CTR trouxe um frescor ao gênero que praticamente o tornou um clássico de maneira instantânea.


Ao menos uma história

Um dos diferenciais do game era contar com o modo história, que trazia diversos desafios específicos e conquistas novas para os jogadores. Apesar de um conto simplório em sua premissa, a execução foi muito bem-feita, com várias áreas a serem exploradas, pistas a serem batidas em mais de uma maneira e até modos batalha eram inclusos.

Basicamente, a história contada envolvia um extraterrestre, Nitros Oxide, que dizia ser o corredor mais rápido do universo. A fim de provar isso, ele queria tirar um “racha” com o melhor corredor da Terra e, para isso, era preciso determinar quem era esse cidadão. Se o representante terráqueo vencesse, Oxide deixaria o planeta em paz, mas, caso contrário, ele transformaria a Terra em um gigante estacionamento (com a população servindo de escravos).


Na sequência, o jogador escolhia seu personagem e começava a jornada para coletar as quatro chaves dos bosses (que também consistiam em duelos de um contra um com direito a superpoderes): Ripper Roo, Pinstripe, Komodo Joe e Papu Papu. Ao juntar os itens, era possível desafiar o chefão verde, na corrida mais difícil do jogo.

Além do modo Adventure, existiam os modos Time Trial, Arcade, Versus e Battle. No modo história, existiam ainda cenários específicos como relíquia (em que caixas param o contador na busca do tempo mais rápido), modo CTR (que consistia em coletar as letras C, T e R e vencer a corrida) e o modo de coletar os cristais (que consistia em pegar os cristais em uma das arenas de batalha, cheia de Nitros).


Gameplay diferenciada

Para que o jogo vingasse, era necessário que fosse divertido e fosse além do que já existia. Tal qual o Mario Kart, havia colecionáveis na pista, mas wumpa fruits ao invés de moedas. Ao juntar dez, o kart ficava mais rápido e os power-ups, mais fortes. Ah, também tinha power-ups e que eram muito semelhantes em função aos clássicos que apareciam em Mario Kart.

Outra parte emprestada do jogo da Big N eram os boosts nas curvas, mas de uma maneira mais complexa do que a vista no outro universo. Bastava pular e fazer slide, segurando ainda o botão de pulo, que uma barra começava a subir, e quando chegasse no máximo (ou o mais próximo disso), era só apertar o outro comando de pulo que um boost era acionado. Essa técnica, junto com os boosts vindo da queda de lugares altos, criou estratégias que permitiam o jogador ficar com o boost ligado o tempo todo durante as três voltas.


Para finalizar, o elenco do jogo era estrelado, contando com os maiores nomes da franquia. Crash Bandicoot e sua irmã Coco, Pura, Polar, Tiny Tiger, Dingodile, N. Gin, Neo Cortex, Fake Crash, Penta Penguin e N. Tropy somado aos quatro chefes já mencionados formavam o seleto grupo.

Recepção

CTR seguiu na boa sequência da franquia e da Naughty Dog, ao mesmo tempo que mostrou que a empresa era boa não somente em jogos de aventura e plataforma. Com uma avaliação no Metacritic de 88%, o game também foi amado pelo público, que tinha agora um jogo de kart para jogar no primeiro PlayStation.


A comparação com Mario e Sonic já era inevitável na época e CTR ajudou a cravar ainda mais o posto de mascote não oficial do primeiro console da Sony. Apesar de todos acharem que Crash tinha esse objetivo, a verdade é que a empresa japonesa nunca o considerou e nem o queria como mascote, para fugir da ideia de videogame ser brincadeira de criança. Mas nem essa filosofia impediu o sucesso do marsupial.

Em 2019, a desenvolvedora Beenox, sob a direção da Activision, lançou Crash Team Racing Nitro-Fueled, um remake do jogo original que trouxe pistas e personagens de Crash Nitro Kart também. Além de algumas novas pistas e modos de jogo, além da possibilidade de jogar online. É uma boa pedida para os tempos atuais e para matar a saudade daquele que foi um dos melhores jogos de corrida do PlayStation Crash Team Racing.

Revisão: Vitor Tibério


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Moreno Valerio
Jornalista, Técnico no papel, engenheiro não praticante e mestre Pokémon nas horas vagas. Passa 80% do tempo falando de games. Nos outros 20% torce para alguém falar sobre games, só para poder falar mais um pouco.
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