Lançado em 28 de junho de 2000, Diablo II marcou para sempre a história dos RPGs de ação ao consolidar o sucesso da franquia e elevar o gênero a um novo patamar. Com sua ambientação sombria, gameplay viciante e profundidade estratégica, o clássico da Blizzard tornou-se referência incontornável para toda a indústria, influenciando gerações de jogadores e desenvolvedores.
Vinte e cinco anos depois, segue vivo na memória coletiva, celebrado tanto por veteranos quanto por novatos, como símbolo atemporal capaz de atravessar décadas.
O que foi Diablo II?
O desenvolvimento de Diablo II foi uma tarefa ambiciosa para a Blizzard North. Após o sucesso do primeiro jogo, de 1996, a expectativa era enorme, e a pressão sobre os desenvolvedores não foi menor. A equipe enfrentou diversos desafios técnicos para expandir o conceito inicial, buscando entregar um mundo maior, mais sombrio e mais envolvente. O projeto, que levou cerca de três anos, foi marcado por uma mistura de ousadia criativa e noites intermináveis de trabalho.
Uma das grandes novidades em relação ao antecessor foi a diversidade de cenários. Enquanto Diablo se passava quase inteiramente nos calabouços de Tristram, sua sequência trouxe cinco atos distintos, cada um com estética própria. Essa mudança ampliou drasticamente a sensação de progressão, fazendo com que houvesse uma verdadeira sensação de viajar por um mundo vasto e perigoso.
As classes de personagens foram mais um aspecto que recebeu destaque especial. Amazona, Necromance, Bárbaro, Maga e Paladino proporcionaram não apenas estilos de combate diferentes, mas também filosofias únicas de progressão e experimentação. Com isso, Diablo II se tornou um título que convidava à rejogabilidade quase infinita, sempre oferecendo novos caminhos e estratégias para explorar.
Não menos importante foi o papel da trilha sonora e da direção artística. O trabalho de Matt Uelmen deu vida a um universo sombrio e memorável, no qual cada nota musical reforçava a atmosfera de terror gótico. Tal cuidado estético ajudou a moldar a identidade de Diablo II, transformando-o em uma experiência à prova do tempo.
Sucesso e legado
Quando chegou ao mercado, o impacto foi instantâneo. No primeiro dia, foram vendidas cerca de 184 mil cópias, números impressionantes para a época. Duas semanas depois, já havia alcançado a marca de 1 milhão de unidades, consolidando-se como um dos lançamentos mais bem-sucedidos do ano 2000. Em apenas seis semanas, já eram 2 milhões de cópias, um feito histórico para uma entrada exclusiva de PC.
A recepção da crítica foi igualmente calorosa. Diablo II foi eleito Jogo do Ano por diversas publicações e recebeu prêmios de Melhor RPG em diferentes premiações, incluindo a AIAS Interactive Achievement Awards de 2001. A fórmula viciante do combate, o modo como o loot era praticamente infinito e o modo multiplayer pelo Battle.net fizeram dele uma referência absoluta, tanto para a crítica quanto para os jogadores.
Mais importante do que os números, porém, foi o legado cultural que a obra construiu. Diablo II inspirou inúmeros RPGs de ação que surgiram depois, além de ajudar a consolidar um gênero inteiro. Seu sistema de progressão, o equilíbrio entre classes e a obsessão pelo loot se tornaram pilares de design copiados e reinventados ao longo das décadas.
Até hoje, a influência do título pode ser vista em franquias como Path of Exile, Torchlight e até mesmo em produções de outros estilos que adotam sistemas de progressão baseados em loot. Diablo II transformou a forma como as recompensas eram enxergadas, rejogabilidade e construção de personagens, criando um modelo que continua a servir de referência mesmo 25 anos depois.
| Gameplay de Path of Exile |
Diablo hoje
É inegável a relevância de Diablo II ainda hoje. A comunidade de jogadores nunca o deixou morrer, desenvolvendo mods, desafios e servidores privados que mantiveram a chama acesa mesmo em períodos sem suporte oficial. Em 2010, a Blizzard ainda registrava milhões de usuários ativos no Battle.net, um testemunho de sua longevidade.
O último grande patch, 1.13c, chegou em 2010, com ajustes de balanceamento e correções. Para muitos, essa atualização representou o fechamento de um ciclo, mas também a prova de que Diablo II havia se tornado um clássico vivo, capaz de receber melhorias mais de uma década após sua estreia.
Em 2021, com o lançamento de Diablo II: Resurrected, uma nova geração teve acesso à experiência definitiva. O remaster trouxe gráficos em 4K, suporte a áudio de alta qualidade, melhorias de interface e um sistema de progressão cruzada que aproximou ainda mais a franquia do público moderno. Apesar de todas as novidades, seu núcleo permaneceu intocado, preservando a essência que havia conquistado milhões.
A recepção ao remaster confirmou o que já era evidente: Diablo II é atemporal. A combinação entre nostalgia e jogabilidade sólida fez com que veteranos retornassem ao Santuário, enquanto novatos descobriram por que é considerado uma lenda. Essa coexistência entre gerações prova que a força do clássico ultrapassa barreiras tecnológicas.
Ainda mais Diablo II?
Com o crescimento constante do mercado retrô e das remasterizações, é provável que Diablo II continue recebendo atenção em eventos comemorativos e coleções especiais. A Blizzard já demonstrou que valoriza a preservação de sua história, e não seria surpresa ver novas homenagens ou edições especiais no futuro próximo.
No fim das contas, Diablo II já conquistou seu lugar no panteão dos videogames. Celebrar seus 25 anos é também celebrar a própria evolução dos RPGs de ação, lembrando que, mesmo diante de novas tecnologias e tendências, certos clássicos permanecem imbatíveis. E se o futuro é incerto, o passado de Diablo II segue brilhando como um farol para toda a indústria.
Revisão: Thomaz Farias


