Análise: Torchlight (PC)

em 22/02/2013

Uma pequena vila de mineradores é o cenário desta história fantástica. Por debaixo das ruas sujas, um poder mágico corre pelas veias da ... (por Unknown em 22/02/2013, via GameBlast)

Uma pequena vila de mineradores é o cenário desta história fantástica. Por debaixo das ruas sujas, um poder mágico corre pelas veias da terra. Exploradores são atraídos até o local em busca de riquezas e itens fabulosos. Mal sabem eles que essa fonte misteriosa de magia é tão perigosa quanto poderosa e, em breve, trará o mal e a corrupção para destruírem o mundo. Então, sejam bem-vindos à aventura e adentrem, se ousarem, no coração de Torchlight!


Uma nova (velha) aventura

Torchlight foi produzido na Runic Games e publicado pela Perfect World. O jogo foi lançado para PC em 2009 e para o Xbox Live Arcade em 2011. O desenvolvimento da obra tem o comando de Travis Baldree, junto com Max Schaefer e Erich Schaefer (ambos  codesigners de Diablo e Diablo II, portanto, qualquer semelhança entre Torchlight e esses grande sucessos da Blizzard não é mera coincidência).

Seguindo o gênero do RPG (Role Playing Game) a dinâmica e jogabilidade por trás de Torchlight é basicamente simples: o jogador escolhe uma classe de herói com qualidades e atributos específicos e parte para a aventura onde enfrenta monstros e supera desafios subindo de nível, melhorando suas habilidades especiais e modificando seu armamento. Com um visual e caprichado e muito bem trabalhado, o jogo impressiona pela sua qualidade artística e pela fluidez nos movimentos e dinâmicas de combates.

Um novo mundo, a mesma aventura...
A história de Torchlight, infelizmente não consegue fugir do lugar-comum dos enredos de RPG’s clássicos, mas nem por isso deixa de ser interessante. A vila de Torchlight é conhecida por ter uma poderosa essência mágica, chamada Ember, correndo debaixo de suas terras. Os artesãos, feiticeiros e viajantes ambulantes fazem amplo uso dessa substância para os mais variados fins e a Ember é extraída constantemente da grande mina da cidade. O problema aparece quando criaturas demoníacas começam a surgir das camadas mais fundas da mina e atacam os mineiros e aldeões. Infelizmente, da mesma maneira que a Ember traz poder, ela também pode corromper gravemente o espírito das criaturas. E agora, bravos heróis partem para Torchlight a fim de investigar os mistérios do interior da mina e se livrar das mais diferentes ameaças corrompidas pelo poder da Ember.

A seguir uma breve apresentação e explicação sobre cada classe de heróis presente na aventura de Torchlight:

  • Destroyer: Similar ao clássico personagem do Bárbaro, o Destroyer é um guerreiro bravo e poderoso, capaz de manejar as armas mais pesadas e destruir vários inimigos com apenas um golpe. Ele concentra toda a sua fúria para carregar suas forças e disparar seus avassaladores ataques. Uma boa escolha para os jogadores iniciantes que querem provocar grandes estragos nos adversários, sem sofrer muitos danos no combate.
  • Alchemist: Um guerreiro que mais perece cientista-mágico e utiliza a força da Ember para criar ataques devastadores e magias surpreendentes. Mas apesar dos poderes inacreditáveis que sua arte milenar da alquimia pode lhe proporcionar, precisa tomar cuidado ou ao se deparar com tamanha quantidade de Ember disponível poderá ter mente e alma corrompidos. É um excelente personagem com ataques mágicos e de defesas diversificadas.
  • Vanquisher: Essa valorosa lutadora, parte de uma antiga ordem dedicada à justiça e à harmonia do mundo, é também uma habilidosa estrategista, usando armadilhas para confundir seus inimigos enquanto dispara poderosos ataques à distância com seu arco e flechas ou com armas de longo alcance. Se você deseja uma personagem ágil e cheia de truques para ajudar nos combates mais difícies, essa guerreira é sua melhor escolha.



Além de selecionar um herói específico, o jogador ainda pode escolher um animal de estimação: um cão ou gato selvagem, que lutará ao seu lado nas batalhas e, além de carregar itens, pode ser transformado em diferentes e poderosas criaturas, temporariamente, graças ao peixes mágicos que o herói coletar durante sua jornada. Ainda há missões extras na história que garantem um pouco mais de “fama” ao personagem ai serem completadas, e proporcionam mais pontos para distribuir entre suas diversas habilidades especiais. O encantamento e fusão das joias mágicas com armas é outra possibilidade interessante para aumentar o poder de combate durante a trajetória.

Deixando a armadura e armas do Destroyer tinindo!

Algo perdido no meio da batalha

Torchlight é uma aventura incrível, com cenários deslumbrantes e batalhas excitantes que levam os heróis e jogadores a querer aprimorar suas habilidades e armamentos constantemente para enfrentar os perigos ocultos da mina da vila. No entanto, apesar de tantos elogios, algo de muito importante falta nesta aventura: inovação. Essa qualidade é crucial e muito difícil de ser alcançada, principalmente no gênero do RPG, onde praticamente já existe uma fórmula pronta de como montar o jogo. Portanto, é preciso muito esforço para modificar a estrutura desse tipo de aventura sem prejudicar sua essência e trazendo novidades.




A repetição é outra grande falha do game. A partir de certo momento da jornada, as catacumbas e masmorras ficam exageradamente grandes e possuem diversos pisos, que são exatamente iguais na aparência. Aliado a isso, temos a presença dos mesmos monstros e desafios em cada nível, sem nenhuma diferenciação. A única coisa que talvez mude seja a quantidade de inimigos que podem, às vezes, ser compostos por enormes hordas. Mesmo assim, o cansaço torna-se inevitável, uma vez que o jogador parece estar passando pelo mesmo lugar e enfrentando as mesmas criaturas inúmeras vezes.

Odrak, talvez o único chefão "difícil" do jogo
Um problema que também merece destaque nessa análise é a inesperada falta de dificuldade do game. Em títulos no estilo RPG é comum que a força e golpes dos inimigos aumentem gradualmente ao longo da aventura, acompanhando o desenvolvimento do personagem. Além disso, também podemos encontrar chefões e outros monstros únicos ao longo da jornada que são difíceis de derrotar e sempre proporcionam um combate emocionante. O que não é o caso de Torchlight. Os monstros, em qualquer um dos níveis, não costumam representar nenhum desafio e os chefões são simples de serem vencidos: quando se mostram um pouco mais fortes, basta repetir um ataque incessantemente para destruí-los facilmente.

A falta da opção de jogo multiplayer é um pecado mortal cometido em Torchlight. Essa falha rendeu muitas críticas negativas ao jogo, no entanto, devido aos outros problemas presentes e citados aqui anteriormente, talvez uma função multiplayer não melhorasse muito as críticas sobre o game. Além disso, ele se mostra basicamente linear, com pouquíssimas side quests que, muitas vezes, são solucionadas no meio da história principal do jogo. Nesse caso, a opção multiplayer não teria feito uma diferença significativa na qualidade da obra.

Sem multiplayer, é só você contra o mundo
Torchlight está longe de ser o melhor RPG já produzido, mas consegue cumprir sua missão como um jogo simples e bonito. Por não possuir dificuldade acentuada, pode ser considerado uma boa pedida para os iniciantes ou inexperientes nesse tipo de game, já que oferece inúmeras possibilidades de combinações de magias e ataques unidos a um grande arsenal de armas fantásticas.

Prós

  • Belo visual
  • Jogabilidade simples e fluida
  • Habilidades e golpes interessantes

Contras

  • Falta de multiplayer
  • Pouca ou nenhuma dificuldade
  • Repetição cansativa dos mesmos tipos de inimigos
  • História fraca

Torchlight – PC – Nota: 7.0
Revisão: Bruna Lima 

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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