Análise: EA SPORTS Madden NFL 26 — um retorno com ótimas melhorias e alguns turnovers

Após começar os trabalhos do futebol americano com os aspirantes do College Football 26, chegou a hora dos profissionais darem o ar da graça em mais uma edição da franquia Madden.

Para quem não aguentar esperar pelo início da temporada atual da NFL, em setembro, EA SPORTS Madden NFL 26 traz elencos atualizados, maior realidade na física do esporte e vários modos de jogo.

Os mestres da bola oval

A jogabilidade sempre foi um dos principais atrativos da franquia, e, em Madden 26, ela ganhou ajustes consideráveis para trazer mais realismo a cada partida, principalmente na movimentação dos atletas. Quem acompanha a temporada irá perceber como cada quarterback ganhou maneirismos iguais aos usados em campo. Já quem não é tão familiarizado, ainda assim notará como alguns jogadores de destaque correm e lançam a bola de maneira singular.

Cada uma das 30 equipes possui um número de jogadores com o chamado X-Factor, que é uma maximização de suas habilidades durante a partida. Ao cumprir com alguns objetivos, um ícone brilhará aos pés do atleta, e esse momento pode virar a partida ao seu favor. Corredores se tornam mais ágeis, recebedores têm melhores rotas traçadas, quarterbacks se tornam mais precisos e defensores se tornam muralhas. É bastante divertido experimentar cada time e as habilidades de seus atletas de destaque.

A seleção de jogadas também traz uma variedade imensa de opções para conseguir chegar à endzone, mas, nessa parte, nós temos que procurar com calma no playbook. Existem as sugestões programadas pelo técnico, mas elas se repetem facilmente, tanto na defesa quanto no ataque. Se você está querendo aprender as táticas durante a partida, acaba sendo um pouco prejudicial, pois, além de tudo, elas são sempre parecidas, com uma ou outra alternância.

Fora esse detalhe, controlar cada tipo de especialista tem seu charme, desde o lançamento do quarterback até quem irá finalizar a jogada. A parte de quebrar defesas com um corredor, seja na base da trombada ou da esquiva, também é divertida e, dependendo da equipe escolhida, é a maneira mais rápida de alcançar a vitória, em vez de tentar diversos passes longos. Tudo vai depender do casamento entre o estilo de jogo de quem está no controle, as características do time e as jogadas selecionadas.

Para aumentar o clima imersivo de cada jogo, os times receberam entradas únicas quando estão em seus estádios. Algumas são simples, apenas com os jogadores passando em um túnel decorado, mas outras simplesmente criam uma atmosfera hostil para os visitantes, com toda a vibração possível da torcida.

O Philadelphia Eagles, campeão da última temporada, é o time que tem uma das introduções mais elaboradas, com direito a mascote chamando o público e Saquon Barkley, o atleta da capa, animando seus companheiros antes de entrarem no gramado. Outras que merecem uma menção pelo seu capricho são as de New Orleans Saints — minha favorita particular —, Minnesota Vikings, Detroit Lions, San Francisco 49ers, Carolina Panthers e Baltimore Ravens.

A experiência avançada completa… mas poderia ter coisas mais simples

Para quem veio embalado do College Football 26, pode acabar se frustrando um pouco com algumas coisas, como, por exemplo, a falta de provocações específicas entre rivais de conferência ou os menus personalizados após escolhermos a nossa franquia favorita. Entretanto, o principal está aqui e da melhor maneira possível.

O Franchise é a experiência completa de um Head Coach (técnico principal). Começamos escolhendo a nossa postura com os atletas, que pode ser focada em desenvolver ataque, defesa ou o crescimento pessoal dos jogadores. Passamos por toda a rotina necessária, desde organizar a pré-temporada até a dura escalada aos playoffs. Inclusive, é possível alterar nossa abordagem a cada semana, com a intenção de surpreender os adversários com nossa versatilidade.

A equipe fora de campo, como nossos auxiliares, também precisa ser observada e motivada com as devidas melhorias. Essas habilidades únicas podem ser aprimoradas para aumentar ainda mais a moral da equipe como um todo. É praticamente um RPG dentro do esporte, e que, com certeza, acaba fisgando quem gosta do aspecto mais técnico do futebol americano.

O Superstar nos faz criar um atleta que precisa buscar seu lugar ao sol em uma equipe, mas isso vai além do campo. Entrevistas com jornalistas e conversas com diretores e técnicos elevam nossa moral com eles, além de chamar a atenção dos fãs para o nosso avatar. Também é necessário passar pela parte de treinos desde o combine, que são provas de salto, velocidade e habilidade, que precedem o draft e servem para atrair a atenção dos olheiros da NFL, até os treinos específicos após sermos draftados.

Infelizmente, no Superstar as microtransações já começam a dar as caras, mas de maneira mais ignorável, pois a moeda do jogo, que pode ser comprada com dinheiro real, no momento só serve para comprar uniformes muito chamativos e nada práticos.

Por falar em microtransações, chegamos ao Ultimate Team, que apresenta a evolução paga mais agressiva de Madden 26. O modelo é o mesmo: criamos nosso esquadrão com cartas de jogadores de diferentes raridades e usamos essa equipe para cumprir desafios, juntar pontos de experiência ou estrelas, e conseguir cartas melhores. Também é possível enfrentar outros times online, com missões próprias para os duelos em rede.

Entretanto, mesmo sendo um pouco menos bagunçado que o UT do College Football 26, o menu desse modo de jogo é bastante confuso, com abas, caixas de texto diversas, a loja que sempre pipoca na sua cara, anúncios de cartas raras que podem ser obtidas (mas sem explicação de onde) e por aí vai.

Tudo isso é potencializado pela ausência de textos em português. Sei que reclamar disso é chover no molhado, mas é muito conteúdo para assimilar em alguns momentos, em quaisquer um desses modos que citei acima, pela quantidade massiva de informações que aparecem na hora de gerir seu time.

O Quick Play nos dá a oportunidade de fazer uma partida simples entre duas equipes quaisquer, tomar um lado de alguma partida real do calendário atual da NFL e enfrentar a IA ou um amigo de maneira local. Para quem curte algo mais festivo, também é possível jogar o Pro Bowl, que funciona como o “Jogo das Estrelas”, ou utilizar a decoração do Super Bowl LX, que acontecerá no dia 8 de fevereiro de 2026.

Eu, particularmente, senti falta de algo mais simples, mas que abrangesse todo o calendário de uma vez, como a possibilidade de só escolher uma equipe, sem editar nem fazer trocas, e tentar fazer toda a escalada do primeiro jogo da temporada até o SB. Outra coisa que poderia ter sido adicionada seriam animações que trouxessem, pelo menos, o ambiente de uma final de conferência, pois esta nada mais é que uma coroação importante dentro dos playoffs.

Se tornando favorito ao título

EA SPORTS Madden NFL 26 consegue ser um jogo sólido na franquia de futebol americano, trazendo excelentes mecânicas e jogabilidade dinâmica. Já os modos de jogo privilegiam os mais fanáticos pelo esporte e pelas táticas dele, mas não seria ruim poder jogar uma temporada completa de maneira mais simples e direta. Além disso, a densidade do conteúdo acaba se perdendo sem a inclusão do nosso idioma — o que é uma pena, pois há muitos adoradores da bola oval aqui no Brasil.

Prós

Jogabilidade cheia de recursos para aprender e dominar;
A entrada das equipes ajudam na imersão quando jogam ao lado da torcida;
Os visuais durante o jogo estão muito bem trabalhados;
Franchise e Superstar são ótimos modos de jogo para quem quer se aprofundar e aprender mais sobre o futebol americano e suas estratégias.

Contras

As jogadas sugeridas se repetem bastante;
O Ultimate Team tem menus bagunçados e microtransações exageradas;
Falta um modo de jogo mais simples para quem quer só jogar a temporada, sem ter que passar por milhares de upgrades e opções complexas;
A ausência de textos em português dificulta o acompanhamento das diversas informações dos modos de jogo.

EA SPORTS Madden NFL 26 — PC/PS5/Switch 2/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS5

Revisão: Mariana Marçal

Análise feita com cópia digital cedida pela EA