Durante a década de 2000 existiu uma série de jogos de corrida que fugia do comum e eventual de carros supervelozes com foco em performance, tunning ou outros lugares comuns dos games de carros. Burnout tinha a premissa do caos. Entre as insanas disputas e trocas de posições, o game se propunha a corridas de rua, derrubar oponentes de qualquer jeito possível, pistas com várias armadilhas, que iam de penhascos a diversos muros e cantos que trucidavam os competidores.
Nesse contexto, foi lançado Burnout Paradise, a primeira (e também a única) aventura da franquia na geração PlayStation 3 e Xbox 360. Diferente de seus predecessores e procurando tirar a máxima vantagem dos novos sistemas, o então muito popular mundo aberto era o conceito principal, e tal iniciativa impactava a proposta de toda a saga.
Os maiores acidentes
Um dos grandes diferenciais de Burnout para o restante do gênero de corrida era o fato de não trabalhar com marcas licenciadas e apenas carros inspirados em design reais. Isso permitia que os veículos fossem destruídos de qualquer maneira que os desenvolvedores quisessem. Por isso, era muito fácil de ver carros com rodas tortas, vidros estourados, lataria amassada e muito mais, o que trazia ainda mais realidade para o jogo.
A ideia foi levada ao extremo na criação do modo de jogo Crash. Pelo nome já era possível perceber qual era o objetivo: criar o maior acidente possível, explodir tudo que estivesse ao alcance e causando o maior prejuízo (medido em dólares). Em Burnout Paradise, por se tratar de um mapa aberto, o foco se dava em instaurar o máximo de caos possível em cada uma das ruas, enquanto o jogador fazia o carro ir capotando por toda sua extensão.
Isso também era aproveitado no Takedown. Apesar de ser um velho conhecido por ser também o subtítulo do terceiro jogo da franquia, esse modo de jogo não tinha um início e um fim marcados nos mapas, mas sim em quantos adversários você era capaz de “derrubar” (de takedown) enquanto seu carro ainda conseguisse andar. Com isso, a corrida se encerrava por tempo ou quando o automóvel do jogador ficasse inutilizável após bater algumas vezes.
Um mapa a ser explorado
Burnout Paradise trazia um mapa consideravelmente grande para a época, o que apresentou uma dificuldade em como trabalhar as corridas no game. Basicamente existiam oito pontos que eram marcados como linha de chegada para os eventos, fossem eles corridas ou time trials (bater um tempo específico).
Em cada cruzamento havia um desafio, que poderiam ser – além dos já mencionados corrida, time trials, chamados de Burning Route, e takedown – os stunt run (foco em estéticas com drifts, pulos, giros e manobras arriscadas) e marked man (era preciso completar um trecho enquanto outros carros tem o único foco de te derrubar). Ainda existiam os focos em cada rua da cidade, um conhecido como Showtime Road Rule (nome oficial do Crash nesse jogo) e Time Road Rule, que apresentava uma disputa pelo menor tempo feito do início ao fim da rua.Por fim, o título usava um sistema de licenças que, conforme mais vitórias o jogador obtinha, ia subindo de categoria permitindo novos carros a serem utilizados. Além de habilitar um novo veículo a cada melhoria na licença, depois de um certo número de vitórias, um carro novo “aparecia” em Paradise City e era necessário achá-lo correndo por aí e derrubá-lo para habilitar o novo automóvel. O último modo de conseguir novos carros era bater o desafio de tempo específico para cada veículo, liberando uma versão melhorada deste.
Recepção
Burnout Paradise foi muito bem avaliado por crítica e público no seu lançamento, pois conseguiu traduzir para a nova geração de consoles a mesma pegada que tinha nos jogos anteriores. Por mais que alguns detalhes pudessem ter sido sacrificados por usar um mundo aberto, a Criterion Games devolvia de outra maneira. Por exemplo, se não existe mais uma corrida contra um carro específico para liberá-lo, agora ele aparecia aleatoriamente e o jogador tinha que “nocauteá-lo” para poder adquirir o novo veículo. Ou seja, ainda era necessário que ele fosse derrotado de alguma forma.
A trilha sonora também é uma marca registrada dos jogos e em Paradise não foi diferente. Ainda mais ao começar com Paradise City, do Guns N’ Roses, como música título. Não só isso: Alice in Chains, Sugarcult, Operator, Twisted Sister, Avril Lavigne, entre vários outros compunham a trilha sonora.
O game, apesar de mudar uma fórmula básica da franquia, foi capaz de engrandecer o nome Burnout e deixar a desenvolvedora em um ótimo patamar dentro da Electronic Arts. Isso acabou os levando a desenvolverem os jogos de Need For Speed, o que basicamente decretou o fim da série Burnout (ainda existia Burnout Crash!, mas era um jogo com foco maior em mobile).
Burnout Paradise foi uma ótima despedida, que deixou aquele gostinho de “quero mais”. Atualmente, o jogo pode ser adquirido através de um remaster nas lojas digitais para PC (Steam e Epic Store), PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch.
Revisão: Thomaz Farias


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