Uma época em que a lei não tinha muita validade, em que o mais valente ou o mais habilidoso com as armas era quem ditava as regras. Desertos, cactus, clima seco, noites frias nas pradarias e campos; acampamentos de bandidos, assaltos a bancos, diligências e roubo de trens. Este é o clima que os jogadores esperam — e degustam — nos jogos de faroeste, sejam eles clássicos, arcades ou atuais. Esta é minha lista pessoal de grandes jogos de faroeste que vão divertir, surpreender e levar o jogador para uma época incrível da história.
10 – Mad Dog Mcree (1990 – Arcade, PC, Sega Cd, 3DO)
Esse é das antigas, ideal para abrir a lista com um game que brilhou muito nos fliperamas. Com estilo de mira direto na tela (shooter) e filmado inteiramente como live-action — tecnologia que, na época, impressionava — o jogo realmente dava a sensação de estar dentro de um filme.O enredo não poderia ser mais simples: o jogador controla, com a mira, um pistoleiro sem história ou nome, que deve atirar em criminosos fase após fase, até eliminar o próprio Mad Dog McCree e fazer justiça na cidade. Recomendo pela diversão e entretenimento, embora não tenha versões atuais — sendo necessário o uso de emulador ou dos sistemas da época.
09 – Red Dead Revolver (2004 – Playstation 2, Xbox)
O avô do tão premiado Red Dead Redemption 2, desconhecido por muitos jogadores. Seguimos jogando em terceira pessoa com Red Harlow, no Velho Oeste clássico de 1880: um caçador de recompensas envolvido em uma jornada de vingança pessoal. A jogabilidade é truncada e pouco fluida, mas os duelos são divertidos e tensos. Destaque para os cenários fiéis — ainda que com gráficos estilizados — que remetem aos filmes western e mexicanos da década de 1970. Trata-se de um clássico que merece ser revisitadopelo seu contexto de gameplay.Apesar de não ter ligação direta com os demais jogos da franquia, o jogador certamente vai se divertir com os chefes excêntricos e os conflitos cheios de adrenalina.
08 – Wild Guns (1994 – Super Nintendo, Playstation 4, PC, Nintendo Switch)
Um jogo bem estilo arcade, com sistema de mira na tela e controle dos personagens em visual lateral 2D. Mistura elementos do Velho Oeste — bem detalhados para a época — com robôs e tecnologias, criando uma ficção científica ao estilo do filme As Loucas Aventuras de James West. Possui fases divididas em partes, com subchefes e chefes: às vezes grandes, às vezes frenéticos. Destaque para o modo co-op: o jogador pode escolher entre os dois personagens disponíveis, Clint e Annie.Não espere uma história profunda ou memorável, mas sim uma jogabilidade rápida e frenética. Joguei muito a versão de Super Nintendo — talvez a mais conhecida — mas recebi recentemente um post atualizado com melhorias para o Nintendo Switch e o Playstation 4. Vale a pena conferir!
O jogo se destaca justamente pela liberdade de roteiro e por fugir do convencional,oferecendo tiroteios descompromissados, com bons gráficos para a época e uma gameplay que mistura ação do faroeste clássico com o terror assustador atual.
07 – Darkwatch (2005 – Playstation 2, Xbox)
O que poderia ser mais divertido e inesperado do que uma mistura de vampiros, terror e Velho Oeste? Em Darkwatch, o jogador controla Jericho Cross, um pistoleiro vampiro que caça entidades sobrenaturais. Com jogabilidade em primeira pessoa, deve-se eliminar uma ameaça iminente à humanidade. Esqueça qualquer história com sentido real por aqui – e se jogue na ficção, mandando bala freneticamente nos monstros da tela.O jogo se destaca justamente pela liberdade de roteiro e por fugir do convencional,oferecendo tiroteios descompromissados, com bons gráficos para a época e uma gameplay que mistura ação do faroeste clássico com o terror assustador atual.
06 – Call of Juarez: Bound in Blood (2006 – PC, Xbox 360, Playstation 3)
Em uma época marcada por jogos de estilo semelhante, como: Call of Duty, Medal of Honor e Battlefield, a Techland surpreendeu com este faroeste em primeira pessoa. A história se passa em 1864 e coloca o jogador no controle dos irmãos Ray e Thomas, mergulhando na Guerra Civil Americana e passando também por cidades do México. O game inclui duelos empolgantes, situações típicas dos filmes western — como encontro com índios — tudo isso com gráficos excelentes para a época, em muitos momentos bem detalhados. Destaque também para a parte sonora, com sons fiéis de armas, canhões e explosões.
Durante o desenrolar da narrativa, novos personagens e reviravoltas mantêm o jogador engajado. Um game imersivo, com estética gráfica polida e história envolvente — recomendado para todos os tipos de jogadores, mesmo os que não têm familiaridade com jogos de faroeste.
05 – Gun (2005 – Playstation 2, Xbox, GameCube, Windows, Xbox 360, PSP)
Muito antes dos games de faroeste da atualidade, existiu um game que trazia mundo aberto, missões secundárias, captura de bandidos, montarias e muito mais. Esse jogo incrível — que não sei por qual motivo ainda não recebeu um remaster ou até mesmo remake — se chama, simplesmente, Gun. O jogador controla, em terceira pessoa, Colton White, em uma história de vingança no Velho Oeste pela morte de seu pai adotivo, Ned. Com câmera em terceira pessoa — antecipando em muito os feitos de Red Dead Redemption — Gun tem como destaque toda sua jogabilidade, gráficos bons para a época, introdução do sistema de captura de inimigos e muitas missões de ida e volta entre uma cidadezinha e outra.É um jogo que mora no meu coração, pela época em que foi lançado, quando tudo era mato e os jogos de faroeste eram basicamente shooters arcade com histórias rasas. Infelizmente, é um jogo preso às gerações em que foi lançado, mas é muito interessante conferir tudo que ele oferece — e como toda a inovação e detalhes que temos hoje em dia começaram justamente aqui. Um verdadeiro precursor dos sistemas atuais.
04 – Call of Juarez: Gunslinger (2013 – Playstation 3, Xbox 360, PC, Nintendo Switch)
Uma história que mistura os grandes e lendários pistoleiros do Velho Oeste americano — Billy the Kid, Butch Cassidy, Jesse James e tantos outros. Lançado para muitas plataformas, minha versão favorita é a de Nintendo Switch. No entanto, todas as outras, inclusive Xbox 360 e Playstation 3, rodam muito bem, com jogabilidade ótima e momentos épicos — com direito a bullet time. Vamos embarcar na aventura de Silas Greaves, um lendário caçador de recompensas, que, em 1910, entra em um saloon e começa a contar seus feitos.
Mas há um objetivo que só entendemos no fim do jogo — com direito a reviravolta e escolha de final.O destaque aqui, além da ótima história, fica para a excelente dublagem — com todos os trejeitos e sotaques texanos da época — os gráficos em estilo cell shading, os cenários e a narrativa, contada como se estivéssemos ouvindo uma história sentado à beira da fogueira com nosso avô. Possui legendas em português em todas as versões (obrigado, Ubisoft!). O jogador consegue se entreter e se envolver com todos os elementos.
Inclusive, é um jogo tão bom que, frequentemente, eu revisito e faço questão de concluir de tempos em tempos.
03 – Sunset Riders (1991 – Arcade, Super Nintendo, Mega Drive)
Diversão sem compromisso — seja solo ou co-op — esse game leva o jogador para a era de ouro do Velho Oeste É possível escolher entre quatro personagens disponíveis, todos baseados em figuras típicas dos antigos filmes de bangue-bangue O jogo utiliza do estilo side scroller, com o uso também de plataformas, muitos tiros, dinamite e chefes caricatos e memoráveis. Lançado oficialmente para fliperamas, recebeu versões posteriores para Mega Drive.Minha versão favorita é a de Super Nintendo, mesmo com as diferenças que ela apresenta em relação às outras. Colorido, frenético e também difícil em algumas partes específicas, garante, com amigos, momentos tensos e recreativos. Infelizmente, o jogo está preso nas gerações em que foi feito, e também merece um remake — ou, ao menos, um port para as gerações atuais. Quem quiser experimentar deve recorrer emulador ou aos sistemas originais.
02 – Red Dead Redemption (2010 – Playstation 3, Xbox 360 / Remaster 2023 – Playstation 4, Windows, Nintendo Switch
Se você é o tipo de jogador que gosta de entrar de cabeça na história, se apega aos personagens e se envolve com o jogo, esse é o game feito para você, meu amigo.
A história segue como uma continuação direta de Red Dead Redemption 2, passando-se em 1911. Jogando em terceira pessoa, controlamos o ex-pistoleiro John Marston, que, para salvar sua família, deve caçar os membros de sua antiga gangue. Sem dar spoilers, trata-se de um jogo de Velho Oeste com todos os elementos brilhantemente agregados. O jogador passa por várias cidades americanas e também acaba envolvido com a Revolução Mexicana. Cenários fiéis, excelente dublagem, jogabilidade envolvente, com direito a muitos duelos, corridas de cavalo e encontro com os mais variados tipos de personagens que se pode imaginar dessa época.
É um grande desafio escolher entre este título ou seu sucessor nesta lista — existe praticamente um empate técnico. O nível de detalhes dos ambientes, personagens e situações é incrível. A Rockstar criou uma experiência que vai além dos filmes e faz o jogador se sentir realmente no Velho Oeste. Difícil é não gostar de um jogo com esse nível de qualidade. Menção honrosa para sua DLC: Undead Nightmare conta uma história de mortos-vivos nos mesmos cenários. É, literalmente, um pesadelo vivido pelo John — com qualidade técnica igualmente respeitável.
01 – Red Dead Redemption 2 (2018 – PC, Playstation 4, Xbox One)
O grande troféu dourado desta lista vai para um jogo que também está no topo de praticamente todas as listas de melhores games de todos os tempos. Tudo aqui é brilhante e genial: cenários, personagens, história… Cada detalhe e inovação foi colocado carinhosamente no gameplay pela Rockstar. Pode ser jogado em terceira ou primeira pessoa.O jogo se passa no fim da era dos pistoleiros, em 1899, acompanhando a fuga da gangue Van Der Linde em busca de um lugar definitivo que contemple todos eles. Arthur Morgan, personagem principal, é — de longe — um dos personagens mais profundos e interessantes dos games. Mas todo o grupo que o rodeia também recebe um ótimo desenvolvimento, fazendo com que, com o tempo, o jogador se sinta parte de uma família, Você vai torcer por eles, se emocionar, ficar nervoso com tudo que acontece — as perdas e reviravoltas atingem também nossos sentimentos.
A jogabilidade permite uma grande imersão; Por muitas vezes, me peguei apenas passeando a cavalo, observando a paisagem, a vida selvagem e até encontros aleatórios com NPCs que resultam em missões surpreendentemente agradáveis. O enredo esquenta mesmo a partir do terceiro capítulo — e talvez por isso muitos jogadores não chegaram a finalizá-lo. Mas aqueles que o fizeram viveram uma história de redenção, amizade, traição e, principalmente, uma profunda lição de vida e empatia pelo próximo. Obviamente, cada jogador terá sua interpretação pessoal.
E também há espaço para quem só quer jogar e se divertir por horas, deixando a complexidade de lado. Minha recomendação pessoal é: jogue. E, se já jogou, jogue de novo. Uma segunda ou terceira vez revela detalhes incríveis. Vale muito a pena. É, sem dúvida, uma verdadeira obra prima.