Análise: Dragon is Dead é um viciante roguelite de ação para os amantes do gênero

Crie builds poderosas para enfrentar inimigos cada vez mais desafiadores em um mundo fantástico e impiedoso.

em 28/06/2025
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Lançado em Acesso Antecipado em 2024, Dragon is Dead é um roguelite de ação no estilo hack ‘n slash, ambientado em um mundo fantasioso em ruínas, tomado por uma maldição conhecida como Corrupção. Agora disponível em sua versão 1.0, assuma o papel de um herói chamado Sucessor para combater o mal que assola o mundo, utilizando técnicas de combate poderosas para erradicar a Corrupção.

O escolhido dos deuses

O Sucessor é um ser imortal escolhido pelos deuses Lu (luz), Ashuran (fogo) e Harnia (água) para combater a Corrupção que se espalhou pelo mundo após a queda do dragão negro Guernian. Derrotado ao desafiar os deuses, Guernian amaldiçoou a terra em seus momentos finais, dando origem à Corrupção. Sempre que é morto em batalha, o Sucessor renasce mais forte e experiente, com o propósito de se tornar o guerreiro ideal para cumprir seu destino como herói da humanidade.

A jornada do jogador começa em um pequeno assentamento devastado, onde é possível fazer os preparativos iniciais para a próxima investida contra os corrompidos. O objetivo é alcançar o local onde Guernian foi derrotado — considerado a provável origem da Corrupção que consome o mundo.

No entanto, o caminho será desafiador. Munido de armas e habilidades, o jogador enfrentará inúmeras criaturas corrompidas para avançar. A jornada revelará histórias marcantes sobre esse universo arruinado e trará confrontos contra inimigos formidáveis e, por vezes, intimidadores. Com perseverança e coragem, o Sucessor poderá cumprir sua missão e purificar o mundo devastado pela queda do dragão.

Ação desenfreada de qualidade

Dragon is Dead se destaca por sua jogabilidade ágil e um sistema de combate satisfatório. O jogador pode escolher entre três personagens: Spellblade, Berserker e Hunter.

O Spellblade é um guerreiro versátil que utiliza o poder dos elementos para causar dano em área e controlar grupos de inimigos. É o personagem mais equilibrado, ideal para iniciantes.

O Berserker é um lutador feroz, focado em ataques brutos e dano crítico. Suas habilidades exigem um estilo de jogo ofensivo constante para manter suas técnicas ativas e não esfriar o ritmo das batalhas.

Já a Hunter aposta no uso de ferramentas e espíritos da natureza para causar dano adicional. Capaz de realizar ataques à distância, é uma guerreira com abordagem mais técnica, ideal para jogadores que gostam de experimentar diferentes estratégias durante o combate.

Cada personagem possui uma árvore de habilidades extensa, com dezenas de técnicas e melhorias que podem ser desbloqueadas ao subir de nível ou por meio de artefatos mágicos. Esse sistema incentiva a experimentação, seja em uma mesma partida ou após uma derrota, ao recomeçar a jornada com novas possibilidades.

Após dominar um dos personagens, o jogo convida o jogador a usar criatividade e estratégia para montar builds poderosas, que podem transformar a tela em um verdadeiro caos visual ao enfrentar os inimigos.

O avanço no jogo exige que todos os inimigos de uma área sejam derrotados para prosseguir. Ao final de cada região, há um chefe que deve ser vencido. Essas batalhas recompensam o jogador com equipamentos lendários, que normalmente concedem efeitos adicionais às habilidades, orientando a criação de novas builds mais eficazes.

Como um bom roguelite, as primeiras partidas podem ser desafiadoras e até frustrantes. No entanto, com a progressão do personagem, a expansão do assentamento e a obtenção de equipamentos mais poderosos, a sensação de evolução se torna evidente — e a jogabilidade, cada vez mais viciante.

Melhorou com o tempo

Tive a oportunidade de produzir um texto de impressões sobre Dragon is Dead em 2024, quando ainda estava em Acesso Antecipado. Na ocasião, destaquei que o jogo carecia de mais conteúdo, tanto em termos narrativos quanto na variedade e versatilidade dos itens disponíveis — algo natural para um título ainda em desenvolvimento.

Agora, com o lançamento da versão final, a TeamSuneat, responsável pelo desenvolvimento do jogo, entregou muitas das melhorias prometidas, tornando a experiência mais completa e menos "quebrada".

Novos equipamentos foram adicionados, junto a um rework nas habilidades e atributos de itens já existentes, especialmente os de categoria lendária, os mais poderosos. A introdução da Hunter como personagem jogável também trouxe um bom frescor à jogabilidade, oferecendo uma dinâmica distinta em comparação ao Spellblade e ao Berserker.

O conteúdo de endgame, agora implementado, amplia ainda mais a experiência ao premiar o jogador com modificadores que tornam o desafio extremo — quase impossível. É o tipo de conteúdo que os fãs de roguelites e roguelikes adoram, incentivando partidas sucessivas.

A interface dos menus também foi aprimorada. Durante o Acesso Antecipado, o uso do controle — que, aliás, continua sendo a forma recomendada de jogar — não era tão fluido. Agora, a navegação está mais intuitiva. No entanto, a ausência de uma opção de remapeamento de botões ainda incomoda. Jogar um título de plataforma em 2D com o analógico continua sendo uma adaptação estranha, mas dá para se virar.

A localização para mais idiomas foi adicionada, embora ainda não haja suporte para o português. Incluir esse recurso tornaria a história — que tem uma mitologia bastante original — ainda mais acessível e envolvente. Um glossário com informações adicionais sobre o universo do jogo também seria uma adição interessante.

Ainda assim, entre melhorias, ajustes e novidades, o saldo da versão final de Dragon is Dead é bastante positivo. Para quem procura um título com ação intensa, alto nível de desafio e grande rejogabilidade, trata-se de uma excelente recomendação — seja para fãs do gênero ou para quem busca algo novo.

Viciante como um bom roquelite deve ser

Dragon is Dead evoluiu significativamente desde sua estreia em Acesso Antecipado. A TeamSuneat cumpriu boa parte do que prometeu, entregando um roguelite de ação mais polido, recheado de conteúdo e com um combate envolvente. A inclusão de um novo personagem jogável, melhorias na interface e um endgame desafiador tornaram a experiência ainda mais gratificante para os jogadores que gostam de testar seus limites.

Embora ainda haja espaço para melhorias — especialmente na questão da acessibilidade e qualidade de vida — o jogo já se consolida como uma excelente pedida para os fãs do gênero. Intenso, estiloso e com grande potencial de rejogabilidade, Dragon is Dead se mostra uma jornada digna de ser enfrentada várias e várias vezes.

Prós

  • Combate ágil, responsivo e satisfatório;
  • Três personagens com estilos de jogo distintos;
  • Sistema de progressão e construção de builds bem desenvolvido;
  • Conteúdo endgame desafiador e recompensador;
  • Visual estilizado e atmosfera sombria bem construída;
  • Evolução notável em relação ao Acesso Antecipado.

Contras

  • Ainda sem suporte para português;
  • Falta de opção para remapeamento de botões no controle;
  • A ausência de um glossário ou recursos narrativos adicionais dificulta a compreensão da mitologia.
Dragon is Dead — PC — Nota: 8.5
Revisão: Vítor Tibério
Análise produzida com cópia digital cedida pela PM Studios
OpenCritic
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Alexandre Galvão
Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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