Análise: Cyber Citizen Shockman 3: The princess from another world (Multi) revive um jogo de plataforma básico e breve

Com uma duração em torno de uma hora em sua aventura simplista, temos um título válido basicamente por causa da sua platina.

em 16/05/2024

Embora a discussão sobre a melhor forma de relançar jogos antigos seja interminável, é lógico pensar que, qualquer que seja o formato, o “novo” título deve ser bom. Seja refazendo do zero, seja melhorando visuais e adicionando conteúdo significativo, o importante é oferecer algo tão bom (ou melhor) que o original. Dessa forma, haverá jogadores interessados nele.

Infelizmente, Cyber Citizen Shockman 3: The princess from another world não é um bom exemplo de relançamento. Apesar de algumas poucas novidades interessantes e que tornam o game minimamente aceitável, o relançamento tem vários problemas. Conforme vamos conferir nesta análise, o maior deles é o jogo original, cujas deficiências se tornam ainda mais gritantes nos dias atuais.

Uma nova oportunidade?

Até então exclusivo do PC Engine, console também conhecido como TurboGrafx-16, o game de 1992 chegou originalmente via CD-ROM e somente para o Japão. Portanto, o relançamento do game em 3 de maio de 2024 é também a primeira aparição oficial dele no ocidente. O título funciona como uma espécie de emulação do original, com direito a alguns recursos característicos.
O TurboGrafx-16 não fez muito sucesso na América Latina
Eles são uma das poucas qualidades do game: é possível “rebobinar” instantaneamente, assim como criar e carregar salvamentos a qualquer momento. Além disso, temos acesso a trapaças como invulnerabilidade e inimigos que morrem com um só ataque. Todas essas opções são interessantes e permitem uma experiência mais completa.
Temos várias cenas bem legais no estilo anime
Ao começarmos o jogo propriamente, somos apresentados aos personagens principais por meio de cutscenes, dubladas em japonês e com legendas em inglês. Confesso que gostei do estilo visual, que remete aos animes clássicos da década de 90, tais como Tenchi Muyo! e Sakura Card Captors. A história é, à sua própria maneira, bem contada por essas cenas ao longo de cada fase de Cyber Citizen Shockman 3.

Se piscar, já acabou

Os problemas começam quando somos colocados no controle de um dos protagonistas (apenas uma mudança estética, pois ambos funcionam da mesma forma). Além de ir para esquerda ou direita, as ações são limitadas a pular e abaixar, além de apenas dois tipos de ataque. Não existem habilidades, skins, itens especiais, upgrades, ou qualquer outra opção.
Prepare-se para enfrentar muitos inimigos
Para ser justo, é possível aumentar a barra de energia e adquirir vidas extras, mas nada além disso. Ou seja, a jogabilidade de Cyber Citizen Shockman 3 é basicamente a mesma do início ao fim da sua curta campanha. E bota curta nisso, pois é possível terminar o jogo em menos de uma hora, mais rápido ainda se as trapaças forem utilizadas. A experiência é até certo ponto divertida, mas dura tão pouco que decepciona.

As sete fases do jogo funcionam como um jogo de plataforma convencional, no qual o jogador precisa avançar por obstáculos, abismos e derrotar inimigos que surgem pelo caminho. A variedade deles é respeitável, assim como a dos chefes, que oferecem alguma diversão ao serem enfrentados. O problema, repito, é a curta duração desses desafios e a ausência de qualquer incentivo a jogar novamente (salvo um, que falarei ao final da análise).

O jogo tem uma boa dose de chefes
Embora não sejam grande coisa, os visuais são suficientemente legais e trazem uma boa variedade de ambientes. Já o trabalho de som é um pouco melhor, com músicas cheias de energia e uma dublagem muito competente, digna dos visuais em anime que comentei anteriormente. Pena que o jogo seja tão curto e tenha tão pouca variedade, pois existia potencial para explorar em uma aventura mais robusta.

Um jogo nada chocante

Existem algumas leves alterações na jogabilidade ao longo da campanha: em uma fase é possível equipar uma espécie de armadura gigante, enquanto em outra “dirigimos” um inimigo tal como uma nave espacial. É uma pena que esses esparsos suspiros durem pouco, lembrando que os protagonistas em si não apresentam qualquer tipo de evolução ou variação ao longo da campanha.
Aproveite a variação no jogo: ela dura pouco
Por curiosidade, pesquisei sobre os dois títulos anteriores de Cyber Citizen Shockman 3 e descobri que, apesar de ambos serem plataformas, trouxeram experiências bem diferentes. Enquanto o primeiro tinha um mapa com várias fases, o segundo focou em armas com projéteis, no estilo Megaman. A questão é que os dois games são mais longos e contaram com mais variedade que o terceiro.

A única característica realmente positiva de The princess from another world, em relação aos predecessores, são as cutscenes caprichadas. A nova versão de 2024 traz várias ilustrações legais do título original, como a capa do CD-ROM e o manual do jogo. Só faltou alguma forma de tradução, pois todo o material está em japonês.

Vale a pena conhecer esses materiais pela curiosidade
O comentário final fica para os amantes de troféus e conquistas: o game conta com uma platina bastante acessível, que pode ser conquistada repetindo a campanha duas vezes e completando tarefas bem simples. Embora eu não recomende jogos meramente por esse tipo de condição, vale a informação caso o leitor se interesse minimamente pelo título.

Para um público restrito

Embora um relançamento possa ser uma boa oportunidade para jogos antigos voltarem, Cyber Citizen Shockman 3: The princess from another world não é um dos melhores exemplos. Ele até tem alguns pontos positivos, como visuais e recursos de emulação, mas o game original é tão limitado que as poucas novidades não são suficientes. Fica a sugestão para algum fã da franquia e/ou do gênero plataforma, assim como para os caçadores de troféus.

Um clássico que não conseguiu mostrar porque precisa voltar

Prós

  • Jogo de plataforma funcional e acessível, que propicia alguma diversão (muito) breve;
  • Visuais são interessantes, sobretudo nas cutscenes;
  • Diversas novidades como recursos de emulação e extras;
  • Troféus ou conquistas bastante acessíveis.

Contras

  • Duração da campanha é bem curta e praticamente não existem atrativos válidos além dela;
  • Jogabilidade é muito limitada, sem qualquer tipo de evolução e pouca variação.
Cyber Citizen Shockman 3: The princess from another world — PS4/PS5/XBO/XSX — Nota: 5.0
Plataforma utilizada para análise: PS5
Revisão: Heloísa D'Assumpção Ballaminut
Análise redigida com cópia digital cedida pela Ratalaika
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é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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