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Análise: Phantom Fury (PC) entrega ação e nostalgia mesclando o retrô e o moderno

Lute intensamente para salvar o mundo em um game poderia ser um sucesso da Sessão da Tarde.

Phantom Fury é a sequência quase direta de Ion Fury, lançado em 2020 para PC e consoles. Na trama,  descrita como um spinoff do que ocorre muitos anos depois dos acontecimentos do game anterior, Shelly “Bombshell” Harrison está de volta em um novo mundo após despertar de um coma com um novo braço biônico.

A missão dela é recuperar e proteger um artefato altamente perigoso, o lendário Núcleo Demoníaco, das forças opressoras de uma organização militar inimiga que quer usar o objeto para criar armas de dominação mundial. Prepare-se para tomar muito refrigerante  com Shelly em uma intensa jornada pelos EUA, enquanto tenta superar seu próprio passado para salvar o futuro da humanidade.

Tiros, refrigerantes e miolos na parede

Muitos anos se passaram desde a batalha contra Jadus Heskel em Ion Fury, e Shelly Harrison está de volta para enfrentar os inimigos, estourar seus miolos e salvar o dia. Embarcando na estética do jogo anterior, Phantom Fury representa um avanço tecnológico considerável em relação aos visuais e jogabilidade de seu antecessor. Mantendo a nostalgia dos games do final da década de 1990 e início dos anos 2000, o novo projeto da Slipgate Ironworks ainda possui seu charme característico, proporcionado por texturas e polígonos que evocam a nostalgia dos jogadores da época.


Os cenários são mais amplos, os inimigos surgem em maior número e com maior agressividade, e a quantidade de caos na tela em certos momentos é simultaneamente gratificante e assustadora. Os momentos de ação são intensos, mantendo-nos constantemente atentos à tela.

Alternando esses momentos de alta intensidade, em alguns segmentos, devemos guiar Shelly por corredores ou dutos para acessar terminais que fornecem informações úteis para resolver atividades na área, como descobrir senhas de acesso ou desativar torretas defensivas.

Com armas de alto poder de fogo e tecnologia, como seu fiel canhão de mão Loverboy, Shelly conta também com as habilidades de seu novo braço biônico. O membro metálico da ex-policial é capaz de desferir socos poderosos, literalmente explodindo quem estiver na mira de seu punho de aço, e ainda pode criar uma barreira de energia para repelir tiros inimigos. Dessa vez, ela realmente recebeu uma ajuda significativa para combater as ameaças.


O arsenal da heroína pode ser aprimorado em estações que permitem instalar melhorias em seu braço e modos de tiro alternativo para seus armamentos ao custo de nanitos, obtidos por meio da exploração dos cenários. Conforme aplicamos upgrades no equipamento, o gameplay se torna mais divertido, nos estimulando a buscar mais recursos para deixar tudo com o poder máximo.

Ao longo de diversas fases que nos imergem em um clima cinematográfico reminiscente dos filmes de ação dos anos 1990, a ação não se limita ao combate em primeira pessoa, incluindo momentos em que devemos pilotar um jipe através de uma área de floresta ou participar de uma intensa perseguição a bordo de um helicóptero de combate.

Para os entusiastas de ação sem rodeios, Phantom Fury oferece uma experiência completa, satisfazendo a vontade de atirar e desfrutar de frases de efeito, em um entretenimento que resgata o prazer barato proporcionado pelos filmes da saudosa década de 1990.

Nostálgico até certo ponto

Phantom Fury, assim como seu antecessor, destaca-se pela estética que remete aos FPS das décadas passadas. As melhorias substanciais feitas pela Slipgate Ironworks merecem reconhecimento, pois proporcionam ao jogo uma apresentação mais atraente, sem perder sua identidade, para o público atual.

Entretanto, as melhorias visuais podem exigir um hardware mais robusto para rodar o jogo sem contratempos, especialmente em termos de processamento e memória. Mesmo fazendo uso de um sistema que atenda aos requisitos recomendados para Phantom Fury, foram necessários vários ajustes para garantir um desempenho ideal. Apesar dos gráficos não apresentarem um nível de detalhe extremamente elevado, o jogo frequentemente apresentou instabilidades, com quedas significativas na taxa de quadros, chegando até mesmo a fechar inesperadamente em algumas ocasiões.


Problemas pontuais, como a personagem ficar presa em objetos do cenário, também foram observados durante minhas sessões de jogo. No entanto, o sistema eficiente de salvamento automático e a opção de seleção de missões minimizaram o impacto negativo em meu progresso.

A mixagem de som, por sua vez, foi uma experiência parcialmente satisfatória. A trilha sonora característica da época em que o jogo se inspira é envolvente; porém, ao jogar sem fones de ouvido, a música muitas vezes era abafada por outros sons do ambiente, como os efeitos sonoros do arsenal de Shelly ou dos disparos dos inimigos.


Quanto à localização para o português, esta é digna de elogios, mesmo que tenha sido aplicada apenas às legendas e aos menus. As falas de Shelly, cheias de sarcasmo durante os combates, merecem destaque e certamente arrancarão um sorriso dos fãs saudosistas de Duke Nukem.

Melhor que isso, só num monitor de tubo

Phantom Fury representa uma evolução significativa em relação ao seu antecessor, mantendo-se fiel à sua estética nostálgica enquanto oferece melhorias visuais e de jogabilidade. Embora o jogo tenha seus deméritos em questões mais técnicas, ele oferece uma experiência satisfatória aos fãs de FPS com uma pegada mais clássica, especialmente aqueles que apreciam uma estética retrô.

Prós

  • Estética nostálgica que evoca os FPS das décadas passadas;
  • Melhorias visuais e de jogabilidade em relação ao antecessor proporcionam uma apresentação mais atraente;
  • A localização para o português, mesmo que limitada a legendas e menus, foi bem realizada;
  • Shelly é uma personagem carismática com personalidade marcante;
  • O arsenal é variado e bem criativo, com destaque para as habilidades do braço biônico da heroína.

Contras

  • Os problemas de otimização, com instabilidades e quedas de quadros, exigem ajustes nas configurações visuais para obter um melhor desempenho;
  • A mixagem de som desfavorece a trilha sonora, principalmente ao jogar sem um fone.
Phantom Fury — PC — Nota: 8.0
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela 3D Realms

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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