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Análise DLC: GranBlue Fantasy Versus: Rising (Multi) - Passe de Personagens 1 — Ótimas escolhas para rol que já era sólido

O chefão do jogo, uma convidada famosa e um novato bem-humorado dão um novo frescor para um elenco já variado.

Um dos grandes chamarizes de GranBlue Fantasy Versus: Rising foi seu extenso elenco, com uma ótima variedade de personagens. 

Como já é de se esperar nos jogos de luta atuais, mais integrantes são adicionados através dos Passes de Batalha. Neste texto, discorrerei um pouco mais sobre os três primeiros lutadores já lançados: Lucilius, 2B e Vane.

A saber, ao todo serão seis novos personagens adicionados a GBVSR. Além dos três citados acima, Beatrix tem previsão para maio deste ano, enquanto outros dois nomes ainda não revelados chegarão em algum momento em agosto e outubro, respectivamente.

Lucilius, o chefão

O anjo caído, que é o desafio final real de GBVSR, é extremamente forte. Seus ataques básicos causam uma quantidade de dano considerável e ainda possuem bom alcance, graças às suas espadas flutuantes. Entretanto, para que ele não ficasse extremamente apelativo, há algumas desvantagens.

Lucilius é um pouco lento se comparado com a grande maioria do grupo, ficando equiparado aos grandalhões Vaseraga, Ladiva e Soriz. Outro ponto interessante é que suas habilidades especiais, mesmo quando usadas na versão mais fraca, têm um cooldown maior, para compensar o seu poder destrutivo. 

No fim, ele não é muito indicado para jogadores iniciantes, mas os veteranos mais criativos têm uma ótima opção para manter combates a média distância, sem passar aperto com quem gosta de bater de pertinho.

2B, a convidada

A protagonista da série NieR vem com um estilo agressivo e mecânicas únicas, tornando-a um atrativo à parte. Além da barra de Arte Celestial, ela conta com a barra SKL, segmentada em 10 pontos. A intensidade das habilidades usadas determina quantos pontos serão gastos, o que dá uma nova dinâmica para a personagem, mas sem ficar tão desconexo com o esquema de cooldown do resto do elenco.

Seu esquema de combos básicos também é diferenciado, não se limitando ao uso de cada botão até 3 vezes. A androide YoRHa pode realizar sequências de 4 ataques com mais liberdade que os demais lutadores, intercalando golpes carregados e habilidades especiais, e mesmo sem acertar o oponente, todos os ataques do combo são efetuados. 

Isso a torna um perigo na mão tanto de jogadores experientes quanto dos novatos que ainda acionam comandos a esmo só para acertar algumas coisas.

Além disso, 2B conta com diversos movimentos baseados em sua franquia de origem, utilizando a ajuda do seu Pod assistente e até podendo ativar uma sequência de autodestruição, que altera um pouco seu vestuário. Por fim, ela vem acompanhada do tema “Weight of the World”, de NieR:Automata.

Vane, o aspirante

O amigo de infância de Lancelot é um jovem com controles bastante amistosos para os iniciantes. Portando uma alabarda — uma espécie de mistura entre lança e machado, explicando a grosso modo —, ele tem habilidades que podem ser utilizadas em diversas situações.

A principal delas é o controle de espaço, com golpes de médio e longo alcance. Há também recursos que funcionam tanto de maneira defensiva quanto ofensiva. Os ataques ascendentes, por exemplo, pegam os oponentes que gostam de chegar pulando. 

Também é possível utilizar o forte poder defensivo de Vane para colocar um escudo na tela e interromper uma investida adversária enquanto abrimos uma brecha para a nossa. Outro recurso muito interessante é uma forte pancada no chão, que não pode ser interrompida e acumula força ao recebermos dano.

Vane é uma ótima opção para os novatos que quiserem algo um pouco mais temperado que os básicos Gran e Djeeta. Entretanto, não é recomendável adotar uma postura agressiva com Vane, pois quando bloqueado, ele abre brechas enormes para contra-ataques que podem ser fatais.

Grandes acertos e a queda na mesmice do gênero

Além dos personagens novos, vou aproveitar para comentar algumas melhorias e defeitos que as atualizações recentes trouxeram para GranBlue Fantasy Versus: Rising.

A principal delas se refere ao desenvolvimento da experiência com os personagens. Antes éramos obrigados a jogar online horas a fio para subir o nível de experiência deles e, consequentemente, liberar armas e ganhar moedas para gastar na loja.

Agora, jogar o modo Arcade dá uma quantia mais considerável de pontos de experiência. Ainda não são quantias tão abastadas quanto as das batalhas em rede, mas já ajuda a diluir um pouco o foco de atenção.

As missões diárias também dão mais moedas para que o jogador possa usar na loja. A quantia antiga de 150 agora foi substituída por um total de 600, o que acelera o procedimento de adquirir itens cosméticos e os personagens de DLC. Sim, se você investir tempo nas missões, pode completar seu elenco sem gastar nenhum centavo. Isso já foi visto em Street Fighter V, lá atrás em seu primeiro passe de expansão. E, convenhamos, é sempre bom conseguir o máximo de conteúdo poupando nosso suado dinheiro.

Entretanto, GBVSR também caiu na cilada dos jogos de luta modernos. Assim como Street Fighter 6, Mortal Kombat 1 e Tekken 8, foi implementado uma espécie de temporada de recompensas, aqui chamado de Passe de Batalha.

Como de praxe, o jogador ganha pontos por seu desempenho em partidas online, e isso leva a recompensas diversas, como cores e trajes únicos para algum personagem, quantias de moedas, avatares e canções novas. Quem quiser, pode jogar normalmente e ganhar os prêmios da categoria normal, ou adquirir o Passe de Batalha VIP.

Eu não sou fã dessa tendência atual em jogo de luta algum, mas está cada vez mais desmotivador “aproveitar” esses desafios. Primeiro, que o valor do passe VIP é o mesmo de comprar um personagem extra de maneira avulsa para o elenco. Segundo, é que as recompensas do passe normal se resumem apenas a avatares e moedas. Quem quiser liberar os trajes exclusivos, que não aparecem na loja depois, tem que comprar o desbloqueio. Sem contar que os pagantes contam com o dobro de prêmios em relação aos que se mantêm na gratuidade.

Ainda há muitos exploradores para estes céus

A pluralidade do elenco de GranBlue Fantasy Versus: Rising ganha ótimos nomes, ainda mais com uma convidada de peso como 2B. Sem contar que, em comparação com os outros nomes dos jogos de luta lançados entre 2023 e 2024, GBVSR terminará de disponibilizar toda sua onda de DLCs antes e com mais personagens, já que, além deste, apenas MK1 disponibilizou mais de quatro personagens novos, mas com um espaçamento bem maior.

Entretanto, estendo uma enorme bandeira amarela para esse modelo chato de passe VIP que parece que veio para ficar de vez no gênero. Fica a curiosidade para saber como os três personagens que faltam chegar irão performar sua criatividade em combate.

Prós 

  • As jogabilidades de Lucilius, 2B e Vane contêm particularidades interessantes, tornando-os atrativos para novatos e veteranos;
  • É possível comprar todos eles com moedas dentro do jogo, sem recorrer ao dinheiro real;
  • As atualizações tornaram mais fácil ganhar experiência e recompensas com os personagens.

Contras

  • O uso do Passe de Batalha, que literalmente dá o dobro de recompensas para quem paga, é algo que mais dá preguiça do que incentiva o fator replay.
GranBlue Fantasy Versus: Rising — Passe de Personagens 1 — PC/PS4/PS5 - Nota 8.5 
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Heloísa D'Assumpção Ballaminut
Análise feita com cópia digital cedida pela Nuuvem 

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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