Blast Test

Impressões: A Ascensão do Ronin (PS5) mostra potencial de melhores do ano com suas jogabilidade e ambientação de primeira

Os primeiros momentos do game apontam para uma produção de alta qualidade, repleta de desafios e diversão.


Com data de lançamento prevista para o dia 22 de março, A Ascensão do Ronin promete ser um dos maiores lançamentos de 2024. Além de todas as informações e materiais divulgados até então, essa possibilidade é ainda mais reforçada com as primeiras impressões obtidas na abertura do jogo. Vista seu quimono e afie a sua katana, pois vamos conferir um aperitivo deste título que demonstra ser grandioso, competente e belo.

Muita ação...

A Ascensão do Ronin, chamado de Rise of the Rōnin no original em inglês, é um game do tipo RPG de ação, com diversas pitadas do gênero soulslike. Isso fica claro logo nos primeiros combates: é preciso entender a cadência de cada inimigo para enfrentá-lo, equilibrando ataques, esquivas, defesas e contrafulgores. Esse último, mais conhecido como parry, permite interromper investidas e criar aberturas.
Um Japão em ebulição nos espera
É importante deixar claro que o jogo apenas pega emprestado elementos de títulos como Dark Souls, oferecendo uma experiência única. Algo como Star Wars Jedi, que também sabe equilibrar suas próprias ideias com elementos já tradicionais. Fiquei realmente impressionado com o ótimo equilíbrio das lutas que encontrei nessa parte inicial do game.

O jogador tem um leque de recursos para utilizar durante os combates além dos movimentos que já comentei anteriormente, incluindo ataques furtivos, um versátil gancho com corda, projéteis como shurikens e armas de fogo, entre outros. Isso torna o game mais acessível, personalizável e menos punitivo, sem abrir mão de uma experiência emocionante.
Confesso que tive (e ainda tenho) alguma dificuldade em acertar o tempo certo dos contrafulgores, mas pouco a pouco estou pegando esse timing. Vale lembrar que a produtora do game é a Team Ninja, responsável por jogos com combates de primeira, como Nioh e Ninja Gaiden. Ou seja, é preciso ter reflexos rápidos para usufruir de toda a experiência radical de A Ascensão do Ronin.

... sem esquecer do RPG

Antes de falar mais sobre a jogabilidade e mecânicas, quero voltar um pouquinho na ordem das coisas. Fiz isso porque eu queria falar logo sobre a jogabilidade, que me impressionou bastante, mas preciso comentar que o jogador tem uma tarefa antes de começar a construir a sua história: criar o seu personagem, com direito a cabelos, detalhes do rosto, porte físico e muitos outros atributos.
As customizações são bastante interessantes
Não chega a ser um nível de customização absurdo como os RPGs mais tradicionais, mas é respeitável. A Ascensão do Ronin se passa por volta de 1863, no Japão, então as vestimentas e acessórios refletem a localidade e o seu período histórico, povoado por samurais, ninjas e estrangeiros. Essa versatilidade na customização também se estende ao estilo de luta do personagem.

Após definir a parte estética, é preciso determinar o estilo do personagem e as suas armas principal e secundária. Quanto ao primeiro elemento, temos opções que valorizam fundamentos como agressividade, recursos e negociação; em outras palavras, é possível focar em combates francos, versatilidade em utilizar equipamentos ou remédios, e lábia para resolver certas situações. Quanto às armas, temos odachi (espécie de espada gigante), espadas duplas, lança, katana e arma de haste, cada uma com seus golpes, vantagens e desvantagens.
O jogo promete bastante emoção...
Agora, alguns pitacos sobre a história, observando a necessidade de evitar spoilers: o relacionamento entre o protagonista e sua companheira é abordado logo no começo da história, assim como o grupo secreto de guerreiros ao qual eles pertencem. Gostei das dinâmicas entre a dupla, algo com repercussões profundas tanto em termos de enredo quanto de jogabilidade, e como tudo se encaixa com o turbulento período vivido pelo Japão na época.

Logo após uma sequência emocionante, ainda que um pouco corrida — e que por isso perde parte da sua relevância —, o jogador finalmente pode acessar o mundo aberto do jogo. Isso inclui as missões principais, secundárias e todos os demais passatempos, como afagar gatinhos, rezar em templos e visitar localidades interessantes. Com uma espécie de planador, o gancho com corda e um fiel cavalo, a exploração é divertida e envolvente.
... assim como cenários muito bonitos
A perspectiva é de uma história interessante e com flexibilidade para ser moldada de acordo com as decisões do jogador. Ainda não tive grandes decisões para tomar, mas é possível notar que alguns diálogos podem se desenvolver de formas únicas de acordo com as habilidades e gostos de quem está no controle. Escolher entre a campanha e as demais opções pode ser difícil, mas é porque ambas as alternativas são sempre divertidas.

Para a nova geração

Um ponto importante de A Ascensão do Ronin é a sua exclusividade para o PlayStation 5. Ou seja, o bom e velho PS4 ficou de fora, algo que aponta para uma produção de melhor qualidade, inviável para a geração anterior de videogames. Nesse quesito, esse trecho inicial do game é muito feliz em mostrar grandes paisagens, incluindo campos repletos de vida e cidades movimentadas, com os devidos detalhes e animações.
Temos gráficos muito bonitos e uma execução agradável, adequada para combates rápidos e com diversos efeitos diferentes. O mesmo vale para os personagens, com seus rostos, movimentos e animações, e para os demais efeitos visuais, que proporcionam os já elogiados combates. Gostei do que vi desses aspectos, sobretudo nas cutscenes bem produzidas.

Os tempos de carregamento parecem adequados para o PS5, assim como o trabalho de áudio nas dublagens (somente em inglês e japonês, com textos em português brasileiro) e nos efeitos sonoros. As músicas são muito boas e embalam bem a jogatina; minha única ressalva é que as lutas poderiam ter melodias um pouco mais radicais, condizentes com o dinamismo dos combates.
Que venha o lançamento!
Antes de concluir, quero deixar claro que existem vários outros elementos que tiveram de ficar de fora deste texto. Mais uma vez sem maiores spoilers, afirmo que eles são, em sua maioria, incríveis, e espero encontrar ainda mais surpresas positivas conforme vou conhecendo o restante do game. O negócio é esperar até o dia 22 de março para conferir A Ascensão do Ronin no PlayStation 5 na sua totalidade, assim como a sua análise aqui no GameBlast.

Revisão: Ives Boitano
Texto de impressões redigido com cópia digital fornecida pela Sony


é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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