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Análise: The Rumble Fish + (Multi) — Um port tardio e curioso, mas que tem seu valor

Um clássico dos arcades nipônicos finalmente ganha um lançamento oficial, mas sofre com os sinais da idade.

The Rumble Fish foi uma das pérolas dos jogos de luta do começo dos anos 2000, mas ficou restrita à parte oriental do planeta. Para piorar, sua presença foi sufocada por alguns de seus contemporâneos, como Tekken 5, Mortal Kombat: Deception, Samurai Shodown 5 Special e SoulCalibur 3.

Para trazer este tesouro esquecido à luz dos jogadores atuais, no final de 2022 foi relançada a obscura sequência The Rumble Fish 2. Agora, para apresentar a obra original a quem não conhecia suas origens, chega o port The Rumble Fish +, marcando o primeiro lançamento oficial do título para o resto do mundo.

Peixe pequeno

The Rumble Fish + conta com um elenco modesto de nove lutadores — e um chefe secreto —, mas uma mecânica até que decente. Nossa barra de especial possui duas partes, uma para a técnica ofensiva e outra para a defensiva. Completar ambas possibilita o uso do golpe máximo do nosso personagem.

O sistema de combos é dinâmico e intuitivo, sendo possível conectar qualquer um dos botões de ataque fraco com os de ataque forte na sequência, finalizando com um especial, ou até aumentando o volume do dano causado. A maioria dos personagens funciona dessa maneira, dadas as devidas variações de golpes especiais.

O ritmo de jogo mais pausado e as animações mais travadas, que eram bastante chamativas em 2004, também mostram as rugas da idade, parecendo um pouco ultrapassadas. Ainda assim, elas conseguem ter um certo charme graças à combinação de sprites coloridos em 2D com cenários tridimensionais.

Justificando o Plus

Para tentar desviar da pecha de ser um mero port de duas décadas, The Rumble Fish + trouxe alguns incrementos modestos. O principal deles é o modo online, com direito ao uso do rollback netcode. Também é possível salvar os replays de cada luta e assisti-los quando quiser. Infelizmente, no meu tempo analisando o game, não consegui encontrar outros jogadores para testar a estabilidade das partidas em rede.

Para não ficar totalmente na falha, o modo treino também trouxe algumas opções bacanas, como programar o rival para fazer sequências pré-determinadas, e assim realizarmos práticas mais situacionais. Não é algo inovador, visto que vários títulos recentes possuem esse recurso, mas não deixa de ser uma inclusão válida.

Outra característica bacana é que, para cobrir as faixas pretas das laterais da tela, podemos colocar a lista de comandos dos personagens. É um recurso visual interessante, que ajuda a trazer um pouco da “alma de fliperama” que sempre rodeou The Rumble Fish.

Para encher a prateleira

Ter The Rumble Fish + à disposição é bom para quem sempre quis matar a curiosidade, mas não estava afim de recorrer a emuladores diversos. Ainda assim, nos dias de hoje ele se torna insosso perto de tantas opções disponíveis. Pelo menos seu preço baixo serve de incentivo para os entusiastas e fãs do gênero o adquirirem sem culpa.

Prós

  • Mecânica de jogo simples e de fácil aprendizado;
  • Finalmente um lançamento original de um título que ficou por muito tempo restrito ao Oriente;
  • Os gráficos coloridos até têm um certo charme;
  • É possível colocar o comando dos personagens na lateral da tela;
  • Modo treino bastante completo.

Contras

  • Tanto suas animações quanto o ritmo de jogo mostram o quanto ele é datado;
  • O modo online, principal motivo do port, está vazio;
  • Tem pouco a oferecer perto de outros concorrentes.
The Rumble Fish + — PC/PS4/Switch/XBO — Nota 6.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital adquirida pelo redator

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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