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Análise: The Rumble Fish 2 (Multi) — Venha pela curiosidade, fique pela nostalgia

Título resgatado dos arcades japoneses é uma ótima lembrança da era Atomiswave, mas poderia ter recebido uma atualizada.

Em meados de 2004, The Rumble Fish foi lançado para os arcades e para PlayStation 2 — para o Dreamcast também, mas como homebrew. Ou seja, a versão do console da Sega foi feita de maneira caseira e não licenciada. 

Mesmo restrito ao Japão, o título ganhou uma sequência, que também ficou só pelos fliperamas nipônicos. Após 17 anos, chegou a hora do resto do mundo conhecer The Rumble Fish 2, de maneira oficial e sem ports feitos em um porão escuro.

Entre ataque e defesa

Por mais que The Rumble Fish 2 já tenha quase duas décadas de idade, sua jogabilidade não difere nada de alguns títulos de luta 2D que temos atualmente, como Melty Blood e Under Night. Ou seja, temos comandos gerais para todos os personagens, com algumas leves variantes, como na execução dos ataques finais, e é aí que temos algumas adições bacanas.

Contamos com duas barras tripartidas, uma ofensiva (vermelha) e a outra defensiva (azul), e cada uma delas pode ser usada para os recursos Offensive Art, Defensive Art e Critical Art.

Os Offensive Arts gastam um segmento da barra ofensiva e é um ataque especial básico mais forte, que pode ser usado para causar um dano considerável ou encerrar um combo. Os Defensive Arts gastam dois segmentos da barra defensiva, e são ideais para interromper sequências rivais, podendo ser executados durante o bloqueio ou enquanto tomamos dano. 

Os Critical Arts são os golpes supremos e só podem ser executados quando as duas barras estiverem preenchidas, piscando em verde.

Por fim, outra carta na manga que dá uma incrementada nas características de cada lutador é o Boost Dive. Ele serve para maximizar as habilidades únicas de cada um, que variam entre usar outras barras, capacidade mágica e até um sistema de resfriamento.

A composição desse sistema ajuda a quebrar a mesmice que os jogadores podem sentir com a estrutura básica de combos, que é a mesma para todos. 

Um look nostálgico, mas um pouco ultrapassado

The Rumble Fish 2 foi lançado para arcades na placa Atomiswave, que trazia ótimos jogos que misturavam sprites em 2D com ambientações tridimensionais. Alguns dos expoentes dessa geração são Dolphin Blue e Metal Slug 6.

Em matéria de jogos de luta, foi nessa época que foram concebidos Guilty Gear Isuka e X, Samurai Shodown VI, Neo Geo Battle Coliseum, The King of Fighters XI e Fist of North Star (Hokuto no Ken). Ou seja, a barra de excelência sempre foi altíssima.

The Rumble Fish 2 tenta manter esse padrão, mas por se tratar apenas de um port, percebe-se que seus visuais mereciam um pouco de polimento, pois não envelheceram tão bem, mesmo com as cores vibrantes e chamativas.

O mesmo pode-se dizer do ritmo de jogo. Quem é fã da frenesi dos combates bidimensionais, poderá se incomodar com o andamento mais lento dos movimentos.

Outra parte da nostalgia que deixa um gosto agridoce são as lutas secretas. Além da chefe Beatrice, existem dois oponentes que só podem ser encontrados sob circunstâncias específicas: Greed e Hazama. Além de serem combates bem complicados, eles só podiam ser desbloqueados com códigos inseridos no sistema de inicialização da placa do Arcade.

Adivinhem o que aconteceu? Pois é, os três podem ser usados, e tem até um espaço na galeria, com direito a final e artes conceituais, mas quem quiser usá-los terá que fazer a compra por fora, pois eles viraram DLCs. Não custava nada permitir o uso desses personagens após derrotá-los, mas optar por esse método também não é surpresa nenhuma.

Referente a modos de jogo, temos os clássicos básicos Arcade, Time Attack, Survival e Treino. Também é possível realizar combates contra um amigo de maneira local ou em rede, mas como recebi a chave antecipadamente, não foi possível encontrar nenhum rival on-line durante o tempo desta análise.

Obrigado pelo peixe!

The Rumble Fish 2 é uma experiência muito válida, tanto pela raridade do título em si quanto pelo legado que carrega e sua mecânica de fácil compreensão. Entretanto, quem já está acostumado com títulos mais atuais e complexos pode não se empolgar muito com ele.

Prós

  • Mecânicas simples e universais para todos os personagens, mas com variações únicas de cada um;
  • Cores vibrantes;
  • Poder jogar um título raro de maneira oficial é sempre uma boa.

Contras

  • O visual não envelheceu tão bem se comparado com outros títulos da mesma época;
  • Colocar os chefes como DLC pago;
  • Ritmo um pouco mais lento em comparação com outros jogos em 2D;
  • Algumas vezes jogo congela por segundos após sair da pausa.
The Rumble Fish 2 — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota 7.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Vitor Tibério
Análise feita com cópia digital cedida pela 3GOO K.K.

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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