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Análise: Darkest Dungeon II: The Binding Blade (PC) traz mais opções táticas em uma expansão modesta

Este pacote de conteúdo adicional é simples, porém oferece boas possibilidades.


Darkest Dungeon II é uma sequência que ousou ao mudar boa parte dos sistemas, ao mesmo tempo em que manteve a atmosfera desesperadora e sufocante. O jogo é bem robusto e variado, principalmente no que diz respeito às classes de heróis disponíveis. The Binding Blade, a primeira expansão do título, incrementa o elenco com dois personagens, além de incluir também um minichefe inédito. Apesar de básico, o DLC é interessante o bastante para instigar os jogadores a experimentar novas partidas.

Uma nova dupla na luta contra o desespero

A grande atração de The Binding Blade são os dois novos heróis. A espadachim Duelista é uma novata no universo de Darkest Dungeon e seu estilo de combate é versátil: ela é capaz de alternar entre posturas defensivas e ofensivas enquanto muda de posição e desfere contra-ataques. Já o Cruzado, um dos favoritos dos fãs, está de volta com sua grande resistência a dano e ataques poderosos.

Assim como os outros personagens, os dois guerreiros têm berloques exclusivos, trama de origem e três versões alternativas com características distintas. O conteúdo é bem elaborado, contando com ótima dublagem nos momentos de história, modelos de personagens bem construídos e animações detalhadas. No fim, fiquei com a sensação de que as adições pareciam ser naturais no mundo do jogo.

Dois heróis, muitas possibilidades

Das adições, a Duelista é a mais notável. A esgrimista tem mecânicas flexíveis e únicas, o que permite montar estratégias interessantes. Certas habilidades conferem a ela uma postura que altera seus movimentos. Ao estar focada no ataque, por exemplo, a garota é capaz de ignorar defesas dos inimigos e desferir contra-ataques, o que se revela uma grande vantagem contra monstros resistentes. Quando está na pose defensiva, sua agilidade aumenta e certas técnicas a movem para a retaguarda, onde é menos propensa a ser atacada.

No começo achei difícil utilizar a Duelista, pois ela se movimenta constantemente durante os embates e muitos de seus ataques dependem de posturas específicas para serem efetivos. Mas depois de algumas partidas, entendi que o estilo de jogo dela é focado em alteração constante da formação, então fiz algumas adaptações. Com isso, ela se tornou uma dançarina letal capaz de golpear de praticamente qualquer posição. Só não achei muito viável sua habilidade de contra-ataque, pois sua vida e defesa baixas impedem que ela se arrisque tentando revidar às investidas dos inimigos.


O Cruzado é pensado para ser utilizado na linha de frente por causa de sua grande defesa e vida. O que o diferencia de outros tanques do jogo é a sua capacidade de prover suporte ao resto do grupo com habilidades que curam ou diminuem o estresse. Além disso, o guerreiro tem à disposição muitos ataques que infligem estados negativos nos inimigos, como atordoamento ou queimadura.

Incluir o cavaleiro em um grupo é fácil, bastando colocá-lo nas posições de vanguarda para aproveitar suas principais características. Apreciei sua alta capacidade de defesa, assim como sua boa diversidade de técnicas ofensivas. Porém, seu real potencial só é revelado ao liberar suas habilidades adicionais, pois o conjunto inicial é básico demais.



Em uma longa busca pelo Cruzado

Um detalhe curioso de The Binding Blade é o fato de ser necessário completar uma missão para liberar o Cruzado. A tarefa tem inúmeros passos que precisam ser completados em partidas distintas, ideia essa completamente inédita em Darkest Dungeon II. O último desafio da jornada é derrotar o Senhor da Guerra, um novo minichefe poderoso capaz de derrotar facilmente grupos mal planejados.


Achei interessantíssima a ideia de incluir uma missão cujas etapas são numerosas e persistem entre as tentativas, pois isso traz a sensação de uma jornada mais ampla, além de expandir também um pouco da mitologia deste universo. No entanto, completar os passos acaba sendo mais complicado do que deveria, pois as dicas são vagas demais — só consegui avançar depois de pesquisar nos fóruns de discussão. Além disso, a missão é um pouco longa demais, exigindo muitas partidas para finalmente liberar o personagem. Condições mais brandas tornaram a experiência mais agradável.



Um acréscimo razoável

Darkest Dungeon II: The Binding Blade é uma expansão competente, apesar de sua simplicidade. A adição dos dois novos heróis, a Duelista e o Cruzado, traz uma dinâmica interessante ao jogo, com mecânicas flexíveis e estratégias únicas. O conteúdo relacionado à dupla transborda qualidade com boa dublagem e visuais elaborados.

A missão para desbloquear o Cruzado adiciona um toque de novidade com sua estrutura singular contendo um chefe no final. No entanto, a complexidade e extensão da tarefa acaba deixando a tarefa desnecessariamente cansativa.

No mais, The Binding Blade enriquece Darkest Dungeon II com novas possibilidades táticas e conteúdo bem produzido, consolidando-se como uma adição valiosa a este universo sombrio.

Prós

  • Os dois novos heróis têm estilos bem distintos, o que expande as opções estratégicas;
  • O minichefe é uma boa adição para quem gosta de um bom desafio.

Contras

  • A missão para desbloquear o Cruzado e o minichefe é desnecessariamente trabalhosa.
Darkest Dungeon II: The Binding Blade — PC — Nota: 7.0
Revisão: Juliana Piombo dos Santos
Análise produzida com cópia digital cedida pelo Red Hook Studios


é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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