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Análise: Ion Fury: Aftershock (PC) é uma expansão fundamental ao boomer shooter da Voidpoint

Junte-se à Shelly “Bombshell” Harrison em sua nova aventura atrás do maligno Dr. Huskel.


Depois de uma longa espera, Ion Fury: Aftershock, DLC do popular boomer shooter de 2019, foi lançado este mês para PC. A expansão traz consigo 15 fases para serem exploradas, contando com novas armas, inimigos e puzzles para serem resolvidos, além de aplicar mudanças ao jogo base.

Mais tiros, porrada e bombas

A campanha de Aftershock começa após o final do jogo base. Shelly está comemorando sua vitória em cima do seu arqui-inimigo, Dr. Huskel, em um bar. No entanto, sua celebração é interrompida por seu rival, que explode todos os arredores do local enquanto pilota uma poderosa máquina voadora.

Shelly descobre que Huskel não foi preso por seus crimes e agora está solto e buscando vingança. Armada com seu revólver, a protagonista vai atrás de Huskel para acabar com ele de uma vez por todas.




Assim como a campanha principal, Aftershock não se esforça para criar uma história envolvente. Quaisquer alternativas para explicar o contexto, como cutscenes e diálogos, ocorrem com pouca frequência e se resumem a breves momentos ao longo da campanha. No fim das contas, a nossa preocupação é apenas atirar em tudo o que se move.

O DLC traz 15 novas fases, agora um pouco mais abertas e verticalizadas em relação ao jogo base, mas com a mesma dinâmica apresentada anteriormente: ao explorar os cenários, precisamos derrotar diversos inimigos até encontrar os cartões coloridos que nos dão acesso ao próximo trecho. Além disso, elas possuem uma distribuição de itens de cura, armas e munição mais balanceada, tornando a experiência mais agradável para os jogadores.

No entanto, um problema que ainda persiste é a presença de trechos de plataforma que exigem precisão. A jogabilidade frenética é muito boa para os momentos de ação, mas péssima para realizar saltos. Dessa forma, alguns trechos se tornam extremamente frustrantes por causa do excesso de falhas.




Temos como novidade também a adição de três novas armas e uma série de inimigos para dar uma variedade maior à gameplay. Essas adições são fundamentais para quem resolver experimentar o DLC logo após a campanha principal, que tende a ficar um pouco repetitiva com o tempo.

Outra mecânica incluída no conteúdo adicional é a presença da Hoverbike, que traz trechos de ação intensos em cima de uma motocicleta. Esses momentos são extremamente divertidos e ajudam a variar a gameplay sem quebrar o ritmo frenético da aventura. 



Revitalizando o jogo antigo 

Um dos pontos mais legais de Aftershock é ver que seu desenvolvimento foi focado em entregar um conteúdo com base nas críticas recebidas em Ion Fury, em que muitas delas envolviam sua dificuldade excessiva, a duração longa e a variedade de inimigos.

Agora, os itens estão sendo distribuídos de forma que a falta de munição não ocorra com tanta frequência. Assim, o jogo se torna menos frustrante e permite que o jogador arrisque mais e pense menos na hora do combate. As fases, mais abertas, estão mais interessantes de serem exploradas por conta da maior sensação de liberdade e contam com Easter eggs espalhados por toda a parte.




As armas e os inimigos introduzidos também ajudam a variar a jogatina, dando novas alternativas de enfrentamento e aplicando uma dinâmica diferente ao confronto. Neste sentido, todas as mudanças foram muito positivas, pois mesmo que a sua duração seja semelhante à do jogo original, Aftershock não se torna enjoativo com o tempo.

A melhor parte, no entanto, envolve o Arrange Mode, que traz essas melhorias aplicadas ao jogo base. Todas as 28 fases receberam alguma reformulação, sejam novos cenários, inimigos ou itens. Dessa forma, é como se os jogadores recebessem 43 novas fases para explorar. Acredito que esse modo é mais interessante para os jogadores veteranos, que podem revisitar a campanha principal e ter uma experiência renovada.



Para novatos e veteranos

Ion Fury: Aftershock traz uma quantidade generosa de conteúdo ao boomer shooter da Voidpoint, amenizando alguns dos problemas apresentados no jogo base e mantendo todas as suas virtudes. As novas fases, armas e inimigos trazem um ar de novidade, ao mesmo tempo que sua estrutura nostálgica se mantém intacta e mais agradável. Mesmo que alguns pequenos problemas persistam, Aftershock é uma expansão mais que recomendada aos fãs do gênero.

Prós

  • As novas fases estão mais abertas e interessantes de serem exploradas;
  • A adição de armas, inimigos e os trechos com a Hoverbike ajudam a dar uma variedade à gameplay;
  • O Arrange Mode modifica a campanha principal, aplicando diversas melhorias como a introdução de novas áreas e redistribuição dos itens pelos cenários.

Contras

  • Ausência de história;
  • O DLC apresenta a mesma dinâmica de cartões do jogo base;
  • Os trechos de plataforma são frustrantes por conta da jogabilidade que não combina com a ação frenética do jogo.
Ion Fury: Aftershock — PC — Nota: 8.5
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise feita com cópia digital cedida pela 3D Realms


É engenheiro geólogo, graduando em Engenharia Ambiental, entusiasta de novas tecnologias e apenas mais um mineiro que não vive sem café e pão de queijo. Gosta de aproveitar o tempo apreciando RPGs, relaxando em simuladores de fazenda e curtindo uma boa música em jogos de ritmo.
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