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Análise: Ratchet & Clank: Em Um Outra Dimensão (PC) é um dos ports mais necessários da Sony

Franquia faz sua estreia nos PCs com um jogo que esbanja a potência da nova geração.


Por muitas vezes subestimada, Ratchet & Clank é uma das franquias mais antigas e tradicionais da Playstation. Com mais de dez títulos espalhados entre as diversas gerações do console da Sony, a dupla intergaláctica conquistou fãs pelo mundo inteiro, se reinventou e ganhou até espaço nas telonas com o filme de 2016. 

Agora as aventuras do Lombax e do robô chegam para o público do PC com Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão, o que abre portas para mais uma leva de jogadores que podem se encantar e apreciar uma franquia única e até então escondida por trás das grades da exclusividade.

Antes de tudo, um bom port



A Sony recentemente teve problemas com grandes exclusivos que chegavam nos PCs com uma péssima performance. O mais recente deles, The Last of Us: Part I (PC) foi um verdadeiro fiasco tecnológico. Esse problema  não é incomum para o público, já que games como Redfall (Multi), Star Wars: Jedi Survivor (Multi) e Remnant 2 (Multi) também vieram com suas falhas de otimização.

Entretanto, quando falamos de clássicos do PS esse problema é elevado por macular obras que, muitas vezes, são tidas quase como impecáveis, como o próprio lançamento de TLOU. Esse exemplo causou uma péssima impressão, quando na verdade deveria ter apresentado o produto para novas audiências.




Felizmente, não é o caso do port de Ratchet & Clank, que foi feito pela Nixxes, empresa com um saldo bem positivo nesse ramo, já que também foi responsável pelos aclamados Marvel's Spider-Man Remastered (PC) e Marvel's Spider-Man: Miles Morales (PC).

Assim como os dois games do aranha já citados, Em Uma Outra Dimensão tem diversas opções de gráficos que abrem um grande leque de customização para otimizar o desempenho. Além dos famosos DLSS e FSR, o game também conta com as mais diversas opções gráficas, algo que faltou em lançamentos mais recentes como o já mencionado Remnant 2.

E para quem tem controles como o do Xbox Series S, o game tem compatibilidade total e sabe usar muito bem as vibrações e gatilhos adaptáveis, tornando a experiência ainda mais imersiva. Os recursos do DualSense também são bem aproveitados para quem joga com o cabo conectado.

SSD vs HDD: uma falsa polêmica?



Em 2020 o diretor da Insomniac, Marcus Smith, afirmou que o game tinha sido criado por causa da tecnologia do SSD do PS5, que permitia transições instantâneas que não poderiam ter sido feitas na geração passada. 

Com o lançamento do game no PC, a comunidade se atentou que nas especificações o SSD era apenas recomendado, não sendo um requisito básico. Isso levantou a questão sobre a fala de Smith poder ser falsa. 

Diversos canais no YouTube testaram o jogo e fizeram comparativos de HDD vs SSD. Muitas pessoas afirmando que a Insomniac mentiu, outras de que ela estava certa. O que foi visto nos testes é que, sim, é possível jogar o jogo em um HDD da época do PS4. Entretanto, a experiência é severamente prejudicada, tendo telas de longo carregamento nas transições do jogo. 




Eu pessoalmente testei com um SSD Sata básico de apenas 500mb de transferência e tive ótimos resultados. Comparando com o PS5, tive em média 3 segundos de diferença pros carregamentos do console.

No geral, não acredito que exista tanta polêmica nessa questão: de fato o jogo foi pensado para o SSD, houve um exagero do diretor em inferir que apenas o SSD do PS5 fazia o projeto funcionar em sua totalidade, já que hoje sabemos que um SSD básico dá conta do recado. Uma coisa é certa, o game veio para cravar mais uma vez o sepultamento dos HDDs para jogos modernos.

Belo, divertido e encantador



Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão é uma verdadeira experiência de nova geração. Os gráficos, mesmo sem o famoso Ray Tracing, são de encher os olhos. Testei em Full HD e também em 4k, e em ambos casos o game não deixa de surpreender com seus visuais.

A história tem semelhanças com roteiros clássicos de empresas como a Disney e a Pixar, com uma simplicidade que vai agradar as crianças, mas que também abre margem para interpretação de públicos mais velhos. Toda a ameaça do Nefarius e seu regime totalitarista é uma ótima analogia para governos fascistas que vimos ao longo da história da humanidade. É inegável que o sistema do Imperador vs Resistência tenha uma pontinha de Star Wars como inspiração.
A dublagem em português está entre uma das melhores da indústria e traz toda a densidade que os personagens precisam, seja com a voz determinada e heróica de Rivet ou o tom robótico e monótono hilário de Clank. 

Apesar das críticas, eu pessoalmente achei a duração perfeita, levei cerca de 10 horas para terminar a história principal sem coletar todos os segredos e missões secundárias, só foquei em terminar os desafios da arena. A única parte na qual faltou inspiração foi o design e mecânica dos chefões, que começa a se repetir bem cedo no game. Os inimigos também não trazem tanta variedade.

Prós:

  • Visuais belíssimos;
  • História divertida e descompromissada;
  • Gameplay fluido e dinâmico com diversas armas e upgrades;
  • Ótimo uso de controles no PC;
  • Dublagem com um ótimo elenco.

Contras:

  • Pouca variedade de inimigos;
  • Chefões previsíveis;
  • Alta quantidade de oponentes com reskin: o mesmo inimigo apenas com o visual levemente alterado.
Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão – PC – Nota: 9.0
Revisão: Juliana Piombo dos Santos
Análise produzida com cópia digital cedida pela Sony Interactive Entertainment

Redator publicitário em tempo integral e amante de games nas horas vagas. Provavelmente aprendi a segurar um controle mais rápido do que uma mamadeira. Cresci com os maiores clássicos da Big N como Zelda, Mario e Pokémon. Hoje aproveito os pequenos momentos de descanso da vida corrida para me perder em Hyrule, em uma Tóquio pós-apocalíptica ou em um mundo de encanadores e cogumelos.
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