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Análise: Hyper Meteor (PC/Switch) é pura ação arcade minimalista e viciante

Exploda meteoros e naves neste título indie frenético e divertido.


Hyper Meteor prova que as ideias mais descomplicadas têm a maior chance de serem viciantes. Para sobreviver no jogo, lançamos nossa nave nos inimigos para destruí-los, em um misto curioso de shoot ‘em up e sobrevivência. A pegada é arcade, com partidas rápidas e foco em conseguir altas pontuações, sendo perfeito para jogatinas curtas. Essa agilidade, em conjunto ao visual minimalista, cria uma experiência difícil de largar. Lançado originalmente no Playdate, um inusitado portátil monocromático que conta com uma pequena manivela, o jogo chega a mais plataformas em uma versão expandida.

Batendo de frente nos perigos

O conceito principal de Hyper Meteor é bem simples: no controle de uma nave sem armas, precisamos nos chocar aos pontos fracos dos inimigos para derrotá-los. As vulnerabilidades dos oponentes estão nas partes claras de seus corpos, já os trechos escuros são fatais, bastando um único toque para destruir nossa nave. Bombas podem ser lançadas para limpar a tela, sendo um recurso perfeito para sair de uma situação complicada.





O foco está em sobreviver o máximo possível enquanto tentamos obter grandes pontuações. Um multiplicador aumenta conforme explodimos inimigos em sequência em um curto intervalo de tempo, então é essencial ser ágil para conseguir muitos pontos. Naturalmente, no avançar da partida, as coisas ficam mais complicadas com a introdução de mais oponentes e novos tipos de perigos. É possível aproveitar o título na companhia de um amigo no multiplayer local para dois participantes.

O jogo conta com quatro diferentes modos que exploram as mecânicas de maneiras levemente diferentes. No modo Infinito, precisamos sobreviver a ondas de inimigos cada vez mais intensas — recebemos novas vidas e bombas ao alcançar certas pontuações. Na modalidade Meteoro, aparecem oponentes que só podem ser derrotados ao detonar explosivos que aparecem pela área de jogo. No Contagem Regressiva, somos desafiados a conseguir a melhor pontuação possível em três minutos. Por fim, no Hordas o objetivo é derrotar 40 ondas fixas de inimigos.



Em partidas ágeis e viciantes

Hyper Meteor me conquistou com sua ideia fácil de entender e quando dei por mim já estava fissurado em tentar alcançar pontuações altas. Chocar a nave nas partes vulneráveis dos inimigos parece trivial, mas a quantidade crescente de elementos na tela cria situações complexas — conseguir escapar ao mesmo tempo que tentamos explodir os oponentes se torna difícil. Rapidamente tudo fica muito frenético e a graça é justamente conseguir sair ileso dessa experiência caótica.

A pegada arcade torna as partidas bem intensas. Para conseguir boas pontuações, é essencial manter um combo longo o máximo possível, o que demanda agir muito rápido. Por causa disso, tive que ser ousado, fazendo manobras perigosas e quase fatais. Além disso, os diferentes tipos de inimigos nos forçam a reavaliar a estratégia constantemente. As partidas começam com simples meteoros que rebatem pela tela, mas logo aparecem naves que nos perseguem, estrelas com pontas difíceis de acertar e até mesmo grandes planetas.


Os outros modos de jogo ajudam a trazer variedade à experiência ao alterar um pouco as regras. Deles, o mais diferente é o Meteoro com seus inimigos praticamente invencíveis: nos níveis mais avançados, a situação fica tensa com a tela tomada por perigos difíceis de escapar. As partidas são ágeis e curtas, pensadas para serem jogadas várias vezes em busca de posições melhores nos placares, então quem não é muito competitivo talvez não veja muito apelo em repetir os modos.

O único ponto que me incomodou no título é a presença de algumas situações injustas. As ondas de inimigos são geradas de forma aleatória, sendo fácil perceber alguns padrões, mas às vezes aparecem combinações de perigos praticamente impossíveis de serem evitadas. Felizmente, a curta duração das partidas e a agilidade da ação ajudam a amenizar esse problema.



Um universo inspirado nos clássicos

A atmosfera de Hyper Meteor é minimalista e retrô, com ilustrações geométricas simples, mas o resultado não deixa de ser agradável. Os gráficos em pixel art são simples, lembrando um título de Game Boy, esbanjando charme com inúmeras paletas de cores vibrantes e muitas explosões. Já a trilha sonora tem algumas poucas composições eletrônicas no estilo chiptune e são bem grudentas — uma pena que a quantidade de faixas seja reduzida.

A pontuação obtida nas partidas desbloqueia inúmeros conteúdos, como modos, paletas de cores, músicas e opções, sendo um incentivo para jogar várias vezes. Percebe-se que o pacote é bem enxuto e com poucos extras, porém, mais uma vez, o foco está em jogar repetidamente os modos, então não chega a ser um grande problema.






Experiência eletrizante

Hyper Meteor é ação arcade veloz e viciante. Tentar se chocar aos pontos fracos de inimigos é simples, mas a variedade de perigos e a dificuldade crescente tornam as partidas frenéticas e empolgantes. O foco é fazer longos combos e alcançar grandes pontuações, porém outros modos trazem diversidade. Algumas vezes, a aleatoriedade e a simplicidade do conteúdo incomodam, mas desbloqueáveis, um visual colorido e partidas curtinhas amenizam esses pormenores. No mais, Hyper Meteor é difícil de largar.

Prós

  • Conceito simples explorado em partidas frenéticas e viciantes;
  • Vários modos de jogo e desbloqueáveis incentivam a experimentar novas partidas;
  • Visual e trilha sonora retrô agradáveis.

Contras

  • Alguns momentos injustos por causa da aleatoriedade;
  • Conteúdo limitado.
Hyper Meteor — PC/Switch — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise produzida com cópia digital cedida pela Vertex Pop


é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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