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Análise: Tiny Thor (PC) — Uma grande aventura para um pequeno deus

Ajude o jovem Thor em sua missão de restaurar a Bifrost a tempo de ir para sua festa de aniversário.

Tiny Thor é uma encantadora e desafiadora aventura de plataforma protagonizada pelo famoso deus nórdico do trovão, muitos anos antes de se tornar o grandioso homem que ansiava por batalhas e festividades com hidromel.

Nesta análise, iremos explorar um pouco a experiência única de empunhar o lendário Mjolnir, além de desbravar um mundo mágico e cheio de perigos.

Feliz Aniversário, jovem Thor!

O pequeno Thor acordou radiante nesta manhã, pois é o dia de seu oitavo aniversário. Animado com a ocasião, o filho do Pai de Todos sai para brincar enquanto aguarda os preparativos para sua festa. Caminhando pela Bifrost, Thor se distrai ao avistar um objeto voador estranho e acaba caindo da ponte diretamente em Midgard.


Na terra dos mortais, Thor é presenteado por Odin com o lendário martelo Mjolnir e recebe um lembrete para não se atrasar para a festa que está sendo organizada em Asgard. Recordando do estranho objeto que o fez "chegar mais cedo" em Midgard, o jovem deus decide seguir até o local para onde se dirigia e encontra um garoto. O menino pede ajuda a Thor para lidar com uma rainha abelha que, segundo ele, está causando problemas na região.

Equipado com seu novo martelo e cheio de boa vontade e determinação, Thor avança em direção ao local onde a suposta vilã está e, ao derrotá-la, acaba descobrindo que ela era, na verdade, a guardiã do altar que conjurava a Bifrost, e sua derrota ocasionou a destruição da ponte de ligação entre os reinos.

Com Thor sem compreender o que havia acontecido, o garoto que nosso protagonista acreditava estar ajudando revelou suas verdadeiras intenções: ele era, na verdade, Loki, o trapaceiro, e graças à nossa "ajuda", conseguiu destruir a Ponte do Arco-Íris, desconectando Asgard dos demais reinos e deixando o mundo à beira do temido Ragnarok.

Preocupado com seu erro, Thor agora precisa reunir os quatro Singasteinns, as pedras mágicas que, quando juntas, conjuram o Bifrost para restaurar a ordem nos reinos. Um dia agitado para o pequeno deus, que agora terá que deter o plano maléfico de Loki e, claro, chegar em casa a tempo de saborear uma suculenta fatia de bolo de aniversário antes que o mundo acabe.

Desbravando os reinos

Tiny Thor é uma empolgante aventura de plataforma na qual assumimos o controle do jovem asgardiano em várias fases localizadas em diferentes reinos. Através de uma interface de seleção de fases, o nosso objetivo é atravessar níveis repletos de inimigos, obstáculos e quebra-cabeças para chegar ao final de cada fase.

Além disso, o desafio adicional de Thor é coletar todas as gemas azuis e vermelhas de cada nível no menor tempo possível. As gemas azuis são usadas para adquirir melhorias nas lojas dos corvos de Odin, enquanto as gemas vermelhas, mais raras, desbloqueiam fases adicionais com um nível de dificuldade mais elevado.


Ao obter as Singasteinns, cada uma presenteia o jovem deus com uma nova habilidade, como o salto duplo, a esquiva aérea e ataques poderosos com seu martelo. A aquisição dessas habilidades convida os jogadores a visitar fases previamente concluídas no mapa, a fim de tentar obter todas as gemas disponíveis. Isso proporciona o desafio típico que esse gênero oferece e nos incentiva a investir várias horas de jogo.

Acompanhando-nos nessa jornada, está uma belíssima direção artística, com cenários detalhados e sprites muito bem animados e desenhados. A ambientação é fortemente inspirada nos jogos de plataforma lançados nos principais consoles da década de 1990, como Mega Drive, Super Nintendo, Sega Saturn e PlayStation. A opção de ativar filtros de imagem para replicar a experiência de jogar em uma TV de tubo, com amplos ajustes disponíveis, contribui para a nostalgia.


Além disso, temos o privilégio de desfrutar da trilha sonora criada por Chris Huelsbeck, renomado compositor alemão conhecido por sua presença na série de jogos Turrican. Aqui, temos um trabalho inédito e excepcional, que é um verdadeiro deleite para aqueles que acompanham sua carreira e, inclusive, para aqueles que até hoje fazem questão de jogar títulos daquela época.

Domine o jogo, não apenas o martelo

Thor tem duas formas de atacar os inimigos: saltando sobre suas cabeças ou golpeando-os ao lançar seu martelo. O Mjolnir desempenha um papel fundamental, sendo utilizado tanto para atacar quanto para ajudar o pequeno deus a coletar gemas azuis em locais distantes, além de ser essencial na resolução de quebra-cabeças ambientais.

O Mjolnir possui uma característica principal: ele pode ricochetear em qualquer superfície que toque após ser lançado, seja uma barreira física, como uma parede, ou até mesmo um inimigo que esteja em seu caminho. É de extrema importância que o jogador aprenda e domine a arte de lançar a arma para resolver as diferentes situações enfrentadas pelo jovem Thor ao longo do caminho.


Alguns inimigos requerem estratégias para ser derrotados. Eles podem ter armaduras que impedem ataques diretos com pulos ou o martelo, ou possuir áreas vulneráveis específicas que estão desprotegidas, prontas para ser atingidas pelo Mjolnir com precisão. É necessário observar cuidadosamente as características de cada inimigo e utilizar a estratégia adequada para derrotá-los.

Assim como o uso do martelo é crucial para o progresso, essa mecânica é responsável por alguns dos pontos altos e baixos da experiência em Tiny Thor. Por um lado, momentos empolgantes e divertidos surgem quando devemos lançar o Mjolnir de maneiras variadas para derrotar inimigos, resolver quebra-cabeças e, principalmente, combinar seu uso com as habilidades do jovem deus nórdico durante as criativas batalhas contra os chefes.

Por outro lado, essa mesma mecânica pode gerar momentos frustrantes, como a dificuldade de lançar a arma de forma eficiente em certas ocasiões, quebra-cabeças às vezes excessivamente complexos para ser concluídos ou dificuldades em utilizar a icônica arma de forma precisa nos combates, resultando em erros bobos e situações frustrantes, como lançá-la esperando um resultado específico e não ter a precisão necessária para realizar o que era necessário naquela situação.


Outro ponto negativo é o funcionamento dos pontos de vida do pequeno Thor. Ele pode coletar um coração com um cronômetro e, ao receber dano, perde o coração, que começa a saltar descontroladamente pela tela enquanto o cronômetro diminui. Quando o tempo acaba, ou o coração cai em um buraco ou numa armadilha de espinhos, ele é destruído. Se Thor sofrer dano sem estar equipado com o coração, ele morre.

Uma analogia adequada para descrever essa mecânica seria a função dos anéis em um jogo do Sonic. Enquanto o personagem possui pelo menos um anel, ele pode sofrer dano. No caso de Tiny Thor, estamos à mercê de conseguir pegar o coração, já que ele salta aleatoriamente pelo cenário após o personagem receber dano.

É frustrante ver o coração escapando em momentos importantes, como em uma luta contra um chefe. Por vezes, preferi deixá-lo escapar a perder a oportunidade de realizar um salto crucial em uma área ou durante o confronto contra um chefe. Ainda sou adepto da boa e velha barra de vida.


No entanto, o saldo continua positivo, pois o design dos níveis foi cuidadosamente planejado para evitar que a passagem por mais de 30 fases se torne monótona ou extremamente difícil. Mesmo com alguns detalhes visuais sendo reaproveitados em excesso, o design de cada fase é único e sempre introduz algum elemento inédito. A sensação é de que estamos constantemente aprendendo algo novo desde o início até o fim da campanha.

Uma aventura cativante

Tiny Thor oferece uma experiência de plataforma atraente, com uma combinação de desafios e mecânicas únicas, elementos visuais que exaltam a nostalgia e uma trilha sonora envolvente. Uma recomendação fácil para quem deseja reviver a vibe dos jogos que só podemos largar após alcançar a louvável marca de 100%.

Prós

  • Direção de arte caprichada, com sprites bem animados e cenários detalhados, além do filtro de imagem que evoca nostalgia;
  • A impecável trilha sonora de Chris Huelsbeck, que contribui para a ambientação do jogo;
  • O gameplay único proporcionado pela dinâmica de uso do Mjolnir adiciona estratégia e variedade aos combates e quebra-cabeças;
  • O nível de desafio é bem equilibrado, proporcionando uma experiência cativante.

Contras

  • O uso do Mjolnir pode ser pouco eficiente em algumas situações específicas, como na resolução de puzzles ou ao tentar acertar golpes em inimigos com características particulares;
  • A mecânica do coração é irritante e, em algumas ocasiões, frustrante.
Tiny Thor — PC — Nota: 8.5
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela IndieForge

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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