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Análise: The Mageseeker: Uma História de League of Legends (Multi) é um ótimo convite ao mundo de Runeterra

Vivencie a saga de vingança de Sylas de Dregbourne contra os opressores Caçadores de Magos de Demacia.


O universo de League of Legends é algo tão massivo que mesmo o maior dos fãs ainda se perde em meio às dezenas de histórias envolvendo os campeões que compõem o vasto elenco de personagens do MOBA mais popular do mundo. Graças a um esforço da Riot Games, aos poucos somos apresentados à riquíssima mitologia de Runeterra graças a experiências dedicadas a contar as histórias envolvendo esses magníficos personagens. Seja na forma de mais jogos, seja em outros materiais, como a série de TV Arcane.

Em um novo capítulo da expansiva narrativa de LoL, The Mageseeker: Uma História de League of Legends traz como protagonista o implacável Sylas de Dregbourne, um homem cuja liberdade lhe foi tomada ainda jovem e que, com o passar dos anos, foi alimentando um ódio devastador pelos Caçadores de Magos. Vamos conferir na análise a seguir um pouco de sua história e como é o jogo que a conta.

Vingança a qualquer custo

Sylas de Dregbourne foi um jovem de origem humilde que vivia na parte mais pobre do próspero reino de Demacia. No reino, existem os Caçadores de Magos, que perseguem pessoas que dominam a magia e as aprisionam, por medo do poder que podem controlar. Uma dessas pessoas é Sylas, que, ao tentar ajudar uma pessoa, involuntariamente manifesta seu poder mágico e é então capturado e aprisionado pelos Caçadores.


Após muitos anos preso, o rapaz foi alimentando um ódio pelos Caçadores, jurando se vingar de cada um por conta dos anos de liberdade que lhe foram tirados. Certo dia, ao receber a visita de sua amiga Lux, Sylas vê a oportunidade de escapar roubando o poder mágico da jovem e iniciando uma fuga destrutiva por Demacia.

Nesse meio-tempo, algo terrível acontece. O rei Jarvan é assassinado, e os Caçadores usam o acontecimento como uma oportunidade de culpar Sylas pelo fato, espalhando boatos de que o ataque ao rei de Demacia foi obra dele, inflamando ainda mais o ódio dos cidadãos pelos magos, em especial o então regicida.

Sendo novamente caçado por seus antigos captores, Sylas se encontra em uma problemática situação em que tudo e todos estão contra ele. O homem foge de Demacia em meio ao caos causado pelo ataque à cidade que ocorreu no momento de sua fuga e então se vê acompanhado apenas de seu ódio e sede de vingança.


Entretanto, o destino ainda reservou algumas surpresas para Sylas. Após deixar Demacia, ele encontra uma jovem chamada Leilani, que compõe a liderança de um grupo rebelde composto por magos que conseguiram fugir da opressão demaciana. Relutante em se juntar à causa da garota, Sylas acaba cedendo pois percebe que sozinho não será capaz de realizar sua vingança contra os Caçadores de Magos e, ao menos, provar que, mesmo com sangue em suas mãos, ele não é um regicida.

A partir daí, Sylas de Dregbourne se torna a inspiração de uma crescente marcha de rebeldes contra os Caçadores de Magos de Demacia em mais uma história de League of Legends.


A magia está em toda parte

The Mageseeker é um jogo de ação ambientado no universo de League of Legends. No controle do mago Sylas, nossa missão é guiar o homem em sua jornada em busca de vingança contra os Caçadores de Magos de Demacia utilizando-se de curiosas técnicas de combate corpo a corpo e manipulação de magia elemental.

A jogabilidade de Sylas é totalmente inspirada em sua contraparte do jogo League of Legends. O combate corpo a corpo consiste no uso de suas correntes de petricita para golpear os inimigos com combos devastadores e uso de magia. Por conta da proposta do jogo, mais voltada para uma ação mais responsiva e ágil no que diz respeito ao combate, me dou a liberdade de acrescentar que os movimentos e estilo de luta de Sylas se assemelham ao de Kratos, o deus da guerra do PlayStation.

Além da luta usando suas correntes, Sylas é capaz de usá-las para transpor obstáculos e, principalmente, tomar o poder mágico dos inimigos usando-as para drenar magia. Outra forma de usar feitiços é por meio das pedras confeccionadas por Leilani, sua amiga revolucionária. O combate é um dos aspectos de maior destaque no jogo, proporcionando momentos cheios de ação e adrenalina na luta contra inimigos e chefes.

Em sua jornada em busca de vingança, Sylas também encontrará aliados que o auxiliarão fornecendo habilidades extras de combate. Os foragidos, como são chamados, são magos poderosos que em algum momento também fugiram para longe da influência dos Caçadores e se juntam à causa do grupo rebelde que luta contra as forças de Demacia.

Cada um deles fornece a Sylas duas vantagens, sendo uma delas um combo que permite a execução de um ataque elemental e a outra um incremento no dano referente ao elemento que o mago aliado domina, como gelo, fogo, vento ou eletricidade. Recrutas também são encontrados durante a jornada, fortalecendo os foragidos e incrementando ainda mais os bônus que Sylas recebe ao levá-los consigo para as missões.
Os foragidos fornecem habilidades extras a Sylas, além de maior afinidade elemental com seus ataques e feitiços
O cerne da experiência de jogo em The Mageseeker está nestes dois pilares: combate e magia. O jogador precisa dominar, além do moveset de habilidades de luta de Sylas, o conhecimento sobre magia elemental para tirar proveito das forças e fraquezas dos inimigos.

Tal qual um jogo de Pedra, Papel e Tesoura, a afinidade elemental é uma informação que o jogador precisa aprender para tirar proveito das magias que Sylas pode usurpar de seus inimigos e usá-las contra eles. Gelo e fogo são opostos, assim como luz e escuridão. É crucial ter noção de quais elementos podem ser usados para atacar e tirar vantagem em meio às frenéticas batalhas travadas pelo revolucionário e os inimigos. São seis elementos no total, e saber quando e como usá-los é algo importante para o jogador, conforme avança no jogo.

A produção de novos feitiços também cria um aspecto interessante no gameplay em The Mageseeker. Leilani pode imbuir pedras de petricita com magia, desde que Sylas já tenha roubado essa magia pelo menos uma vez. Tendo conhecimento dela, a garota pode criar uma pedra de feitiço que pode ser equipada e usada várias vezes ao custo de uma quantidade de pontos de mana, obtidos durante o combate.

Sendo assim, além de acompanhar a história do mago e sua rebelião contra os Caçadores, nossa jogatina se baseará, em boa parte, no combate contra inimigos, na exploração dos diversos ambientes do jogo e na obtenção de novas magias para o arsenal de Sylas. Foram boas horas de jogatina enfrentando hordas de inimigos que, por vezes, nos forçam a entender estratégias que tornam nosso combate mais eficaz.

Sylas também pode aprimorar as instalações do acampamento conforme progride no jogo, resgatando mais magos para a causa rebelde. Quanto mais o local evolui, novas atividades surgem, como missões secundárias, e novas melhorias podem ser feitas para deixar o mago mais forte em sua luta contra a opressão de Demacia.

Uma história aberta a novos visitantes

Não sou um conhecedor das histórias de Runeterra. O que conheço do universo de League of Legends é o pouco que ouço ou leio em conversas envolvendo pessoas que, no mínimo, jogam League of Legends com um certo comprometimento.

Uma das minhas, digamos, preocupações ao jogar The Mageseeker diz respeito ao quanto eu estaria perdendo por jogar algo oriundo de uma mitologia tão vasta e rica em detalhes. Ou seja, se o fato de eu não saber patavinas de LoL iria prejudicar minha experiência de jogo. Para minha satisfação, não me senti com nenhum tipo de prejuízo acerca da narrativa do jogo, que conta de forma bastante eficaz a história de alguém que muitos conhecem e eu nunca ouvi falar até então.
Sylas e Morgana
Além do protagonismo de Sylas, outros personagens do MOBA estão presentes, como Lux, Morgana e Garen. Um prato cheio para conhecedores do lore de League of Legends saberem mais sobre as histórias que acontecem nos bastidores de um jogo mundialmente famoso.

Para mim, um “reles mortal” que de LoL só ouve falar com certa frequência, a narrativa presta um serviço interessante ao mostrar que não é necessário ser um profundo conhecedor do mundo do jogo para aproveitar The Mageseeker. Durante minha jogatina aprendi um pouco sobre Demacia, quem e o quão importantes são alguns dos personagens que citei no parágrafo anterior, além de outros detalhes.

O que realmente me prendeu ao jogo por várias horas foi o combate cheio de nuances de estratégia e inimigos desafiantes, a exploração do mapa em busca de melhorias para deixar Sylas mais forte e a obtenção de mais magias para confeccionar e deixar minha lista de melhorias quase que concluída por completo.
O combate é um dos aspectos mais empolgantes do jogo
Alguns dos poucos pontos negativos que tenho para ressaltar em minha experiência em The Mageseeker diz respeito à linearidade do jogo. Mesmo apresentando alguns momentos com atividades paralelas, na forma de missões secundárias e obtenção de colecionáveis, essas atividades estão ali apenas para deixar o jogo um pouco mais inflado de atividades para que ele não acabe tão cedo.

Sim, essas atividades, principalmente as missões, são úteis para a obtenção de mais recursos para fortalecer Sylas, mas se mostram repetitivas, previsíveis e com pouca originalidade, se comparadas com as atividades principais que fazem a história rodar.

Outro ponto em particular, agora mais especificamente voltado para o nosso mercado, diz respeito à localização. Como sempre, ela está impecável, assim como os demais jogos da Riot. Porém, senti falta de mais trechos com dublagem. Nos trailers é possível conferir o talento de Felipe Grinnan como Sylas e Marisa Leal como Morgana, reprisando seus papéis no MOBA.
Obter todas as técnicas de Sylas é trabalhoso, mas estimula a jogatina
Porém, no jogo, poucos trechos contam com esse trabalho. Algumas cenas poderiam trazer esse tipo de apresentação, enriquecendo um pouco mais nossa imersão, e ainda oferecendo um pouco mais de fanservice para quem curte bastante League of Legends.

Para conhecer mais as lendas de Runeterra

The Mageseeker: Uma História de League of Legends é um ótimo convite para quem quer conhecer mais ou simplesmente começar sua viagem pelo rico mundo mitológico da Runeterra. Com um combate satisfatório e empolgante, este aspecto é um bom chamariz para qualquer um que goste de jogos de ação. Não chega a ser formidável, mas mostra a qualidade de capacidade da Riot Forge em criar experiências com diferentes abordagens usando a propriedade intelectual de League of Legends.

Prós

  • A apresentação em pixel art traz capricho e ótimas animações;
  • O sistema de combate traz um mix de estratégia e habilidade interessante;
  • A evolução da árvore de habilidades de Sylas e o aprimoramento do acampamento estimulam a jogatina;
  • Não é preciso ser um entendedor do lore de League of Legends para aproveitar a história.

Contras

  • As atividades secundárias são pouco interessantes;
  • A obtenção de recursos, como dinheiro para comprar habilidades, é, por vezes, trabalhosa;
  • Apesar da ótima localização, quem curte a dublagem brasileira terá pouca coisa para conferir no jogo.
The Mageseeker: Uma História de League of Legends — PC/PS5/PS4/XSX/XBO/Switch — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Ives Boitano
Análise feita com cópia digital cedida pela Riot Forge

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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