Jogamos

Análise: The Library of Babel (Multi) combina plataforma e stealth em uma árdua aventura futurista

Mesmo com alguns problemas, este título entrega trechos de ação desafiadores e uma história misteriosa.


The Library of Babel
é um jogo de plataforma e stealth baseado na obra homônima do escritor argentino Jorge Luis Borges. Em resumo, Borges cita uma biblioteca infinita e discute em seu conto a relação da humanidade com a busca pelo conhecimento. Essa biblioteca é um dos pontos centrais da aventura de Ludovic, um robô que se vê no centro de um conflito na Babilônia e precisa se infiltrar no território de um violento grupo de robôs fortemente armados.

Um futuro dominado por robôs

The Library of Babel é ambientado 20.000 anos após a extinção da humanidade. O planeta Terra é comandado por robôs que se instalaram em meio às florestas e cidades que ali existem. Nesse contexto temos Ludovic, um robô especializado em busca de materiais e coleta de informações que é enviado para a Babilônia para auxiliá-los em uma investigação de assassinato.

No local, um incidente criminoso ocorre na sagrada biblioteca da cidade e Ludovic é escalado junto de Lei, um dos principais robôs militares da Babilônia, para investigar o território do Culto Kaborista, um grupo de robôs extremamente violentos que julgam saber de toda a verdade.




Kabor, líder do culto, é um ex-militar da cidade e foi responsável por encontrar a biblioteca e iniciar a construção de toda a estrutura da colônia. Uma de suas funções era trabalhar dentro da biblioteca e, após alguns meses, ele voltou com uma personalidade totalmente diferente.

Depois de conseguir fugir da colônia, Kabor cria o culto que rapidamente cresce após “verem toda a verdade”. Eles se tornaram muito violentos e passaram a perseguir e matar todos os robôs que se opuseram às suas ideias. Agora, Ludovic precisará usar suas habilidades para se infiltrar no meio das instalações do culto para impedir o avanço da organização.




The Library of Babel possui uma história muito instigante, com muitos diálogos e textos que tornam a mitologia do local muito rica e estimula a curiosidade do jogador. Além disso, a ambientação variada — com desertos, cavernas, cidades e florestas — desenhadas à mão torna a imersão muito mais agradável.

O problema nesse caso é a ausência de tradução para português. Os textos são de extrema importância para entender os acontecimentos e se orientar naquele mundo. Logo, entender inglês é fundamental para aproveitar o jogo de maneira completa.



Gameplay interessante e impreciso

The Library of Babel possui uma estrutura de fases linear, com pequenos desvios para coleta de itens, dinheiro e informações. Ludovic não possui armas, então suas habilidades envolvem se esconder dos inimigos e saltar sobre plataformas.

No geral, precisaremos superar desafios de plataformas em áreas sem inimigos e usar habilidades de stealth quando entrarmos em áreas de conflito. Por vezes, é necessário resolver alguns puzzles que envolvem arrastar caixas e apertar botões para desbloquear nosso caminho.




O grande problema que encontrei durante o jogo foi a imprecisão de alguns trechos de plataforma. O pulo de Ludovic é um pouco travado, o que interfere na precisão dos saltos. Além disso, na maioria das vezes, o protagonista precisará se agarrar nas beiradas dos terrenos para prosseguir e em certos trechos é um pouco custoso alinhar as mãos do robô com as plataformas.

Já as seções furtivas são mais bem elaboradas. Além dos membros do culto, alguns desafios envolvem sobreviver em meio à perigosa natureza da região, que possuem monstros, animais e insetos robôs, por exemplo. Esses trechos envolvem muita paciência, pois precisamos entender o padrão de movimentação de nossos inimigos para nos locomover de maneira cautelosa.




No entanto, um pequeno problema me incomodou muito durante a jogatina. Percebi que alguns inimigos possuem um campo de visão inconstante, deixando-me confuso de como agir. Há momentos em que um mesmo robô consegue me ver de longe, mas não de perto. Às vezes, somos vistos atrás de proteções e não somos vistos desprotegidos. Esse problema não é constante, ocorrendo apenas em algumas áreas, mas acaba tornando alguns momentos meio frustrantes.

Por fim, é possível realizar algumas missões secundárias para ajudar os habitantes da colônia. As missões envolvem, de maneira geral, coletar e entregar itens pelo mapa e incentivam a exploração das áreas pelo jogador. Elas funcionam de maneira competente para estender um pouco a vida útil do jogo.



Uma boa recomendação, apesar dos deslizes

The Library of Babel combina os gêneros de plataforma e stealth de uma maneira competente, entregando uma história intrigante com um gameplay satisfatório. Apesar de seus problemas, é possível se sentir atraído pela aventura do início ao fim devido a sua boa variedade de desafios, belos cenários e missões que incentivam a exploração do mundo.

Prós

  • Boa variedade de desafios e inimigos;
  • Quantidade significativa de missões secundárias que incentivam a exploração do mapa;
  • Ambientação belíssima, com cenários variados e desenhados à mão;
  • História densa e bem explorada ao longo do jogo.

Contras

  • Ausência de localização para português;
  • Seções de plataforma são, por vezes, imprecisas;
  • Alguns inimigos possuem um campo de visão inconstante.
The Library of Babel — PC/PS5/PS4/XSX/XBO/Switch — Nota: 7.5
Vers]ao utilizada para análise: PC
Revisão: Vitor Tibério
Análise feita com cópia digital cedida pela Neon Doctrine


É engenheiro geólogo, graduando em Engenharia Ambiental, entusiasta de novas tecnologias e apenas mais um mineiro que não vive sem café e pão de queijo. Gosta de aproveitar o tempo apreciando RPGs, relaxando em simuladores de fazenda e curtindo uma boa música em jogos de ritmo.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google