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Análise: Gripper (PC/Switch) oferece muita ação e velocidade sobre duas rodas

Ajude None a enfrentar uma poderosa inteligência artificial e salvar seus pais.


Desenvolvido e publicado pela Heart Core, Gripper é um jogo de ação focado em batalhas contra chefes no qual estamos no controle de None, um jovem que precisa enfrentar uma inteligência artificial maligna para salvar seus pais. Apesar do pouco conteúdo e alguns bugs, o título consegue entreter ao entregar desafios divertidos aliado a uma boa trilha sonora.

Restaurando um mundo destruído

Após sumir por anos e não dar sinal de vida aos seus pais, None volta para seu mundo pilotando sua potente moto. No entanto, o lugar que antes era familiar ao protagonista agora é uma área totalmente destruída e abandonada. Além disso, seus pais estão desaparecidos e não há sinal de vida deles por perto.




Explorando o local, None encontra Zero, uma cabeça flutuante que, na verdade, é uma inteligência artificial criada por seus pais para substituí-lo. Ao confrontá-lo, None é facilmente derrotado e só não morre por conta de Cat-Kit, seu brinquedo-robô de infância, que o funde com sua moto.

Ao conversar com Cat-Kit, None descobre que para derrotar Zero de maneira definitiva e salvar seus pais ele precisará enfrentar os Guardiões da Inteligência Artificial, quatro robôs que protegem os módulos emocionais não utilizados pela IA.




Agora, o jovem precisa viajar por cenários futuristas e coletar o coração de cada Guardião, os quais irão enfraquecer o vilão e fornecer novas habilidades ao motoqueiro. None contará, inicialmente, apenas com seu gancho, mas ao longo da aventura terá a capacidade de saltar com sua moto, criar escudos e utilizar alguns itens equipáveis.

É possível equipar em sua moto até dois itens dentre os dez disponíveis. A utilidade deles é variada, podendo ser uma mina terrestre, recuperação de vida, onda de choque, dentre outros. Logo, equipar diferentes combinações de itens permite elaborar as mais variadas estratégias para derrotar os Guardiões.



Corridas em túneis e batalhas frenéticas

Gripper estrutura suas cinco fases de maneira idêntica. Antes de enfrentar cada chefe, precisamos percorrer um túnel e superar os desafio propostos, que envolvem desviar de obstáculos e acertar alguns quick time events.

Os túneis não são longos e apresentam uma dificuldade moderada. Apesar do foco do jogo ser o combate com os chefes, essas seções complementam o título de maneira satisfatória, ajudando a mudar o ritmo da aventura. O controle da moto é preciso, os obstáculos proporcionam um desafio interessante e não há um abuso no uso dos quick time events




Mas os destaques do jogo são, certamente, as batalhas contra os Guardiões. São cinco chefes disponíveis — contando com o Zero — que proporcionam diferentes dinâmicas de combate de acordo com as habilidades especiais de cada um: o Choque é um aracnídeo com armas; o Raiva é um caminhão com habilidades de fogo; o Depressão, uma serpente com escudos; o Aceitante, um robô humanoide que dá choque; e o Zero possui ataques variados.

No geral, os chefes são criativos e divertidos. Nós os enfrentamos em arenas fechadas e precisamos usar nossas ferramentas — principalmente o gancho — para desmembrá-los e enfraquecê-los. A exceção fica para o chefe Aceitante, que possui uma arena menor que os demais, muitos ataques em área e sequências de golpes desproporcionalmente mais difíceis. 




Essa limitação do espaço impacta diretamente na gameplay, visto que a dirigibilidade da moto exige um maior espaço para locomoção, principalmente ao fazer curvas. De longe é o pior chefe do jogo, pois quebra completamente o ritmo dos combates dinâmicos apresentados nos outros Guardiões. Enfrentá-lo foi uma das experiências mais chatas que tive nos últimos tempos.

A trilha sonora é outro ponto forte, com músicas que encaixam bem com o ambiente futurista e acompanham o ritmo da ação de maneira excelente. A dificuldade do game é elevada e a repetição das fases é constante, mas a trilha sonora não fica enjoativa com o tempo e torna a jogatina mais prazerosa.




Vale ressaltar a ocorrência de dois bugs frequentes. O primeiro deles foi com o chefe Raiva, que ficava preso em uma parte da arena e me obrigou a reiniciar o combate algumas vezes. Contra o Zero, o boss ficou imóvel por um bom tempo, sem me atacar, e facilitou (e muito) minha vida para zerar o game.

Mais modos de jogo para gastar o tempo

Para estender a vida útil do título, Gripper oferece alguns conteúdos opcionais para os jogadores: Missões de Chefe, uma série de desafios diferentes para cada um dos Guardiões; Boss Rush, que desafia o jogador a derrotar todos os chefes o mais rápido possível; e Corrida no Túnel, um desafio infinito dentro dos túneis.




Dentre eles, as mais interessantes são as Missões de Chefe, pois além de permitir enfrentá-los novamente em diferentes condições, há a recompensa de pontos para melhorar as habilidades de nossa moto.

A Corrida de Túnel também é uma boa adição, visto que as seções de túnel são divertidas e fornecem um bom desafio. Já o Boss Rush não agrega muito ao game, apesar das boas batalhas contra os chefes, pois é simplesmente repetir o que fazemos durante o jogo inteiro. No geral, o conteúdo extra consegue entreter e prolongar a jogatina por algumas horas.



Divertido, mas nada impressionante

Gripper se destaca pelos criativos combates contra chefes e as interessantes seções de túnel, que ajudam a trazer uma variedade ao gameplay. Apesar dos bugs e de um chefe desbalanceado, ele fornece boas doses de ação que junto da trilha sonora apresentam uma experiência frenética e divertida.

Prós

  • A trilha sonora encaixa bem com a ambientação futurista;
  • Os chefes apresentam desafios bem distintos entre si;
  • Os túneis são divertidos e ajudam a mudar o ritmo da aventura;
  • O conteúdo extra consegue entreter de maneira satisfatória.

Contras

  • Bugs frequentes em alguns chefes;
  • O chefe Aceitante é totalmente desbalanceado e destoa completamente dos outros chefes.

Gripper — PC/Switch — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Vitor Tibério
Análise feita com cópia digital cedida pela Heart Core


É engenheiro geólogo, graduando em Engenharia Ambiental, entusiasta de novas tecnologias e apenas mais um mineiro que não vive sem café e pão de queijo. Gosta de aproveitar o tempo apreciando RPGs, relaxando em simuladores de fazenda e curtindo uma boa música em jogos de ritmo.
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