Street Fighter: 35 anos de um pioneiro do mundo dos games

A famosa série de luta completa três décadas e meia de inovação, representação cultural e muita pancadaria.


A história dos fighting games começa muito antes de Street Fighter nascer: na longínqua década de 1970, os fliperamas recebiam títulos como HeavyWeight Champ e Warrior, que, mesmo longe do que se imagina como jogo de luta, já davam os primeiros passos no gênero.

No início da década de 80, Karate Champ (Arcade) iniciava a onda de luta marcial nos games, mas foi apenas em 1987 que Street Fighter (Arcade) chegou para mudar o rumo da indústria.

1987: nasce a lenda 



Criado por Takashi Nishiyama e Hiroshi Marsumoto, e publicado pela Capcom, Street Fighter tem uma premissa simples: um jovem lutador de artes marciais, Ryu, compete pelo mundo para provar seu valor. O jogador controla Ryu contra 10 oponentes diferentes do mundo todo, e caso jogue com um parceiro, o segundo jogador controla Ken. 

A ideia de introduzir movimentos especiais secretos e ataques que se diferenciam pela intensidade trouxe uma complexidade que faltava nos jogos da época, o que atraiu a atenção do público com facilidade.  Golpes clássicos como Hadouken, Shoryuken e Tatsumaki Senpukyaku já estavam presentes.

1991: Street Fighter II molda o gênero



Apesar do sucesso do primeiro título, o qual o produtor Yoshinori Ono considera "o primeiro jogo de luta da modernidade", foi somente com Street Fighter II (Multi) que a franquia se posicionou de vez no Hall da Fama da indústria. Takashi Nishiyama tentou emplacar Final Fight (Multi) como uma sequência espiritual de SF, mas o fracasso em seus planos o levou a criar a verdadeira continuação da sua obra.

Com o elenco ampliado para oito personagens controláveis, incluindo nomes hoje consolidados, como Chun-Li, Guile, Sagat e Zangief, a segunda entrada da série mudou para sempre o rumo dos jogos de luta e estabeleceu um padrão vigente. Foi o primeiro a introduzir um elenco variado em visual e estilos de luta, além de mostrar cada lutador relacionado a um país de origem e uma cultura diferente, retratados nos cenários de cada luta. 

Street Fighter II alcançou um sucesso comercial estrondoso, com mais de 14 milhões de cartuchos vendidos para Super Nintendo e Mega Drive e uma receita de US $10 bilhões (corrigida pela inflação baseada em 2017), além de influenciar franquias como Tekken e Mortal Kombat.

Sequências e derivados



Com o sucesso de Street Fighter II, a Capcom investiu no crescimento da franquia e lançou sequências, crossovers e diversos derivados, como Street Fighter Alpha, de 1995, e Street Fighter EX, de 1996.

O primeiro utilizou designs parecidos com os de outras séries de luta da Capcom, como Darkstalkers e X-Men, expandiu o sistema de Super Combo e teve diversas sequências e variações fora da linha principal da saga; o segundo, por sua vez, introduziu o estilo 3D, misturando personagens já conhecidos com novas criações adicionadas ao elenco, e também teve diversas sequências fora dos jogos numerados.

1997: Street Fighter III: New Generation desaponta com elenco fraco e 2D batido



Ser a sequência de uma das obras mais importantes do gênero não é uma tarefa fácil, e mesmo que Street Fighter III (Multi) apresente uma nova gama de golpes, variações e movimentos incríveis no 2D, o game não chegou nem perto do impacto de seu antecessor.

Um dos fatores relacionados pode ter sido a troca de elenco. Mantendo apenas Ryu e Ken, todos os outros personagens foram trocados pela "nova geração", que continha nomes como Alex, que seria o protagonista, Ibuki, Oro e Dudley.

Críticos da época relataram que o uso do 2D também foi um artifício que contribuiu com a falta de popularidade do lançamento, já que em 1997 os primeiros jogos 3D de luta estavam ganhando força no mercado, e a franquia havia chegado ao ápice do 2D.

2008: o retorno triunfal



Mais de dez anos depois do lançamento original do terceiro título, Street Fighter IV (Multi) chegou ao mercado com o intuito de trazer a franquia de volta à sua raiz gloriosa. Cronologicamente, a história é uma sequência direta de SF II e trouxe de volta todo o elenco dos jogos anteriores, chegando, em suas últimas versões, a uma galeria de 44 personagens jogáveis.

O game manteve a perspectiva 2D, mas com estilo de gráficos 3D inspirados nas pinturas japonesas chamadas de Sumi-e. A entrada também marca o retorno do Super Combo e o novo contra-ataque chamado Focus Attack, além dos novos Ultra Combos, tudo para deixar a competitividade ainda mais complexa a acirrada nos cenários de torneios internacionais.

2016: Street Fighter V foca no online e no competitivo


O Street Fighter mais recente chegou ao mercado apenas para PlayStation 4 e PC com a proposta de manter a essência da série, mas elevar as mecânicas com inovações. As novas técnicas de luta, chamadas de V-Skills, V-Reversals, V-Triggers e V-Shifts adicionaram mais uma camada na construção do estilo de luta de cada personagem.

Apesar de bem avaliado, o game foi bastante criticado no lançamento pela falta de conteúdo single player, sem o clássico modo arcade e com apenas 16 personagens jogáveis, sendo preenchido depois com diversas atualizações e DLCs.

Ouvindo as críticas iniciais, a Capcom lançou em 2018 Street Fighter V: Arcade Edition (Multi), adicionando personagens de DLC das duas primeiras temporadas, uma nova interface e os modos Arcade e Extra Battle. Dois anos depois, foi a vez da versão Champion chegar ao mercado com mudanças no balanceamento e nas V-Skills, incluindo todos os personagens e cenários das quatro primeiras temporadas.

2023: Street Fighter 6 e um novo futuro


Prometendo representar a nova era dos jogos de luta, Street Fighter 6 chega em 2023 com controles mais simples, um novo sistema chamado de Drive e um elenco inicial reduzido a 11 personagens. A próxima entrada na franquia será lançada para Playstation 4 e 5, Xbox Series X|S e PC.

Agora é com você. Conta pra gente qual é a sua trajetória com a franquia de luta mais famosa da história!

Revisão: Davi Sousa

Redator publicitário em tempo integral e amante de games nas horas vagas. Provavelmente aprendi a segurar um controle mais rápido do que uma mamadeira. Cresci com os maiores clássicos da Big N como Zelda, Mario e Pokémon. Hoje aproveito os pequenos momentos de descanso da vida corrida para me perder em Hyrule, em uma Tóquio pós-apocalíptica ou em um mundo de encanadores e cogumelos.
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