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Análise: Raven’s Hike (Multi) acerta nas doses de diversão e desafio, sem complicar muito

Atravesse dezenas de labirintos apenas com a ajuda de um gancho e dos seus reflexos.

Desde o saudoso Bionic Commando, passando por Just Cause e muitos outros, a locomoção com ganchos se tornou um recurso interessante para jogos de aventura e plataformas. Raven’s Hike aposta nessa mecânica de maneira simples para fazer o jogador sair de salas fechadas, como se cada uma por si só já fosse um puzzle.

Tira o pé do chão

No controle de Raven, nosso objetivo é bem simples: passar pelo conjunto de salas, da primeira até a última, sem sofrer nenhum dano. Ao todo são quatro áreas — Cavernas, Masmorra, Torre do Relógio e Templo —, cada uma com 16 salas, além da área final, composta por uma complexa escalada dividida em duas partes.

Pode parecer muita coisa, mas à medida que o jogador vai compreendendo a movimentação e como lidar com cada obstáculo, a jornada fica bastante intuitiva e é possível concluí-la em menos de uma hora — mas até lá, prepare-se para morrer muitas vezes.

Cada área conta com uma ou duas armadilhas que vão sendo adicionadas às que já estavam presentes, aumentando a complexidade do desafio e a necessidade do jogador de pensar rápido enquanto também tem que se preocupar com os espinhos espalhados pelas extremidades das câmaras. Também vale citar que as portas de saída só abrem após coletarmos todas as moedas espalhadas pelos cantos.

Por fim, há a missão extra de recolher penas em algumas salas específicas. Elas aparecem somente ao coletarmos as moedas e antes de passarmos pela porta, geralmente na direção oposta à saída. Vai do jogador se ele encara o desafio de realizar o caminho de volta ou ignora o item e segue para o seu destino.

Essa questão da coleta das penas acaba mostrando um leve ponto fraco no desafio: mesmo após concluirmos tudo, não é possível selecionar um estágio específico para poder retornar e coletar o item. Fatalmente temos que jogar tudo novamente, por isso pense bem antes de deixar as penas para trás.

Só mais uma tentativa

O maior mérito de Raven’s Hike está na combinação da sua jogabilidade com o level design de cada sala. Jogamos simplesmente com os direcionais, escolhendo para onde queremos ir. Também é possível mudar de rota no meio do caminho, o que é ideal para fugir de perigos e coletar moedas no menor tempo possível.

O fato de reaparecermos instantaneamente após uma morte deixa aquela sensação clássica de “peraí, que agora vai!”, que mora nos corações dos gamers de qualquer idade. Já as 64 fases são bastante diferentes entre si, o que nos leva sempre a pensar que nem sempre o que tentamos antes dará certo novamente tão cedo.

O visual simplista em 2D é bastante benéfico para o plano em que a ação é mostrada. Essa é uma das maiores amostras de que ser básico pode valer muito mais a pena que algo mais sofisticado e que poderia comprometer a experiência.

Uma escalada digna

Raven’s Hike consegue entregar uma proposta dinâmica e bastante justa. Ela é desafiadora no ponto certo, sem se tornar fácil demais ou extremamente punitiva. Um jogo altamente recomendado a quem gosta de passatempos mais curtos e objetivos.

Prós

  • Jogabilidade simples e dinâmica;
  • Ótimo level design e identidade de cada estágio;
  • Curva de aprendizado justa.

Contras

  • Não é possível revisitar as fases isoladamente.
Raven’s Hike — PC/PS4/Swich/XBO — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital adquirida pelo redator

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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