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Análise: Aztech Forgotten Gods (Multi) te leva a combates frenéticos contra deuses em uma civilização futurista

Junte-se a Achtli e enfrente as mais diversas entidades divinas para salvar sua cidade.


Aztech Forgotten Gods
é um jogo que apresenta uma proposta histórica muito interessante. Aqui, estamos em uma sociedade asteca futurista, que agora é o maior centro tecnológico do mundo. Devido ao crescente ceticismo da população, os grandes vilões passaram a ser os antigos deuses que outrora eram cultuados e respeitados. Vamos nos juntar a Achtli, uma corajosa mulher que vestiu um antigo e poderoso artefato e que deve enfrentar as entidades divinas para salvar sua mãe e sua cidade.

Um futuro alternativo

Mesmo saindo vitoriosos do conflito conhecido como A Grande Guerra, os astecas sofreram com a destruição causada em sua cidade. Os sobreviventes passaram a utilizar destroços para reconstruir suas vidas. A sociedade cresceu forte e independente, e longe das garras do Velho Mundo os astecas viveram em harmonia por muitos anos e reconstruíram uma sociedade exemplar para o resto do planeta.

O principal eixo de desenvolvimento foi a ciência. Os astecas se tornaram uma referência mundial em desenvolvimento tecnológico. No entanto, o passado se tornou apenas história e, devido ao crescente ceticismo da população, os deuses e sua importância para os astecas acabaram sendo esquecidos por todos.




Achtli é filha de Nantsin, uma das cientistas locais, e responsável pelo estudo de artefatos dos seus antepassados. Entre eles está a Lightkeeper, uma espécie manopla com poderes desconhecidos, e núcleos de energia, esferas gigantes que emitem luzes. Segundo pesquisas, ambos possuem uma interação entre si.

Por conta de certos acontecimentos, Achtli veste a manopla e consegue utilizá-la para absorver a energia de um dos núcleos. A protagonista começa a ter visões estranhas e passa a conversar com Tez, um dos antigos deuses astecas. Não apenas isso: outras divindades começaram a aparecer em diferentes áreas da cidade.




Em determinado momento, Nantsin fica presa na área de pesquisa e a única forma de libertá-la é enfrentando todos os seis deuses e absorvendo a energia de seus núcleos. Com a ajuda de Tez, Achtli corre contra o tempo para libertar sua mãe em segurança.

A matadora de deuses

Aztech Forgotten Gods tem a proposta de ser direto ao ponto. Ele possui duas partes bem-definidas: a primeira envolve os trechos de desenvolvimento de história; e a segunda, os combates contra os deuses. Ambas não possuem enrolação e levam ao jogador um ritmo agradável de aventura.

A narrativa é composta por diálogos em texto — sem dublagem — em inglês, ambientada em uma criativa e bem-caracterizada sociedade asteca futurista. Há uma mescla entre aspectos da arquitetura asteca e um ar tecnológico, com muitas luzes e máquinas. A ambientação é ressaltada pelo estilo artístico adotado, que deixa tudo mais agradável e simpático.




A história por si só não é o maior dos pontos fortes. Em alguns momentos, ela é bem previsível e funciona apenas para justificar as ações da protagonista. No entanto, devido à proposta objetiva do jogo, esse detalhe não incomoda tanto, visto que o game não prolonga as cutscenes e os diálogos mais que o necessário. Vale ressaltar, além disso, o ótimo desenvolvimento de Achtli, principalmente considerando o plot twist que ocorre no final.

O mais interessante em Aztech é sair no soco com entidades divinas. Equipada com a Lightkeeper, Achtli é capaz de enfrentar os grandes deuses de igual para igual. A princípio, a manopla dá à protagonista a capacidade de voar e realizar socos poderosos, e é possível desbloquear novos golpes em uma árvore de habilidades. O combate é predominantemente aéreo, visto que os deuses são gigantes perto dos humanos, e são sempre frenéticos, não dando ao jogador tempo para respirar.

Cada chefe possui uma característica distinta baseada em seu local de surgimento, mas todos possuem visuais criativos e interagem de diferentes formas com o cenário. No entanto, os seus golpes seguem um certo padrão, seja para ataque ou defesa, tornando-os um pouco repetitivos. Parte de seus movimentos inclui atirar raios e se defender com escudos.




Achtli, no entanto, possui uma boa variedade de golpes, com diferentes tipos de socos e poderes. O problema é a movimentação da personagem principalmente em trechos aéreos. Ao voar, a física no corpo da protagonista se torna confusa, sua movimentação deixa de ser intuitiva e sua interação com o cenário — ao se agarrar em paredes ou se pendurar em beiradas — atrapalha a dinâmica de combate. Aliado a isso, está uma câmera que, com certa frequência, atrapalha na visualização do terreno, sobretudo em áreas com muitas paredes.

Mesmo com esses problemas, os trechos de combate são bons de desfrutar. É tudo muito dinâmico e divertido. Há uma sensação interessante de liberdade ao rodear os deuses e procurar seus pontos fracos, apesar de algumas vezes não ser intuitivo. A trilha sonora, composta por excelentes faixas de rock, acompanha de maneira espetacular o combate, mantendo sempre a energia lá em cima.




Como dito anteriormente, a campanha é bem direto ao ponto e não traz muito conteúdo além do citado. É possível terminar o jogo em cerca de quatro horas — ou até menos, dependendo do nível de dificuldade escolhido. Acredito que, por entender suas limitações, Aztech Forgotten Gods não tenta inflar seu conteúdo de forma desnecessária e não compromete a experiência do jogador. Não há nada que incentive o fator replay, mas jogar uma única vez já é garantia de algumas horas de entretenimento.

Curto, frenético e divertido

Aztech Forgotten Gods é um título simples e direto ao ponto que consegue empolgar em todo o seu percurso. A dinâmica de breves trechos de história intercalados com combates frenéticos é eficiente para entreter e manter um ritmo de jogo agradável. Os controles tornam os primeiros combates confusos e é necessário um tempo até se acostumar, mas as qualidades sobressaem ao longo da história, não tornando a experiência frustrante.

Prós

  • O ritmo do jogo é muito bom, intercalando diálogos e combates sem enrolação;
  • A protagonista possui uma boa variedade de golpes;
  • Os combates contra os chefes são frenéticos e divertidos;
  • A trilha sonora é excelente, ajudando a manter o ritmo da jogatina;
  • Os deuses são visualmente criativos e interagem de diferentes maneiras com os cenários.

Contras

  • O combate aéreo é confuso devido à física atrapalhada da protagonista;
  • Em áreas com muitas paredes, a câmera costuma se posicionar de maneira ruim;
  • Pouca variedade de golpes dos chefes, se resumindo a ataques com raios e defesas com escudos;
  • Não há legendas em português.
Aztech Forgotten Gods — PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch— Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela Lienzo


Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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