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Análise: Black Widow: Recharged (Multi) é mais um icônico clássico que vale a pena revisitar

Proteja a teia da viúva-negra de uma revoada de insetos que vão tentar de tudo para te fazer virar poeira.

Nos últimos anos, a Atari trabalhou para trazer clássicos da era de ouro dos games com um visual repaginado. Além de Centipede: Recharged (Multi) e Asteroids: Recharged (Multi) terem ganhado este tratamento especial, outro nome interessante da época que recebeu esse carinho foi Black Widow.

A pegada de Black Widow: Recharged pode ser idêntica à dos outros dois, mas isso não diminui nem um pouco a diversão e a nostalgia que o título traz aos jogadores. Inclusive vale citar que, dos três jogos a passar por esse remake, este foi o que se adequou melhor à ideia.

Vida de inseto

Como o nome sugere, em Black Widow controlamos uma pequena aranha que pode disparar projéteis em qualquer direção. Seus alvos são diversos outros insetos que querem perturbar a sua paz, e toda a ação acontece com a aranha em sua teia, se movimentando velozmente para abater os inimigos que aparecem de todos os lados.

Cada tipo de bichinho tem uma ação diferente, o que te ajuda a traçar uma estratégia e prestar bastante atenção em seu padrão de movimentação:
  • Mosquito: é o inimigo mais básico e só sobrevoa o espaço. Deixa pontos extras quando abatido.
  • Mariposa: sempre terá uma cor mais chamativa que os demais e te dará um power-up quando for eliminada.
  • Vespa: Sobrevoa mais lentamente e deixa ovos, que podem explodir ou virar um bicho-granada. Ao ser abatida, também deixa pontos extras.
  • Ovos: são deixados pelas mariposas. Podem ser empurrados para o centro da teia, ou suas extremidades, antes de serem chocados.
  • Bicho-do-tiro: um inseto pequeno e rápido que dispara contra você.
  • Bicho-granada: sua parte traseira é uma bomba que explode assim que ele é acertado, podendo eliminar inimigos e o jogador também.
  • Inseto trovejante: anda sempre pelo espaço, em uma fileira de no mínimo dois. Quando um deles é atingido, o grupo todo vem para cima do jogador.
À medida que eliminamos mais insetos, alguns fios da teia se iluminam, criando uma barreira que nos impede de avançar livremente e aumentando a dificuldade na hora de se esquivar da quantidade crescente de criaturas voadoras.

Reflexos aracnídeos

Black Widow: Recharged mantém o mesmo padrão estético e estrutural de Asteroids e Centipede; ou seja, podemos contar com os belos visuais com coloração neon e trilha sonora excelente que acompanham os títulos da série, além do auxílio para daltônicos. Como a versão original era toda baseada em cores vetoriais, o padrão Recharged caiu como uma luva para Black Widow. Também é possível curtir uma boa jogatina arcade ou encarar desafios específicos, tanto sozinho quanto em dupla. A pontuação é registrada em um ranking global, como de praxe.

Infelizmente, no que diz respeito aos desafios, é cometido o mesmo pecado deles serem os mesmos tanto para o jogo solo quanto para o cooperativo. Entretanto, vale também ressaltar que alguns dos objetivos são um pouco mais complexos do que os vistos nos outros jogos, como eliminar ovos sem acertar as vespas. 

O que Black Widow traz de diferente está na sua jogabilidade. Por ter uma movimentação mais ágil, podemos optar por jogar utilizando apenas os analógicos, sem precisar ficar pressionando um botão repetidamente para atirar. O esquerdo é utilizado para mexer a viúva-negra pela teia, enquanto o direito dispara automaticamente e controla a direção à qual ela estará voltada.

Isso torna tudo mais dinâmico, principalmente em estágios avançados e desafios que exigem que sobrevivamos por um determinado período em meio a uma infestação de inimigos. Para quem jogou os três Recharged, é impossível não usar os dois analógicos neste e pensar que essa opção poderia ser incluída nos outros dois, ou pelo menos em Asteroids, que foi lançado depois de Black Widow. Naturalmente, esse recurso pode ser desativado, para uma experiência mais “raíz” e próxima da original.

Por fim, alguns power-ups são os mesmos encontrados nos demais Recharged: tiros laterais, disparos rápidos, triplos, e até séptuplos. Porém, também há os específicos deste jogo, como o de medo, que faz com que mosquitos e cia corram de você até ficar presos na extremidade da teia. 

No que diz respeito aos desafios, não há aquele problema do poder necessário para superar o objetivo demorar para aparecer. Tudo é extremamente rápido e aí vai da atenção do jogador conseguir acertá-lo antes que a preciosa mariposa vá embora.

Uma tríade alinhada

Black Widow: Recharged segue a cartilha do trio revitalizado pela Atari, tanto nas qualidade quanto nos defeitos. A repetitividade do jogo é inevitável mesmo jogando em dupla, e isso é potencializado com os desafios duplicados. Entretanto, também é necessário salientar que ele apresenta a melhor jogabilidade dos três, graças ao uso dos analógicos, o que o destaca em relação aos outros.

Prós

  • O visual combina perfeitamente com o jogo;
  • A trilha sonora se tornou um padrão bem estabelecido para os Recharged;
  • Multiplayer local para dois jogadores;
  • Rankings globais online;
  • O modo Desafio traz objetivos bem mais complexos;
  • A jogabilidade com dois analógicos é excelente.

Contras

  • Se torna repetitivo depois de um tempo;
  • Os desafios co-op são os mesmos que os solo.
Black Widow  — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital adquirida pelo redator

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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