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Análise: The Last Friend (PC/Switch) — Juntando forças com o melhor amigo do homem

Tower defense e beat ‘em up se misturam de uma maneira muito “cãopetente”.


Quando os cachorros do mundo estão sumindo, apenas Alpha e seu amigo chihuahua T. Juan podem ajudá-los. Em The Last Friend, vamos acompanhar a dupla no resgate dos amigos caninos enquanto os recrutamos para ajudar em nossa missão. A mistura de tower defense e beat ‘em up chama a atenção por fluir bem, apesar de precisar de alguns acertos.

Alguém chama a Luisa Mell, por favor?

Em um mundo pós-apocalíptico, um evento mais importante que a destruição da humanidade chamou a atenção de Alpha e seu amigo T. Juan: os cachorros estão sendo sequestrados. Agora, ambos devem subir em sua van, viajar pelo mundo e resgatar todos os amigos caninos que estão presos.




Seguindo uma dinâmica semelhante à de Plants vs. Zombies, The Last Friend apresenta uma série de desafios de tower defense, mas com o diferencial do combate corpo a corpo. Os desafios estão dispostos em fases dentro de mundos, cada um com uma determinada temática.

Em cada estágio, devemos proteger nossa van do ataque dos inimigos e, para isso, devemos utilizar nossos “cãopanheiros” como método de defesa. Os cachorros podem ser usados de diferentes formas: alguns passam a controlar torres armadas; outros dão habilidades passivas a Alpha; enquanto alguns podem criar armaduras de defesa. A princípio, temos apenas T. Juan para ajudar no combate, porém novos amigos são desbloqueados no decorrer da campanha.




Como dito anteriormente, a semelhança com Plants vs Zombies envolve o planejamento de defesa e a forma de ataque dos mutantes. Assim como dispomos as plantas na defesa da casa, devemos colocar os nossos amigos “cãobatentes” em fileiras; os inimigos, semelhantes aos zumbis, atacam na forma de ondas e entram em combate com o que estiver na frente. 

Durante as primeiras fases, podemos escolher cinco cachorros para compor nossa equipe — número que aumenta posteriormente —, sendo T. Juan o único obrigatório. Para colocá-los na defesa, precisamos gastar porcas e parafusos que coletamos ao derrotar os inimigos. T. Juan, por exemplo, controla uma torre armada; já o Lulu da Pomerânia maneja um armamento com projéteis de fogo. Cada cachorro possui sua característica e é possível nomear todos eles.




A todo momento controlamos Alpha, que é o responsável por construir as torres de defesa e entrar em combate com os inimigos. Temos à disposição uma boa variedade de golpes que, quando combinados, resultam em combos poderosos. O protagonista se movimenta pulando entre as fileiras e seus ataques possuem variação de alcance e atributo, que mudam de acordo com os cachorros no time.

Um canil cheio de personalidade

Cada mundo em The Last Friend possui características bem distintas, representadas em cenários e inimigos únicos, além de habilidades específicas. No deserto, combatemos ataques de fogo; na floresta, golpes que utilizam plantas; e assim por diante. Essas características também se refletem nos cachorros que resgatamos, que também possuem habilidades elementais como fogo, água e eletricidade. Visualmente, todos os cenários e animais são lindos e transbordam personalidade.

Falando em cachorros, eles são o principal destaque do jogo. Ao todo, temos quarenta e duas raças diferentes separadas em três grupos: Dog Turret, Dog Skill, e Dog Super. Todos são extremamente carismáticos e bonitos, possuindo características visuais que encaixam com suas habilidades.



O primeiro grupo é composto por cães que atacam e defendem construindo estruturas de combate, sejam elas torres, armadilhas ou escudos. O segundo são cães que dão habilidades a Alpha, como mais velocidade, força ou permitir que ele use golpes elementais. Já o terceiro são os cães especiais, cuja habilidade só pode ser usada quando uma barra for preenchida.

Essa grande variedade permite que as fases sejam concluídas de diferentes maneiras, de acordo com sua estratégia. Em alguns casos, temos missões secundárias que lhe dão a opção de usar times pré-estabelecidos.

Pode receber até três estrelas em cada missão, de acordo com nosso desempenho. Tudo que temos que fazer é concluir desafios que envolvem sofrer pouco ou nenhum dano, ou concluir a fase em um limite de tempo. No entanto, a variedade de desafios é muito baixa, deixando todos os estágios com uma sensação de repetição. Além disso, conseguir as estrelas em todas as fases é uma tarefa relativamente simples, o que frustra um pouco em relação ao desafio.




Ao final de cada mundo, enfrentamos, apenas com Alpha, um chefe. Nessas fases, apenas os cães que dão habilidade passiva são utilizados e, no fim das contas, mais parece um beat ‘em up simplificado. Nesses confrontos é possível perceber a movimentação travada do protagonista, onde o deslocamento vertical é feito através de pulos. Para combater inimigos que mudam frequentemente de fileiras, essa característica se torna desagradável por quebrar a fluidez do jogo.



Ainda precisa de mais ração

Por mais que The Last Friend apresente muitas possibilidades de combates, alguns pontos ainda deixam a desejar. Primeiramente, temos a questão do conteúdo. As missões que nos dão estrelas possuem pouca variedade, deixando os estágios repetitivos. Além disso, elas são fáceis de cumprir, o que elimina um fator replay interessante. Ao chegar no último chefe, eu já havia coletado todas as estrelas e salvado todos os cachorros, sem precisar repetir fase alguma.

Com isso, após concluir a campanha e salvar todos os animais, não há muito o que se fazer. Eu havia desbloqueado todos os animais, porém não havia motivação para usá-los. Seria interessante ter uma galeria de desafios para cumprir. O jogo possui um potencial muito grande que ainda pode ser explorado, mas no momento apenas deixa um gosto de “quero mais”. 




Em relação a bugs, relato um que ocorreu com uma certa frequência nos últimos mundos. Ao terminar a fase e tentar resgatar os cachorros, o jogo simplesmente não me dava a opção de interagir com o animal. Em todos os casos, foi necessário fechar o jogo e repetir as fases, resultando em  uma atividade frustrante.

O seu companheiro ainda pode crescer

The Last Friend se apresenta como um título muito divertido e possui um desafio relativamente tranquilo de enfrentar. Planejar seu time de cachorros é uma atividade divertida, assim como encaixar combos com Alpha. Porém, a sensação é que falta um pouco de corpo ao jogo. Incrementar o pós-game com mais fases e/ou missões ajudaria a prolongar a vida útil e incentivaria a criar mais combinações de cachorros. Embora alguns problemas precisam ser corrigidos, é uma excelente opção aos fãs de tower defense.

Prós

  • Há muitas opções de cachorros, o que permite um gameplay variado;
  • As mecânicas de tower defense e beat ‘em up se encaixam bem;
  • Os cenários e animais são lindos e cheios de personalidade;
  • A mudança de gameplay em chefes ajuda a dar variedade ao jogo.

Contras

  • Bugs que obrigam a reiniciar fases e te fazem perder o progresso;
  • A jogabilidade de Alpha é ligeiramente travada nos combates;
  • Não ter conteúdo pós-jogo é um grande potencial desperdiçado.
Jogo — PC/Switch — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Skystone Games


Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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