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Análise: Timothy's Night (PS5) faz bom uso do DualSense, mas entrega uma experiência mediana

Este relançamento de 2019 traz algumas novidades ao mais recente console da Sony


Um gangster enfrentando uma invasão alienígena nos anos 40: essa é a estranha premissa de Timothy's Night, título exclusivo de PlayStation 5 que é, basicamente, um relançamento de Timothy vs The Aliens para PS4, mas com algumas novidades. Confira se a nova versão justifica o investimento ou a revisita para antigos fãs.

De gangster a herói

Timothy's Night é um jogo de aventura e tiro em terceira pessoa que acontece nos anos 40 e conta a história de Timothy, um respeitado gangster que, em sua infância, foi abduzido por engano por extraterrestres aliados que o entregaram uma carta de baralho com poderes de desacelerar o tempo. Agora, em sua vida adulta, ele deve usar tais poderes e seu arsenal de pistolas e metralhadoras para salvar Little Fish City e o resto do mundo.


A campanha, que pode ser facilmente terminada entre duas e três horas, possui um enredo bastante simples e sem surpresas. Conhecemos alguns personagens que nos dão tarefas para prosseguir na história. Há três tipos de coletáveis no jogo, sendo dois inéditos da nova versão que, assim que coletados, fornecem acesso a um tanque de guerra e a uma sala no prédio de Timothy.

Temos apenas um grande objetivo: encontrar quatro (e mais três opcionais) dinamites para explodir uma parede nos esgotos e entrar no prédio invadido pelos alienígenas. Para isso, precisamos encontrar determinados personagens e cumprir tarefas simples. Outras missões opcionais, com exceção dos colecionáveis e objetivos de troféus, seriam muito bem-vindas para agregar valor ao jogo e manter o jogador entretido por mais tempo.

Um pequeno arsenal e uma jogabilidade não tão fluida

Timothy's Night mistura elementos de aventura, plataforma e tiro em terceira pessoa. O personagem pode obter até quatro armas com um vendedor no esgoto, sendo uma com munição infinita, arremessar granadas e diminuir a velocidade do tempo, para te auxiliar a eliminar grandes hordas de inimigos e ganhar terreno. A movimentação de Timothy é um tanto quanto travada e atrapalhada nos momentos em que devemos pular em plataformas ou atravessar tábuas entre estruturas e prédios.

A nova versão do título conta com o uso dos recursos do DualSense, como o feedback háptico, que te permite até sentir a fraca chuva caindo; e os gatilhos adaptáveis, que reagem de acordo com a utilização de cada arma. Apesar de fazer bom uso do controle, a jogabilidade não alcança o mesmo patamar devido à física e à movimentação estranhas do personagem, não auxiliando na imersão que deveria proporcionar.


O jogo possui poucos tipos de inimigos, porém uma quantidade aceitável para a duração da campanha. O real problema é o aparecimento aleatório de alienígenas, muitas vezes literalmente na sua frente. Houve diversos momentos em que esbarrei em algo "invisível" e logo em seguida um inimigo apareceu justamente naquele lugar. Há áreas ou partes da história em que você fica preso em um círculo e deve eliminar os aliens que aparecem em hordas. Tirando isso, é possível passar o resto da campanha, enquanto buscamos colecionáveis e as dinamites, apenas desviando dos inimigos, sem matar um alienígena sequer.

O visual remete de maneira fiel à época, com um efeito noir bem interessante. Porém, a qualidade gráfica não surpreende para um exclusivo de nova geração, mesmo tendo um visual mais cartunesco, e a melhoria quanto ao "remaster" é quase imperceptível. Alguns bugs gráficos aconteceram, como ficar preso em certos lugares e o minimapa parar de funcionar em alguns momentos, forçando-me a voltar ao menu principal.


A trilha sonora, regada a jazz, surpreende no começo, mas logo percebe-se a pouca variedade. No geral, o título apresenta uma dificuldade baixa, tanto em combate quanto na conquista de troféus, garantindo facilmente mais uma platina para sua coleção.

Vale a pena?

Apesar de mostrar como se faz um ótimo uso dos recursos do DualSense, o mínimo esperado até para jogos maiores, Timothy's Night limita seu relançamento apenas a isso, deixando de lado outros pontos que podiam ser melhorados. A baixa dificuldade e diversidade de conteúdo na campanha, além da movimentação falha do gangster protagonista, tornam o título uma experiência básica, rápida e pouco impressionante.

Prós

  • Ótimo uso dos recursos do DualSense;
  • Ótimo efeito noir em seu visual;
  • Platina fácil.

Contras

  • Pouca variedade de objetivos e conteúdo;
  • A movimentação do personagem é falha e travada;
  • Inimigos aparecem aleatoriamente na sua frente, te fazendo esbarrar em "coisas invisíveis";
  • Melhoria gráfica quase imperceptível.

Timothy's Night - PS5 - Nota: 6.0

Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Wild Sphere

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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