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Análise: Mass Effect: Legendary Edition (Multi) revive uma das maiores franquias da sétima geração com gráficos renovados

O remaster pode desapontar os fãs brasileiros ao não incluir legendas em português.


Em 2007 surgiu Mass Effect, RPG espacial com um vasto universo e uma narrativa que evolui conforme as diversas escolhas pelos diálogos entre personagens. Agora, no aniversário de 14 anos da franquia, a EA e a Bioware relançam a trilogia original totalmente remasterizada e com algumas novidades, mas a localização para PT-BR, infelizmente, não é uma delas.


Confira em nossa análise se o remaster de Mass Effect deve agradar aos antigos fãs e se convida novos jogadores a conhecer a franquia.

Por dentro de Mass Effect

Caso você não conheça a história da franquia, vamos fazer um pequeno resumo antes de partir para a remasterização. Em Mass Effect, RPG de tiro e ação, controlamos o/a Comandante Shepard em uma missão para descobrir a verdade sobre o ressurgimento dos Reapers, raça alienígena que almeja destruir todas as civilizações avançadas da galáxia. Shepard recruta companheiros de diversas raças alienígenas para se preparar para uma guerra galáctica a ponto de começar.

A narrativa adaptativa evolui de acordo com as escolhas feitas pelo jogador em diversos diálogos pela campanha, e suas consequências são levadas para os jogos seguintes. Mass Effect possui um vasto universo de personagens e conteúdos a ser explorados, o que garante muitas horas de longas leituras do codex para entender cada detalhe da franquia.

O retorno de um grande RPG no espaço, agora de cara nova!

Mass Effect: Legendary Edition é a remasterização da trilogia principal da franquia, que foi lançada entre 2007 e 2012. Apesar de contar com algumas novidades, que já vamos citar, o foco da nova versão é na melhoria gráfica dos jogos. A nova versão conta com gráficos em 4K a 60fps (e 120fps no Xbox Series X) e a melhoria gráfica é nítida e surpreendente.

Novas texturas e detalhes foram aplicados aos personagens, cenários e armamentos, além de correções de iluminação e sombras. A evolução gráfica é mais perceptível no primeiro título da série, que vai encantar os fãs de longa data. O tempo de carregamento também foi aprimorado. A coletânea também oferece todos os DLCs lançados para a trilogia, garantindo muitas dezenas de horas de jogatina.


Apesar de os gráficos terem uma melhora significativa, alguns detalhes acabaram não sendo trabalhados, como movimentações um tanto quanto robóticas dos personagens em diversas cenas e sincronia labial, bastante inferior aos padrões atuais.

A jogabilidade de Mass Effect também apresenta algumas novidades: o balanceamento de das armas e pontos de experiência de Shepard, o/a protagonista da franquia, foi realizado e claramente será notado pelos jogadores das versões originais. Um modo fotografia, tão comum nos jogos atuais, também foi adicionado, além de novas opções de customização de personagem.


Algumas diferenças de jogabilidade entre os títulos foram mantidas, para entregar uma experiência mais fiel aos experientes, mas que podem ser estranhas para os jogadores de primeira viagem. Por exemplo: o primeiro jogo usa um sistema de superaquecimento nas armas, enquanto os outros dois contam com munição e recarregamento.

Além disso, algumas interfaces possuem grandes mudanças de um jogo para outro. Entendo que a desenvolvedora preferiu entregar a maior fidelidade possível à versão original, mas chega a ser confuso tamanha diferença entre certos elementos de jogabilidade em uma coletânea remasterizada, na qual os jogos poderiam estar padronizados.


Apesar das melhorias gráficas e de jogabilidade, os títulos, principalmente o primeiro, não envelheceram muito bem. Para jogadores da versão clássica, ainda mais os fãs mais assíduos, isso não será um problema, mas quem está chegando agora em Mass Effect pode estranhar comandos e a seleção de armas e habilidades.

Prepare seu inglês, você vai precisar (e muito)!

Na época em que a trilogia original foi lançada, não era comum encontrarmos jogos com localização em português, tanto em dublagem quanto legendas. Com o anúncio da remasterização da franquia, muitos fãs brasileiros esperavam que a tradução chegasse à atual geração, para que retornassem à grande história de Mass Effect sem perder nenhum detalhe.

Porém, a EA e a Bioware desconsideraram a inclusão do idioma nos jogos, que possuem uma enorme base de fãs no Brasil, em uma decisão pouco convidativa a novos jogadores. Seria muito esperar um trabalho de dublagem, mas textos e legendas são o mínimo que se aguarda para uma série com tantos diálogos e escolhas e impactam a narrativa, algo bem comum até em produções com muitos textos para traduzir. Com isso, a remasterização perde a chance de trazer à franquia novos fãs brasileiros que não dominam o inglês.

Vale a pena (re)jogar?

Mass Effect: Legendary Edition traz uma grande evolução gráfica a uma das maiores franquias de RPG, mas as novidades de peso param por aí. A coletânea parece ter sido pensada apenas para os fãs de longa data, que queriam ver sua saga favorita nos visuais atuais, sem estar aberta a ganhar novos admiradores ao manter uma jogabilidade um tanto quanto datada e não traduzir para outros idiomas, como o português.

Prós

  • Surpreendente evolução gráfica, principalmente no primeiro jogo;
  • Contém todo o conteúdo já lançado para toda a trilogia;
  • Pequenas melhorias de jogabilidade;
  • Alta fidelidade à versão original.

Contras

  • Sem legendas e textos em português;
  • A jogabilidade é um tanto quanto antiquada para os tempos atuais;
  • Movimentação robótica de personagens e falta de sincronia labial;

Mass Effect: Legendary Edition - PS4/XBO/PC - Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PS4


Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital fornecida pela Electronic Arts

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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