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Análise: MLB The Show 21 (Multi) traz partidas de beisebol divertidas em uma produção de transição

Ainda que as diferenças entre as suas versões sejam poucas, o game é repleto de opções e ótimos desafios para fãs de beisebol e de esportes em geral.


Os jogos de esporte são bastante populares na indústria dos games. Dentre as várias opções, o beisebol muitas vezes acaba ficando um pouco de lado, sobretudo no Brasil. MLB The Show 21 (Multi) vem pra mostrar que qualquer jogador pode curtir a modalidade, contando com vários modos e partidas repletas de desafio e diversão. Prepare o seu taco favorito, calce as luvas e não se esqueça do boné, pois a análise vai começar!

Tradição no esporte

No país do futebol, outros esportes têm dificuldade para encontrar espaço com o público. Se considerarmos os mais populares nos EUA, temos o basquete, que tem um bom número de fãs no Brasil; o futebol americano, com uma presença menor por aqui; e o beisebol. Esse último é pouco apreciado nas terras tupiniquins, contando com uma base de apreciadores pequena e de praticantes ainda menor.
 
Particularmente, gosto bastante de basquete, mas nunca fui um grande fã de beisebol, embora eu o aprecie mais do que o futebol americano. No mundo dos games, Baseball (NES) foi a minha primeira experiência e, apesar de ser um tanto simples, proporcionou boas horas de diversão. Outros títulos surgiram ao longo dos anos nos videogames, mas nenhuma série foi mais bem-sucedida do que MLB: The Show.
O começo da série em 2006
A estreia da franquia que pega emprestado o nome da liga americana foi em MLB 06: The Show (PS2/PSP), e desde então ela é sinônimo de beisebol eletrônico. Mesmo sendo a única opção na atualidade para quem quer jogar o esporte nos videogames, ela é reconhecida pela sua qualidade e sua evolução constante. O mais novo título é MLB The Show 21, produzido e publicado pela Sony Interactive Entertainment.
 
Mesmo sem ser um grande entusiasta, reconheço que o game de beisebol é divertido e tem uma ótima produção. A tradição e a evolução da série são visíveis na sua estrutura sólida e na grande quantidade de modos de jogo e customizações. Não temos um grande salto em relação à versão de 2020, mas isso não diminui o seu apelo.
O game traz vários momentos clássicos do esporte
Enquanto os fãs da modalidade estarão em casa com o título, que conta com recursos interessantes como os momentos históricos, que revivem fatos marcantes do esporte, os novatos devem se preparar. Embora o título não seja super difícil, as primeiras partidas são bem exigentes, principalmente para quem não conhece bem o esporte. Felizmente, temos tutoriais generosos e modos de treinamento que vêm bem a calhar.

Produção de qualidade

A primeira característica que se sobressai em MLB 21 são os seus visuais. Eles não são incríveis, mesmo nos consoles mais novos (mais sobre isso em seguida), mas tem um nível de detalhes considerável e boas texturas. Jogadores, estádios e demais elementos são bonitos e bem apresentados.
Homerun, o ponto alto do baseball!
Mesmo sendo uma coisa que chame pouco a atenção no contexto geral, quero deixar um elogio ao layout geral do título. Ele é limpo, organizado e intuitivo, tornando a exploração dos menus e conteúdos uma tarefa simples. Considerando que temos grandes quantidades de itens e elementos, como as cartas de jogadores e itens em Diamond Dynasty, e uma boa dose de gerenciamento nas campanhas, esses bons designs favorecem bastante a jogatina.
MLB The Show 21 faz você se sentir dentro da partida
No quesito som o game também tem qualidade: a narração (somente em inglês) é boa e adequadamente sincronizada com o que acontece na tela. A trilha sonora conta com ótimas canções, o que é quase uma obrigação para jogos de esporte. Todas embalam bem a experiência e tornam os momentos fora das partidas mais interessantes.

Escolha o seu modo de jogar...

Seguindo a mesma ideia de outros games esportivos, MLB The Show 21 oferece várias formas de curtir a modalidade. Além das populares partidas casuais, tanto online quanto offline, e outras opções mais diretas, também é possível jogar os modos no estilo campanha. Cada um deles tem as suas qualidades e oferece boas experiências.
Monte seu jogador e construa a carreira dele
Road to the Show é o modo carreira em que criamos um personagem e tomamos o controle da sua vida profissional. Depois do draft, o jogador precisa passar por treinamentos, eventos e, obviamente, partidas, construindo sua história na liga de beisebol americana. Conforme prosseguimos, é possível melhorar os atributos e customizar os equipamentos.
 
Outro modo muito interessante é o Diamond Dynasty, uma espécie de Ultimate Team do FIFA. A ideia aqui é montar o seu time dos sonhos, composto por jogadores obtidos na forma de cartas. Para consegui-las, é preciso disputar torneios, realizar missões especiais e ganhar de outros jogadores. Ao contrário da sua contraparte no futebol, aqui temos uma experiência mais justa, sem dependência exagerada das microtransações.
Abrir um pacote é sempre uma emoção
Ou seja, não existe uma presença forte da política pay-to-win, o que poderia frustrar os jogadores casuais. Uma grata surpresa foi a possibilidade de trazer o personagem criado em Road to the Show para Diamond Dynasty; parece algo simples, mas é a primeira vez que vejo um jogo do gênero fazer isso até hoje. Finalmente, temos os chamados March to October e Franchise.
 
Em ambos escolhemos um time da liga e acompanhamos sua trajetória na MLB. A diferença é que no primeiro vivemos somente determinadas partidas-chave da campanha, enquanto no segundo ficamos no controle direto durante toda a temporada. Deixo uma nota de que os modos online sofrem com alguma instabilidade, sobretudo no caso do Diamond Dynasty.

...e escolha como jogar

Tal como na quantidade de modos de jogo, MLB The Show 21 também tem uma ampla variedade de opções na sua jogabilidade. Mais do que personalizar a experiência durante as partidas, o sistema de customização permite ao jogador entender melhor como o game funciona. Caso ele não conheça bem as regras do beisebol, essa oportunidade é ainda mais importante.
São várias opções para customizar a jogabilidade do game
Ao contrário do futebol e do basquete, o beisebol é um esporte menos dinâmico, funcionando através de etapas bem definidas. E é justamente nesses momentos-chave que o game oferece várias opções. Como a ideia da nossa análise não é dar uma aula sobre a modalidade, eu focarei somente nas ações principais.
Um bom arremesso é importante para dificultar a vida do rebatedor
Para arremessar a bolinha (pitching), é possível escolher as seguintes opções: medidor, que utiliza uma barra de força; clássico, que combina analógico e botões; pulso, que monitora a pressão nos botões; de precisão, em que uma execução de comandos deve ser realizada; e puramente analógico, que utiliza diretamente a alavanca do controle.
Acerte as rebatidas para avançar para as bases
Já para rebater o arremesso (hitting), o jogador pode utilizar os seguintes comandos: direcional, em que é preciso adivinhar a direção da bolinha; por zona, que exige um rastreamento da bolinha; ou puramente analógico, tal como no caso anterior. Preferi as opções clássico e direcional por serem mais acessíveis, visto que as outras, apesar de mais precisas, aumentam a já considerável dificuldade do jogo.

Uma versão de transição

Lançado em 16 de abril, o MLB The Show 21 conta com versões na geração de videogames atual, PlayStation 5 e Xbox Series X, e na anterior, PS4 e XBO. De maneira geral, as diferenças entre elas são conservadoras. Os visuais são muito próximos entre si, com melhorias pontuais em algumas texturas e iluminação.
 
Já o desempenho apresenta melhorias significativas, contando com maiores resolução e taxa de quadros, além de menores tempos de carregamento. Em termos de conteúdo, a maior diferença é a possibilidade de construir estádios customizados, dando liberdade aos jogadores para criar arenas incríveis. Eu não entendo por que esse recurso relativamente simples é limitado à nova geração, mas entendo que essa política é comum com a chegada de consoles mais modernos.
Construa seu próprio estádio de baseball no PS5 e XSX
Finalmente, é importante ressaltar um detalhe curioso que talvez tenha passado despercebido: embora a produção do game seja de um estúdio Sony, o San Diego Studio, ela também chegou aos consoles da Microsoft. Mais do que isso, ela chegou, inclusive, no Xbox Game Pass no mesmo dia do lançamento, lembrando que a franquia era exclusiva do PlayStation até então. A mudança foi uma exigência da própria MLB, que licencia sua marca para o jogo e está buscando expandir seu público virtual.

Para os fãs de beisebol e de um bom jogo de esporte

Obrigatório para os fãs e recomendado para os amantes de esportes, MLB The Show 21 (Multi) traz uma competente e divertida versão digital do jogo de beisebol. Os visuais são bonitos, a jogabilidade é boa e bastante customizável e temos muitas formas de jogar. Em particular, as opções Diamond Dynasty e Road to the Show são envolventes e bem construídas. Ainda vamos ter que esperar para ver como a franquia evoluirá na nova geração de videogames, mas até lá os jogadores estarão bem servidos.
Pronto para jogar?

Prós

  • Jogo de beisebol sólido e divertido;
  • Visuais de boa qualidade, incluindo jogadores e estádios;
  • Narração, efeitos e trilha sonora são envolventes e combinam com a proposta;
  • Boa variedade nas customizações da jogabilidade;
  • Muitos modos de jogo diferentes para curtir as partidas, com destaque para Diamond Dynasty e Road to the Show.

Contras

  • As versões da nova e da antiga geração não têm diferenças significativas;
  • Curva de aprendizagem é considerável, sobretudo para novatos no esporte;
  • Modo online sofre de algumas instabilidades.
MLB The Show 21 – PS4/PS5/XBO/XSX – Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Ives Boitano
Análise produzida com chave cedida pela Sony


é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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