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Análise: Kingdom Hearts III + Re Mind (PC) serve como uma conclusão e um novo começo para a série

Edição para PC é um port bem feito do RPG de ação.

Assim como Kingdom Hearts HD 1.5 + 2.5 ReMix e 2.8 Final Chapter Prologue, o mais recente RPG de ação da série também recebeu um port para PC. Contando já com o DLC que expande a narrativa e adiciona alguns novos elementos, o título foi lançado com o nome Kingdom Hearts III + Re Mind. Enquanto os jogos anteriores tiveram um port comum sem grandes adições, este é claramente o grande foco da Square Enix, apresentando várias opções de ajuste.

O fim de uma saga e um novo começo

Kingdom Hearts III foi um jogo bastante aguardado pelos fãs da série. Após o lançamento de Kingdom Hearts II para PS2 em 2005 (2006 no Ocidente), a Square Enix lançou vários jogos que cobriam eventos importantes da história em títulos não numerados. Inclui-se aí 358/2 Days (DS), Birth by Sleep (PSP), Re:Coded (DS), Dream Drop Distance (3DS) e Union χ (mobile).

Com todas essas outras experiências, cabia a Kingdom Hearts III amarrar as pontas e apresentar a grande conclusão da guerra entre trevas e luz. De um lado, Xehanort e seus aliados planejam um novo conflito para obter o domínio de Kingdom Hearts. Do outro, Sora e seus amigos precisam reunir as forças da luz que se perderam ao longo da série.

De fato, é importante destacar que, mais do que nunca, a história pode ser bastante confusa para quem não acompanhou tudo que veio antes. Isso inclui motivações dos vilões, identidades de personagens e até mesmo algumas resoluções de roteiro que podem parecer casos de deus ex machina, mas que têm base em eventos anteriores.

Também é importante destacar que, apesar da resolução do conflito principal já anunciado previamente em Dream Drop Distance, a história também deixa várias pontas soltas para os próximos jogos. Mesmo com o conteúdo do Re Mind, que inclui dificuldade extra, novos chefes e elementos adicionais de resolução para o epílogo, muitos elementos só serão explicados futuramente.

A experiência mais fluida da série

Em termos de gameplay, Kingdom Hearts III é o ponto alto da série. Ao longo de suas várias iterações, especialmente as não numeradas, a série experimentou bastante com sua fórmula de RPG de ação. Tanto a movimentação quanto as opções de combate refletem bem o que foi aprendido ao longo dos anos.

Uma das adições fundamentais é o Flowmotion. Quando Sora rola em direção a uma parede ou pilar, ele consegue usar isso como forma de realizar ataques que atingem múltiplos inimigos e desviar rapidamente. Além disso, ele pode escalar algumas paredes, adicionando um fator vertical à exploração.

Em batalha, o personagem pode realizar combinações de ataques, utilizar magias variadas, alternar entre keyblades, ativar o shotlock (que permite enviar projéteis e utilizar outros ataques à distância) e links (nome dado para as summons do jogo). Um aspecto importante também é que os combos levam a comandos especiais que podem ser ativados sem custo. Isso inclui magias poderosas, mudanças de forma para Sora e suas keyblades, assim como as attractions, que invocam brinquedos de parques de diversão para ataques espetaculares.

Em comparação com jogos anteriores da série, há menos mundos para explorar. Além das localidades originais do jogo, estão inclusos: Olympus (Hércules), Toy Box (Toy Story), Kingdom of Corona (Enrolados), Monstropolis (Monstros S.A.), Arendelle (Frozen), The Caribbean (Piratas do Caribe) e San Fransokyo (Big Hero 6). Porém as áreas são bem vastas e a sua integração com a história é melhor desenvolvida do que nos jogos anteriores, não parecendo deslocadas em relação à narrativa principal.

Além da história principal, há pequenas áreas escondidas e um sistema de fotografia que permite ao jogador ganhar itens por localizar emblemas marcados em várias localidades. Entre os mundos é necessário usar o Gummi Ship para explorar o espaço, lutando contra naves inimigas e obtendo tesouros no caminho. Em comparação com jogos anteriores, também há uma área bem maior e conectada para isso, sendo possível esquivar dos inimigos ou procurar mais batalhas para realizar missões, fortalecer o nível de sua nave e obter itens melhores.

Um port bem trabalhado

<div></div>A versão de PC foi claramente o carro-chefe dos ports da série lançados pela Square Enix. Ele conta com muito mais opções de ajuste, permitindo que o jogador adapte a experiência para maximizar a qualidade gráfica e a performance da forma que preferir.

Assim como nos jogos anteriores, há opções de ajuste de resolução, frame rate, brilho e filtros para daltonismo. Porém, há também opções mais pontuais de configuração gráfica, o que inclui: qualidade de texturas, sombras, redução de detalhes à distância, escolha de anti-aliasing, motion blur, oclusão de ambientes, reflexões, efeitos de partículas, bloom e lens flare.

É possível tanto selecionar entre valores pré-moldados (baixo, médio, alto, max) ou customizar essas configurações pontualmente. Com isso, é possível obter ganhos de performance em ocasiões que demandam mais esforço da máquina.

Em termos de som, o jogador pode ajustar o volume geral ou especificamente os valores das músicas, efeitos sonoros e vozes. Ao contrário das coletâneas, é possível alternar entre vozes em inglês ou japonês. O texto inclui opções de inglês, espanhol, alemão, francês, italiano, japonês e chinês (simplificado e tradicional).

Controle e teclado também são ajustáveis no menu. Os ícones mostrados no jogo podem seguir os padrões PlayStation e Xbox ou uma terceira opção genérica. O layout do teclado e a sensibilidade do mouse podem ser alterados.

O conteúdo adicional do Re Mind é acessado após terminar o jogo em um menu separado. Para quem gostaria de relembrar a história de jogos anteriores, há um arquivo de memórias com vídeos que as descrevem brevemente.

De forma geral, o port para PC de Kingdom Hearts III + Re Mind é muito bem-feito. Com várias opções de ajuste, é fácil adaptar o RPG de ação para ter uma boa experiência. Além disso, o jogo em si traz um combate fluido e interessante que demonstra muito bem o aprendizado que a série teve ao longo do tempo.

Prós

  • Movimentação e combate fluidos;
  • Mundos vastos e integrados com a narrativa;
  • Port com múltiplas opções de ajuste gráfico.

Contras

  • História com muitas pontas soltas para próximos jogos.
Kingdom Hearts III + Re Mind – PC – Nota: 9.0
Revisão: Ives Boitano
Análise produzida com cópia digital cedida pela Square Enix

é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
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