Halloween: Os personagens do terror que já pintaram nos games

Ao longo do tempo, muitos personagens das histórias de terror se tornaram um fenômeno pop, contracenando como protagonistas dos próprios títulos.

em 16/10/2020


Em 2019, o GameBlast publicou um artigo sobre as origens das histórias de terror, como elas se popularizaram junto ao grande público e, consequentemente, como figuraram nos jogos eletrônicos.

Neste ano, apresentaremos alguns personagens famosos que ganharam jogos baseados em suas próprias histórias ou que posaram como coadjuvantes, mas que, ainda assim, marcaram fortemente sua presença nos consoles.

Alguns pontos merecem consideração: a lista não será exaustiva e provavelmente não comportará todos os jogos em que dado personagem apareceu, no entanto, este redator trará sua origem, um resumo sobre a mídia em que surgiu pela primeira vez e alguns dos jogos mais relevantes em que aparece. De mesmo modo, não serão mencionados fan games por estes violarem direitos de propriedade intelectual. Espero que se divirtam!

O monstro de Frankenstein

Origem: Frankenstein ou o Prometeu Moderno, livro de Mary Shelley, publicado em 1818. Segundo o romance (o primeiro terror científico de nossa história), um cientista se propôs a trazer à vida uma criatura construída com base em diversas partes de cadáveres e, após o sucesso de sua empreitada, abandona sua criação por considerá-la repugnante. Por mais incrível que pareça, o livro trabalha mais aspectos como abandono, solidão, isolamento e inadaptação social do que realmente temas de horror.

O monstro de Frankenstein imortalizado por Boris Karloff.

A criatura: a despeito do que muitos imaginam, Frankenstein não é o “monstro”, mas sim o cientista que o criou, Doutor Victor Frankenstein. Ao longo do romance, a criatura é referenciada como “coisa”, “ogro” e “demônio” e, curiosamente, “monstro” não é um dos substantivos empregados.

Jogos em que marcou presença:

  • Frankenstein (Multi): lançado pela CRL em 1987, o adventure textual é a transposição do romance de Shelley para os computadores.
  • The Adventures of Dr. Franken (SNES): desenvolvido pela Motive Time e lançado em 1993, é uma versão melhorada de Dr. Franken (Game Boy), lançado no ano anterior sob os cuidados da Elite Systems. Outro título de plataforma que, de forma bem humorada, mostra um “Frankenstein” cool que enfrenta desafios para recuperar partes desaparecidas do corpo de sua namorada.
The Adventures of Dr. Franken.
  • Frankenstein: The Monster Returns (NES): publicado pela Bandai em 1991, exclusivamente para o mercado norte-americano, nada mais é senão um título genérico de ação/plataforma. 

Dracula

Origem: Dracula, livro de Bram Stoker, publicado em 1897. Segundo o romance, o advogado Jonathan Harker viaja para as montanhas dos Cárpatos a fim de auxiliar juridicamente um conde em uma transação imobiliária. A despeito do nobre ser um ótimo anfitrião, Harker percebe que seu cliente possui hábitos estranhos e logo se dá conta de que na verdade é um prisioneiro do castelo. Após uma série de reviravoltas, o advogado descobre que há outras criaturas como o conde e se dá conta de que precisa dar cabo de todas elas, unindo-se a um professor e caçador de monstros chamado Abraham Van Helsing.

Dracula, interpretado pelo mestre Bela Lugosi.

A criatura: a despeito de histórias de criaturas sugadoras de sangue (ou de almas) serem mais antigas que o romance de Stoker, Dracula foi a personificação moderna do vampiro em diversas adaptações para o cinema, quadrinhos, jogos de RPG e, claro, jogos eletrônicos. O próprio Dracula da série Castlevania é fortemente inspirado no romance que lhe deu origem.

Jogos em que marcou presença:

  • The Count (Multi): adventure textual, desenvolvido e publicado pela Adventure International em 1979. Inspirado no romance de Stoker, o jogador é desafiado a derrotar o vampiro em vilarejos localizados na Transilvânia.
  • Bram Stoker's Dracula (Multi): desenvolvido pela Psygnosis (versão para SNES/Mega Drive) e lançado em 1993, o título se baseia no filme homônimo, de 1992. Na pele do advogado Jonathan Harker, o jogador se verá obrigado a enfrentar Dracula a fim de interromper seus atos nefandos.
    O "assustador" chefe final em Bram Stoker's Dracula.
  • Castlevania (Multi): o primeiro jogo foi desenvolvido pela Konami e lançado em 1986. Narra a saga da família Belmont, uma linhagem de homens santos e caçadores de criaturas das trevas que se vêem predestinados a enfrentar o Senhor dos Vampiros a cada centenário.

Leatherface

Origem: The Texas Chain Saw Massacre, filme concebido por Kim Henkel e Tobe Hooper, lançado em 1974. Como um dos precursores dos filmes de baixo orçamento, O Massacre da Serra Elétrica (alcunha que recebeu no Brasil) conta a história de dois irmãos que, em companhia de amigos, viajam até o Texas e são atacados por uma família de canibais incestuosos. Mesmo com uma série de problemas de produção e quase nenhum orçamento para seu desenvolvimento, o longa foi amplamente aclamado (e criticado) pela altíssima violência, levando-o a sofrer uma série de restrições para exibição mundo afora. Atualmente é considerado um título cult.

Leatherface interpretado por Gunnar Hansen.

A criatura: Leatherface foi inspirado em um assassino serial norte-americano, Ed Gein, que fazia máscaras para si com as peles dos rostos de suas vítimas. Como membro de uma família de canibais homicidas, Leatherface não passa de um indivíduo com pouquíssimo desenvolvimento psíquico, que, munido de seu porte físico, força, uma marreta e uma motosserra, ameaça e agride suas vítimas.

Jogos em que marcou presença:

  • The Texas Chain Saw Massacre (Atari 2600): publicado pela Wizard Video Games em 1982, o título foi o primeiro jogo de terror a causar polêmica junto aos lojistas, especialmente em uma época em que sistemas de classificação etária não existiam para o entretenimento eletrônico. Maior polêmica foi criada pelo fato de que o jogador está no controle de Leatherface, que deve eliminar o maior número de vítimas antes do cronômetro se esgotar.
The Texas Chain Saw Massacre para Atari 2600.
  • Mortal Kombat X (Multi): desenvolvido pela NetherRealm Studios e lançado em 2015, o famoso jogo de luta coleciona polêmicas desde o primeiro título, lançado em 1992. Embora Leatherface não integre o universo de Mortal Kombat, o personagem recebeu uma excelente adaptação com suas principais características, tanto físicas, quanto de combate — por sinal, sendo um dos personagens favoritos deste que vos escreve.
  • Dead by Daylight (Multi): desenvolvido pela Behaviour Interactive e lançado em 2016, o jogo de horror cooperativo coloca quatro jogadores (os sobreviventes) contra um (o assassino), que devem cumprir uma série de missões para escaparem do local em que correm risco. A despeito de não ser um título exclusivo com Leatherface, um DLC incluiu o famoso personagem como um dos assassinos.

Michael Myers

Origem: Halloween, filme de John Carpenter, lançado em 1978. Conta a história do garoto Michael, que na noite de Dia das Bruxas de 1963 assassinou sua irmã. Após 15 anos internado em um hospital psiquiátrico, Myers escapa e retorna para sua cidade de origem e persegue a jovem Laurie Strode, bem como a seus amigos. Suspeitando que o jovem possua más intenções, o psiquiatra Sam Loomis (que lidava com o paciente na clínica) o persegue a fim de evitar os possíveis crimes.

Mike Myers com máscara, por James Jude Courtney, no longa de 2018.

A criatura: Michael Myers, ou “Mike” para os “íntimos”, é um jovem com problemas psiquiátricos e maníaco homicida, que utiliza uma faca, uma máscara branca e seu tradicional macacão para atormentar e agredir suas vítimas. Um dos aspectos mais assustadores do personagem, assim como ocorre com Leatherface, é a perturbação mental, cuja violência protagonizada se torna mais plausível para o espectador do que aspectos sobrenaturais.

Jogos em que marcou presença:

  • Halloween (Atari 2600): publicado pela Wizard Video Games em 1983, o título coloca o jogador na pele de uma babá que deve resgatar bebês indefesos contra um assassino sem nome (aparentemente a Wizard não melhorou muito o conceito sobre seus jogos). Ironicamente, Halloween para Atari 2600 possui mais violência e sangue do que o longa homônimo, o que gerou — novamente — uma série de polêmicas. Um dos destaques é a famosa canção-tema que é executada quando o assassino se aproxima do jogador.
  • Dead by Daylight (Multi): assim como a maioria dos antagonistas dos filmes de terror clássicos, Michael Myers recebeu um DLC para ser representado pelo jogador no papel do assassino.
Myers em Dead by Daylight para Switch.
  • Mortal Kombat 11 (Multi): travessura! Com tantos personagens de terror incríveis desde Mortal Kombat (2011), bem que a NetherRealm poderia incluir um de meus personagens de filmes favoritos de todos os tempos, não?

Jason Voorhees

Origem: Friday the 13th (conhecido no Brasil como Sexta-Feira 13), filme lançado em 1980, sob a direção de Sean Cunningham. O enredo conta a história de um grupo de jovens que estão em um acampamento de verão recém-aberto, mortos pouco a pouco por um assassino desconhecido.

Jason só recebeu a famosa máscara de hockey em Friday the 13th Part III.

A criatura: a despeito do que muitos pensam, Jason Voorhees não é o antagonista do primeiro filme e tampouco era a intenção de Cunningham ou do roteirista Victor Miller tornarem o personagem um vilão. O real assassino é ninguém menos senão Pamela Voorhess, outrora cozinheira do acampamento que residia com seu filho no local (portador de hidrocefalia e retardo mental), que morreu afogado no lago após ser agredido por um grupo de jovens. Em razão da tragédia (e de pequenos incêndios e contaminação da água provocados por Pamela), o local ficou inoperante por anos, até que um dos herdeiros do local finalmente reabre o acampamento para jovens de baixa renda. Desde então, Pamela inicia uma série de assassinatos para vingar a morte do inocente filho. Foi apenas a partir de Friday the 13th Part II que Jason Voorhess assumiria a figura do maníaco homicida que todos conhecemos.

Jogos em que marcou presença:

  • Friday the 13th (NES): desenvolvido pela Atlus e publicado pela LJN Toys em 1989, o título coloca o jogador no papel de um dos seis conselheiros do acampamento. Eles devem derrotar Jason em três oportunidades distintas antes que as crianças ou os colegas de trabalho sejam assassinados. Não é de se estranhar que o produto medíocre causou mais danos à imagem do jogo do que à plataforma escolhida para seu lançamento, passando despercebido que um jogo de natureza violenta fosse lançado para um consoles familiar.
  • Mortal Kombat X (Multi): assim como Leatherface, Jason Voorhees também é um dos personagens jogáveis no título de luta da NetherRealm, sendo igualmente bem representado com suas habilidades e mecânicas de combate — por sinal, um de meus favoritos em Mortal Kombat.
Toda a simpatia do garoto Jason em Mortal Kombat.
  • Friday the 13th: The Game (Multi): desenvolvido pela IllFonic e publicado pela Gun Media em 2017, o jogo segue a mecânica estrutural de sobreviventes vs. assassino. Mas, ao contrário de Dead by Daylight (em que Jason também está presente como um DLC), os sobreviventes possuem mais recursos para se verem livres do vilão que, por sua vez, também possui habilidades específicas (e muitas vezes “roubadas”). De longe, é o mais próximo que os jogadores sentirão na pele como alvos de Jason.

Freddy Krueger

Origem: A Nightmare on Elm Street (conhecido no Brasil como A Hora do Pesadelo), filme lançado em 1984, com direção de Wes Craven e roteiro de Robert Shaye. Filho de uma freira que sofre violência e colocado à adoção, Freddy é recebido por um indivíduo que utiliza a criança para entreter bêbados e vagabundos. Após anos de abuso físico e psicológico, o jovem mata seu pai adotivo e passa a viver nas ruas. Alguns anos após, se descobre como um torturador e assassino de crianças. Embora tenha sido preso, é libertado após falhas no sistema penal, sendo então assassinado por moradores da cidade em uma caldeira que mantinha em sua casa. Desde então, retorna como assassino serial que invade os sonhos dos jovens em sua antiga cidade para matá-los enquanto dormem.

Freddy Krueger: mais apelativo que assustador, de fato.

A criatura: desde a ascensão (e a quebra de paradigmas) de The Texas Chain Saw Massacre, os estúdios de cinema norte-americanos aproveitaram o filão dos filmes slasher dos anos 1980 e lançaram uma série de longas cada vez mais macabros e com violência explícita que, no final das contas, em nada acrescenta aos respectivos enredos: a palavra de ordem era simplesmente chocar. Ainda assim, Freddy Krueger se tornou um ícone dos filmes de terror e, inevitavelmente, figuraria como um dos mais importantes personagens de terror de todos os tempos.

Jogos em que marcou presença:

  • A Nightmare on Elm Street (NES): desenvolvido pela Rare e publicado pela LJN em 1989, o título coloca até quatro jogadores no controle de jovens que devem reunir os ossos do famigerado Freddy Krueger e queimá-los na fornalha da escola local. Há mecânicas interessantes como o “Sleep Meter”, que mede o sono do personagem. Quanto menos ele se move no cenário, menor será a barra. Xícaras de café encontradas pelo cenário impedem que ele caia no sono (se tornando vulnerável) e se encontre com o assassino.
A Nightmare on Elm Street para NES é disso para pior.
  • Dead by Daylight (Multi): assim como seus “colegas de profissão”, Krueger é disponibilizado como um dos assassinos mediante DLC.
  • Mortal Kombat (Multi): desenvolvido pela NetherRealm e lançado em 2011, o famigerado jogo de luta gore foi um reboot da série, reunindo alguns dos mais queridos personagens da série. Ainda assim, a desenvolvedora encontrou espaço para incluir dois lutadores especiais: Kratos (da saga God of War) e Freddy Krueger, cujos direitos pertencem à Warner Bros. Interactive Entertainment, publicadora do título e pertencente ao conglomerado Warner.

Xenomorph

Origem: Alien (conhecido no Brasil como Alien, o 8º Passageiro), filme lançado em 1979, sob direção de Ridley Scott e roteiro de Dan O’Bannon. O enredo trata sobre os sete tripulantes da nave Nostromo, que estavam em animação suspensa em direção à Terra, quando são acordados pelo computador central para que investiguem um chamado de emergência de outra espaçonave presente na Lua. Após desembarcarem e parte da equipe realizar uma pequena expedição, um dos tripulantes é atacado por uma estranha criatura que mostrou ser um alienígena com tendências parasitárias de alta periculosidade e violência.

O 8º Passageiro é um filme desesperador mesmo para os padrões atuais.

A criatura: histórias de alienígenas não eram uma novidade em nossa cultura. A leitura em rádio do romance A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells (lançado originalmente em 1898), causou um frisson entre os ouvintes, em 1938, criando uma onda de pânico que forçou um pedido de desculpas pelos idealizadores. O’Bannon já figurava como um grande roteirista de filmes de terror sci-fi, enquanto Scott era um diretor sem maiores destaques. A criatura alienígena idealizada por ambos figurou como um dos mais brutais, violentos e resistentes inimigos em produtos de entretenimento. Não bastassem a alta velocidade e resistência, os membros da espécie “xenomorph” possuem sangue ácido e uma grande e rígida placa óssea que protege o crânio. Além disso, sua fase inicial de desenvolvimento é parasitária, quase sempre dependendo de outro animal (geralmente humano) para que prossiga da fase jovem para a adulta — sempre infligindo extrema dor e sofrimento ao hospedeiro.

Jogos em que marcou presença:

  • Alien 3 (Multi): ironicamente, este foi o único título lançado em conformidade com um dos longas integrantes com a quadrilogia inicial — e justamente o mais questionável deles. Desenvolvido pela Probe Software e publicado pela Acclaim Entertainment (em algumas versões para consoles) em 1992 (outros lançamentos ocorreram no ano seguinte), o título segue vagamente o enredo do filme homônimo, com jogabilidade que vai do suficiente (SNES) ao medíocre (NES), com direito a alteração do final (que em nada melhora o produto como um todo).

  • Alien vs. Predator (Atari Jaguar): desenvolvido pela Rebellion Developments e publicado pela Atari Corporation em 1994, o título FPS oportunizava ao jogador optar entre um Xenomorph, um Predator ou um Marine, cada qual com campanhas distintas. A despeito de o console originalmente lançado não ser um sucesso, o jogo em si foi bem recebido pela maioria dos críticos e jogadores.
Alien vs. Predator para Jaguar não fez feio em seu lançamento.
  • Alien Trilogy (Multi): desenvolvido pela Probe e lançado em 1996, o título FPS coloca o jogador na pele de Ellen Ripley (a heroína da quadrilogia original), que reviverá os eventos presentes nos três primeiros longas da franquia — a despeito da típica liberdade criativa do estúdio sobre o destino da personagem.
  • Alien: Isolation (Multi): desenvolvido pela Creative Assembly e Feral Interactive, sendo publicado pela Sega em 2014, Isolation foi uma completa reviravolta não apenas sobre o medíocre Aliens: Colonial Marines, lançado anteriormente, assim como em todos os demais jogos que focavam quase que exclusivamente na ação. O título de ação-aventura e sobrevivência coloca o jogador na pele de Amanda Ripley, filha da tenente Ripley, em busca de sua desaparecida genitora, 15 anos após os eventos do filme original. Forçando o usuário a ações furtivas e inteligentes, Isolation se tornou um dos jogos de maior destaque envolvendo a saga Alien, trazendo à tona o horror protagonizado pelo famoso xenomorph.

Spawn

Origem: após uma debandada de diversos roteiristas e desenhistas das editoras Marvel e DC Comics, alguns de seus ex-empregados decidiram criar em 1992 a Image Comics, voltada a uma maior liberdade artística com o público adulto como alvo. O produto de lançamento foi intitulado Spawn, o qual recebeu grande aceitação do público. O sucesso foi tão grande que o personagem se tornou uma marca, com direito a animações, brinquedos, um longa-metragem e, naturalmente, jogos de video-game.

Spawn no longa de 1997, interpretado por Michael Jai White.
A criatura: o que acontece quando um antigo fuzileiro naval altamente treinado, que se torna membro da CIA, é traído e assassinado por seu superior, levado ao Inferno por suas condutas em vida e faz um acordo com o Diabo em pessoa? Um assassino profissional com poderes infernais, representado na pessoa de Spawn. Albert Francis Simmons foi morto numa emboscada promovida por seu chefe na CIA e faz um pacto com Malebolgia (a representação do Diabo no quadrinho) a fim de que retorne à Terra para que veja sua esposa uma última vez e, então, possa finalmente comandar o exército infernal contra os portões celestiais. Mas como tudo o que está ruim pode piorar, Malebolgia “atrasa” o retorno de Spawn em cinco anos, desfigurando-lhe o corpo e, de quebra, coloca em sua cola The Clown, um demônio sempre pronto a fazer com que o anti-herói faça uso dos poderes infernais para levá-lo mais rapidamente ao Inferno para cumprir seu propósito.

Jogos em que marcou presença:

  • Todd McFarlane's Spawn: The Video Game (SNES): desenvolvido pela Ukiyotei e lançado em 1995, o título coloca o jogador na pele de Spawn em um beat 'em up com lindos gráficos, mas cujas execuções das habilidades do anti-herói eram complexas demais para algo do gênero. Ainda que com algumas falhas de execução, Spawn: The Video Game foi uma das melhores adaptações das HQs para os consoles, com direito à presença de personagens clássicos, como Violator, The Redeemer, Anti-Spawn e o próprio Malebolgia.

  • Spawn: The Eternal (PS): desenvolvido pela Sony Interactive Studios America e publicado pela Sony Computer Entertainment em 1997, The Eternal insere o Soldado do Inferno pela primeira vez no universo tridimensional. A despeito de incluir muitas das versões de Spawn empregadas nos quadrinhos, o título se torna frustrante com movimentação lenta e saltos mal programados, sendo declarado por alguns jogadores como um dos piores jogos já lançados para o PlayStation.
  • Spawn: In the Demon's Hand (Dreamcast/Arcade): desenvolvido e publicado pela Capcom em 2000, o título coloca até quatro jogadores no controle de alguns dos maiores personagens do universo Spawn para se enfrentarem em batalhas contra chefes da franquia. Nada mais profundo do que isso, mas suficientemente divertido. A despeito disso, obteve uma recepção morna da crítica.
In the Demon's Hand é um título divertido.
  • Soul Calibur II (Multi): desenvolvido pela Project Soul e publicado pela Namco em 2002, Spawn protagonizou como o personagem exclusivo para a versão do game para o Xbox (enquanto Link e Heihachi o foram para GameCube e PlayStation 2, respectivamente).
  • Mortal Kombat 11 (Multi): sem travessuras desta vez, Spawn foi anunciado em março deste ano como um dos personagens extras do título de luta da NetherRealm, trazendo à tona toda a brutalidade e poder de combate do Soldado do Inferno.

Constantine

Origem: Constantine surgiu originalmente na linha de quadrinhos Hellblazer da Vertigo Comics (selo subsidiário da DC Comics voltado ao público adulto). Com a popularização do personagem, não apenas recebeu uma linha própria de HQs como também foi inserido na série Os Novos 52 e mesmo na saga Injustice, recebendo um longa próprio e uma série de TV.

John Constantine.
A criatura: John Constantine é o baixista de uma banda punk e um humano dotado de poderes místicos que possui quase nenhuma empatia por membros de sua própria espécie. Dotado de carisma e alto poder de persuasão, Constantine chega até mesmo a trapacear em acordos com demônios, sendo sua alma disputada por alguns dos mais poderosos seres infernais em pactos realizados com eles.

Jogo em que marcou presença:

  • Constantine (Multi): desenvolvido pela Bits Studios em parceria com a SCi Games e publicado pela THQ em 2005, o título se baseia no longa homônimo lançado no mesmo ano. O jogo em terceira pessoa tão somente aproveita o impacto do filme em que se fundamenta, sendo recebido de forma mediana pela crítica especializada. Versões para GameCube e Game Boy Advance foram canceladas desde então.

Para nós, o que importa é a diversão

Tudo bem que o Halloween não é uma festa típica em nosso país, mas isso não significa que não nos empolgue de alguma forma. Os gêneros de horror/terror, gostando alguns ou não, já estão incrustados em nossa cultura, mediante livros, filmes, quadrinhos ou jogos eletrônicos.

Como alertado no início deste artigo, muitos títulos (e personagens desses gêneros) não constariam nesta lista, a despeito de sua importância. Um deles é a entidade Cthulhu, originada nas obras de H. P. Lovecraft e uma das mais intrigantes criaturas já concebidas pela criativa mente humana. Cthulhu é apenas um dos “problemas” surgidos na obra do polêmico escritor e mencionar apenas um dos Grandes Antigos seria desconsiderar a grandiosidade de todos os outros.

O mesmo se aplica à criatura múmia, que por existir diversas versões, ao invés de uma entidade única, tornaria complexo inserir uma em específico, ignorando todas as demais. Ainda assim, este redator espera que o leitor se divirta e aproveite para indicar alguma criaturas/entidades/personagens de histórias de terror/horror que também figuraram em jogos e que gostaria de se aprofundar. Essa festa também é sua!

Revisão: Ives Boitano

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Mineiro, apaixonado por livros, música, filmes, discussões, Magic: The Gathering e, claro, jogos eletrônicos.
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