Análise: Deleveled (Multi) é um desafiador puzzle sobre ação e reação

"Para toda ação, há sempre uma reação oposta e de igual intensidade; as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos" (Terceira Lei de Newton).

É nesta lembrança que você deve ter (ou provavelmente não) das aulas de física na escola que é baseado o conceito de Deleveled, um simples, e ao mesmo tempo complexo, quebra-cabeças da The Quantum Astrophysics Guild. Confira em nossa análise se você tem o necessário para encarar este desafio.

Ação e reação

Deleveled tem um conceito bastante básico: você controla dois quadrados, opostos um ao outro, para acionar botões e avançar pelas fases. Parece fácil, mas a execução pode não ser tão simples, ainda mais nas primeiras telas. Ambos os quadrados respondem simultaneamente aos comandos, que se resumem a movimentos laterais e reset de fase, e possuem gravidades opostas, sendo necessário fazer uso dos obstáculos presentes no ambiente para guiá-los aos seus destinos. Algumas fases exigem um ou outro comando para acionamento de manivelas e plataformas, por exemplo.

O conceito de ação e reação domina a jogabilidade do game, que acaba por virar uma aula de física para os mais atentos. Quando os dois quadrados se encontram, um exerce a força com que caiu de uma altura, por exemplo, em seu par no sentido oposto, possibilitando alcançar determinados botões para cumprir um desafio.

Conforme você avança pelos dez mundos disponíveis, novos obstáculos e recursos são adicionados ao gameplay, como paredes falsas e interruptores que invertem o pólo gravitacional dos quadrados. Apesar de podermos resolver os quebra-cabeças de diversas formas, a dificuldade é constantemente elevada e te faz dedicar bastante tempo em uma única fase. O game conta com mais de 100 níveis, garantindo muitas horas de desafios e teste do seu raciocínio lógico,

Para os mais velhos, Deleveled pode ser até um pouco nostálgico com seus simples gráficos e trilha sonora remetendo ao estilo clássico do Atari, que diverte no começo, mas cujas músicas, que só mudam a cada grupo de níveis, cansam rápido e tiram bastante a concentração. É uma questão de minutos para querermos deixar o volume da TV baixo ou quase mudo.

Fator replay bastante forçado

Para desbloquear os mundos seguintes, é preciso coletar uma certa quantidade de estrelas que são conquistadas ao completar as fases em uma única tentativa sem morrer,o que acontece quando os dois quadrados se tocam ou esbarram em espinhos, e sem reiniciar a fase. Isso traz um desafio ainda maior ao game, te fazendo ter ainda mais cuidado nos seus movimentos para conseguir completar a fase de primeira. Porém, o jogo acaba forçando o jogador a refazer um nível que já concluiu, mas não em uma primeira tentativa, fazendo com que sua progressão seja ainda mais demorada do que deveria ser.

Algumas telas possuem botões invisíveis que, se acionados, liberam uma fase extra em cada mundo. Porém, o acionamento desses botões é bastante aleatório, mais baseado na sorte, sem qualquer pista de onde eles possam estar. Como você já vai estar focado na resolução dos quebra-cabeças e estes botões ocultos são irrelevantes para a conclusão dos estágios, eles são completamente ignoráveis.

Vale a pena jogar Deleveled?

Para os apreciadores de um bom desafio intelectual, Deleveled é uma ótima pedida para os momentos em que você quer fugir de ação frenética de outros títulos. Mesmo sem nenhuma campanha te “obrigando” a chegar até o final,o jogo perde um pouco a essência de game casual ao criar esse compromisso de finalizar as telas com perfeição para prosseguir para os próximos mundos. Apesar dos gráficos minimalistas que remetem às experiências da era do Atari, a trilha sonora enjoa rápido e chega a desconcentrar logo no começo.

Prós

Jogabilidade extremamente simples;
Conceitos de ação e reação muito bem incorporados ao gameplay;
Desafios e dificuldade constantemente aumentados;
Mais de 100 níveis para testar seu raciocínio lógico.

Contras

Perde sua essência de casual ao obrigar a conclusão perfeita das fases sem morrer ou reiniciar;
Trilha sonora cansativa e que até desconcentra;
O desafio dos botões invisíveis é totalmente ignorável.