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Análise: My Friend Pedro (Multi) é uma frenética e explosiva aventura, mas cansa com sua constante repetição das fases

Lançado inicialmente para Switch e PC, o novo jogo da Devolver está disponível para PS4 e Xbox One.


Desenvolvido pela DeadToast Entertainment e publicado pela Devolver Digital, estúdio famoso pelos seus frenéticos e incomuns títulos, My Friend Pedro é a perfeita definição de "tiro, porrada e bomba", misturando o melhor do estilo shooter com plataforma em 2D.


Confira em nossa análise se este frenético e sangrento balé merece sua atenção.

Quando uma banana está no comando

My Friend Pedro nos apresenta o protagonista, sem nome, inconsciente em um lugar desconhecido. Ele é despertado por uma banana falante chamada Pedro, que lhe convence a fugir de seu cativeiro e buscar a verdade sobre o que lhe aconteceu e como foi parar naquele lugar. Assim começa a aventura de My Friend Pedro, na qual enfrentamos diversos desafios e inimigos na companhia de uma banana.


O enredo de My Friend Pedro está longe de ser o ponto forte do jogo. Ele começa confuso e demora muito para evoluir ou entregar qualquer detalhe no mínimo relevante para a história. A ação frenética com os diversos tiroteios que acontecem em 40 fases, divididas entre cinco mundos, sustentam o jogo e te motivam a finalizar a campanha que, apesar de curta, torna-se arrastada.

Já que nosso protagonista não possui uma fala no jogo inteiro, sobra para Pedro a responsabilidade de trazer um pouco de humor e carisma ao título, mesmo aparecendo ao início ou ao final de cada fase. A conclusão da história é bem simples, mas a evolução do enredo poderia ter sido melhor espalhada pelo jogo, para que o jogador tenha mais a sensação de que está chegando a algum lugar no título.


Abuse da criatividade em meio a tiroteios

My Friend Pedro destaca-se pela proposta de sua jogabilidade. Utilizando várias armas que são desbloqueadas no decorrer da campanha, finalizamos os inimigos das mais diversas formas. Ao estar armado com pistolas duplas, é possível dividir a mira para atirar em dois inimigos simultaneamente, enquanto realiza rodopios e manobras evasivas para desviar dos disparos adversários.

Elementos dos cenários também podem ser usados para tornar a matança ainda mais épica. Jogue um skate na cabeça de um capanga após utilizá-lo para atravessar um trecho da fase, chute uma frigideira para cima e atire nela para ricochetear as balas e eliminar inimigos de um ponto seguro, ou exploda galões para finalizar diversos adversários simultaneamente. O protagonista também conta com uma habilidade de câmera lenta, conhecida como Bullet Time, que torna os confrontos mais fáceis e estilosos por um breve período.


Apesar de fornecer tantos elementos divertidos ao gameplay, executar todos esses comandos de giros, mira dupla e câmera lenta é uma habilidade complicada de se aperfeiçoar. A jogabilidade no controle é difícil no começo e requer bastante prática para realizar as manobras perfeitas que vemos em trailers ou vídeos feitos por jogadores de PC, parecendo ser bem mais simples no mouse e no teclado.

My Friend Pedro dá ao jogador total liberdade criativa para enfrentar os capangas que aparecem aos montes. Porém, nos momentos de maior adrenalina, pelo menos enquanto não aperfeiçoa suas habilidades com os comandos, não será raro você apenas atirar para todos os lados e rodopiando, esperando todos os adversários estarem mortos. Cabe ao jogador se arriscar a fazer manobras radicais nas execuções dos bandidos ou avançar de forma segura pelas fases.


Repetitividade que cansa!

O título consegue intercalar muito bem os momentos de shooter com os de plataforma. Quando não estamos atirando para todos os lados, o jogo nos desafia a pular obstáculos e resolver puzzles para liberar nosso caminho pelas fases. Os confrontos com chefões são divertidos e são a melhor parte do jogo, envolvendo desde perseguições a tiroteios em queda livre.

Porém, a constante repetição das fases cansa rapidamente e deixa o jogo arrastado, tornando, ao menos para mim, o título um pouco entediante se jogado por um longo período. Os cenários são quase idênticos em sua maioria, com poucos momentos em que temos alguma alteração relevante no ambiente. Os inimigos também são os mesmos durante todo o jogo, sem qualquer alteração de dificuldade entre eles ou armas e resistência diferentes. Até mesmo a aparência é limitada a poucos sprites.


As fases contam com um ranking, de C a S, garantindo um desafio a mais aos perfeccionistas e caçadores de troféus/recompensas. O jogo não possui colecionáveis e a simplicidade dos cenários não proporciona exploração ou caminhos alternativos.

Vale a pena jogar My Friend Pedro?

Se você busca bastante ação e não liga nem um pouco para enredo, talvez My Friend Pedro seja o jogo para você! O título traz uma jogabilidade divertida, mas que exige muita prática para ser, de fato, aproveitada. Os confrontos com os chefões compensam a forma repetitiva em que as fases são apresentadas. O real desafio de My Friend Pedro está nas conquistas para garantir a platina, pois o jogo em si não chega a ser tão desafiador.


Prós

  • Chefões divertidos;
  • Liberdade criativa para eliminar os inimigos;
  • Conquistas desafiadoras.

Contras

  • Enredo irrelevante e arrastado;
  • Jogabilidade no controle exige um pouco mais de paciência para se acostumar;
  • Design de fases e de inimigos repetitivo.

My Friend Pedro — PC/PS4/XBO/Switch — Nota: 6.0
Versão utilizada para análise: PS4


Análise publicada com cópia digital cedida pela Devolver Digital
Revisão: Ives Boitano

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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