Blast Test

ScourgeBringer (PC) oferece ação e agilidade em um ótimo roguelike de plataforma

Explore um artefato alienígena neste indie focado em combater ininterruptamente.


Em ScourgeBringer acompanhamos uma guerreira que explora uma estranha estrutura que dizimou a humanidade. O jogo oferece uma aventura de ação e plataforma 2D com aspectos de roguelite focada em movimentação livre e ataques ágeis. Lançado no programa Acesso Antecipado, o título é uma experiência familiar que se destaca com seu ritmo acelerado.

Explorando o desconhecido

Um dia, uma imensa construção surgiu no céu e atacou a Terra com um imenso fluxo de energia, resultando na morte de boa parte da humanidade. Depois disso, a entidade misteriosa continuou na atmosfera, completamente inofensiva, e ela passou a ser chamada de ScourgeBringer, a “portadora do flagelo”. Os poucos sobreviventes passaram a viver em estruturas flutuantes, e alguns corajosos adentraram a construção a fim de descobrir seus mistérios — ninguém voltou até hoje. Acompanhamos Kyhra, uma guerreira habilidosa e mortal que decide explorar o artefato alien.


ScourgeBringer combina elementos tradicionais de ação e plataforma 2D com aspectos de roguelite. No controle de Kyhra, o objetivo é derrotar todos os inimigos de salas dentro da estrutura labiríntica em busca da saída para a próxima área. Para enfrentar as criaturas, a garota usa principalmente uma espada. Além de ataques rápidos, a guerreira consegue desferir um golpe lento que atordoa inimigos se utilizado no momento certo, e uma estocada ágil para se movimentar com velocidade. Uma pistola permite acertar inimigos distantes, porém sua munição só é recarregada com ataques físicos.

O diferencial do título é o seu conceito de movimentação livre. Ao contrário de outros jogos similares, as limitações de ataque e locomoção praticamente não existem. Sendo assim, podemos golpear e combinar golpes em sequência constantemente, tornando a ação muito ágil e flexível. Para complementar o tema de ritmo acelerado, Kyhra tem alta mobilidade e pode fazer pulos no ar, investidas rápidas em sequência em qualquer direção, saltar e correr pelas paredes.


Como é de praxe de roguelites, ScourgeBringer conta com elementos que mudam a cada partida, como mapa gerado proceduralmente e melhorias temporárias escondidas no calabouço. Mesmo assim, há progressão entre as tentativas na forma de uma árvore de habilidades que liberam melhorias permanentes, como aumento de vida, um sistema de combo, e até mesmo um ataque devastador chamado Fury, que é capaz de acertar vários inimigos simultaneamente.

O mundo do jogo chama a atenção com visual caprichado em pixel art, sendo um dos destaques as animações fluídas que complementam a sensação de agilidade. Além disso, cada área tem um tema visual característico: ruínas de pedra, uma caverna repleta de gelo e uma espécie de pântano venenoso. A ação é acompanhada de composições hard rock durante os combates, reforçando o tom de urgência dessas cenas.


Uma jornada versátil e com ação frenética

A minha característica preferida em ScourgeBringer é a agilidade da ação. É muito divertido controlar Kyhra por causa de sua movimentação, rapidez e flexibilidade de ataques — vários golpes podem ser utilizados em conjunto rapidamente, resultando em sequências estilosas e fatais no ar e no solo. Um sistema de combo que aumenta as recompensas conforme o desempenho e variedade incentiva a agressividade e experimentação. Por fim, as partidas duram alguns minutos e é fácil e rápido começar uma nova tentativa.


A variedade vem pela combinação de diferentes inimigos e elementos do cenário. Algumas salas são mais abertas e com mais monstros, o que demanda escolher os alvos com cuidado e se movimentar constantemente. Já outras arenas apresentam corredores e armadilhas, dificultando a mobilidade. O combate demanda atenção para usar os golpes no momento certo, e cada situação exige diferentes estratégias. Por exemplo, é importante ficar atento a padrões de ataques dos monstros para poder usar o movimento atordoante corretamente, já que errar o tempo deixa a heroína vulnerável por alguns segundos. Já outras criaturas é mais seguro atacar de longe com a pistola. Ficar atento é essencial, pois os inimigos são agressivos e bastam alguns deslizes para ser derrotado — atacar de qualquer jeito normalmente resulta em morte.

O conceito principal de ScourgeBringer funciona bem, mas o título carece de conteúdo em seu estado atual. A versão de lançamento no programa Acesso Antecipado conta com três diferentes áreas, porém vi salas se repetindo inúmeras vezes no meu tempo com o jogo. Além disso, as regiões são mecanicamente parecidas entre si. Também senti falta de variedade de inimigos, principalmente os subchefes e chefes — uma vez entendido seus padrões, é fácil evitar os seus ataques. Espero também que coloquem mais opções para incentivar a rejogabilidade, afinal a diversão de um roguelike é jogar várias vezes e ser surpreendido. Todas essas questões devem ser atendidas durante o período de Acesso Antecipado.


Um roguelite que já impressiona

Andamento ágil e ação empolgante são as melhores características de ScourgeBringer. O jogo se destaca ao oferecer uma aventura de ação 2D acelerada e com movimentação com poucas limitações: é possível fazer sequências de ataques impressionantes no ar enquanto realizamos acrobacias. As mecânicas são fáceis de entender, mas inimigos agressivos e diferentes arenas deixam as partidas complicadas — parte da graça é justamente dominar os sistemas e sair ileso, sendo que melhorias permanentes ajudam a trazer uma sensação de progresso entre as tentativas. O jogo está em Acesso Antecipado e já apresenta bom grau de polimento, porém a variedade de conteúdo é reduzida, o que deve mudar durante o desenvolvimento. No fim, SourgeBringer é muito divertido e já vale a pena ser conferido.


Revisão: Thiago Monte
Texto de impressões produzido com cópia digital cedida pela Dear Villagers

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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