CCXP 2019: Riot Music apresenta os bastidores da criação das bandas K/DA, Pentakill e True Damage

Toa Dunn, líder da Riot Music, e Beckett Snedeker-Short, produtor criativo da publisher, comandaram painel sobre o tema durante a Comic Con Experience 2019.


Nos últimos anos, a Riot Games também vem se destacando com suas apresentações audiovisuais. Seja para anunciar um novo campeão de League of Legends ou simplesmente mostrar algum conjunto de skins que será adicionado ao game, essas produções são frequentemente elogiadas pela comunidade. Parcela importante do sucesso pode ser creditada às músicas que embalam as criações, e os bastidores desta área da publisher foram apresentados em um painel realizado durante a edição deste ano da Comic Con Experience (CCXP).


Toa Dunn, líder da Riot Music, e Beckett Snedeker-Short, produtor criativo da publisher, conversaram com o público presente no Auditório Ultra e lembraram que tudo começou com Jinx. Eles disseram que como a campeã tem visual voltado para o punk, surgiu a ideia de criar um clipe musical para ela. “A reação das pessoas foi incrível e, até hoje, Jinx é uma das campeãs mais populares”, destacou Dunn.
“Vemos muitos cosplays dela e jogadores que a escolhem para suas partidas, é uma das personagens mais queridas de toda a história do game. Isso nos ensinou diversas coisas, se você permitir que o público se conecte com o campeão de uma maneira diferente — oferecendo algo novo como a música — as pessoas gostam e reagem positivamente a isso”, detalhou Dunn.
Nessa mesma época, já havia uma banda de metal composta por personagens de League of Legends — batizada de Pentakill. Alguns funcionários da Riot Games, que gostavam do gênero, começaram a compor diversas faixas e isso evoluiu de maneira orgânica, se transformando em algo maior. “Fizemos músicas isoladas por algum tempo, porém decidimos reunir várias delas para produzir um álbum”, contou Snedeker.
“Éramos apaixonados por esse projeto, entretanto não era nosso principal trabalho. Por isso, tínhamos que manter a rotina normal no estúdio e levar essa iniciativa de maneira paralela. Conseguimos entrar em contato com alguns profissionais, como os membros da Nine Inch Nails e DragonForce, que nos deram bons conselhos”, recordou Snedeker.
Dunn revelou que a equipe não via problemas em lançar o álbum gratuitamente. “Nossa motivação não era o dinheiro. Amávamos o projeto, por isso, tentamos fazer o melhor possível. Não gostaríamos que a condição financeira dos fãs fosse um empecilho, só queríamos colocar a música na internet”, afirmou.

De acordo com a dupla, a recepção da banda Pentakill foi positiva e até mesmo quem não era fã de metal respeitou a ideia. “A boa resposta da comunidade mostrou que isso era algo que poderíamos levar adiante”, complementou Snedeker.

No Mundial de League of Legends de 2014, a equipe da Riot Music trabalhou em conjunto com o Imagine Dragons — que tocou na cerimônia de abertura da grande final, disputada no estádio de Sangam, em Seul, capital da Coreia do Sul. “Para escolher parceiros para essas empreitadas, levamos vários fatores em consideração. Primeiro, torcemos para que sejam artistas queridos pela comunidade e que estejam dispostas a atuar em conjunto com nosso time”, explicou Dunn.

O líder da Riot Music comentou que o interessante dessa colaboração com o Imagine Dragons era que os integrantes da banda são jogadores de League of Legends. “Durante as turnês, eles aproveitavam o tempo livre para disputar partidas de LoL”, disse. Dunn aproveitou a oportunidade para contar uma história envolvendo o grupo musical. 
“Eles foram tocar em Los Angeles, mas estávamos ocupados e não conseguimos ir ao show. Então, nos perguntaram se não queríamos que eles fossem até o estúdio para uma pequena apresentação. Nós aceitamos, no entanto, antes deles começarem a tocar, se atrasaram um pouco porque estavam jogando e não se pode abandonar uma partida de LoL antes do fim. Depois do show, eles voltaram para o game e ficaram por lá até desligarmos o Wi-Fi”, detalhou.
Toa Dunn durante o painel na CCXP
Para falar sobre um dos fenômenos mais recentes da Riot Music, foi apresentado no telão o clipe da música Pop/Stars, da banda K/DA. “Enquanto mostrávamos a produção aqui, consegui contar umas três fileiras, pelo menos, cantando a música inteira, inclusive o rap. Eu mesmo ainda não sei de cor a letra do rap”, brincou Dunn, destacando que o vídeo é mesmo incrível e tem uma melodia que fica na cabeça.

“A banda K/DA era uma experiência imersiva, não somente um projeto musical. Envolvia a parte sonora, eSports, propaganda e mercadorias. Aprendemos a coordenar tudo isso e criar algo de grande impacto. É mais do que uma música, tentamos proporcionar a experiência completa”, contou Dunn.

“É difícil de explicar os motivos que transformaram a K/DA em um grande sucesso, é a mesma coisa que tentar desvendar porque determinada música é bem aceita. São vários fatores, mas sempre tentamos levar em consideração o lado da comunidade. O que faz você se apegar a esse jogo e gostar dos personagens. Também procuramos entender o que atrai as pessoas para determinado gênero musical. Além disso, não queremos fazer mais do mesmo, temos que continuar inovando e a K/DA foi um desses experimentos em que tentamos coisas novas e acertamos”, analisou Snedeker.


Durante o Mundial de 2019, o novo projeto da equipe foi revelado: a banda True Damage. Antes da decisão do campeonato, que aconteceu em Paris, na França, e coroou a FunPlus Phoenix como campeã, o single Giants foi tocado em uma apresentação que misturou música e hologramas.

"Um universo está sendo criado e é interessante ver os fãs abraçando a K/DA como se fossem artistas reais. Gostamos de ver como elas se transformaram em ícones", afirmou Snedeker. "Somos gratos por todo o retorno positivo, muito obrigado", agradeceu Dunn.



É jornalista e obcecado por games (não necessariamente nessa ordem). Seu vício começou com uma primeira dose de Super Mario World e, desde então, não consegue mais ficar muito tempo sem se aventurar em um bom jogo. Diretor de Redação do Nintendo Blast.
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