Jogamos

Análise: Tamashii (PC): uma experiência de terror obscura e inquietante

Desenvolvido pelo criador independente Vikintor , Tamashii é um plataforma de puzzle aterrorizante. Inspirado por títulos japoneses obsc... (por Ivanir Ignacchitti em 15/05/2019, via GameBlast)


Desenvolvido pelo criador independente Vikintor, Tamashii é um plataforma de puzzle aterrorizante. Inspirado por títulos japoneses obscuros dos anos 80 e 90, o jogo constrói uma atmosfera extremamente desconfortável, repleta de simbolismo e obscuridade. O resultado é uma obra experimental que se mostra um excelente representante do gênero.

Um templo corrompido

Energias vis do abismo estão corrompendo o santuário de uma entidade anciã. Para investigar o acontecido, ela invoca uma emissária. Esse personagem, controlado pelo jogador, pode criar até três corpos replicados que podem ser utilizados para ativar switches pelas áreas do templo.

O ambiente do santuário é majoritariamente preto-e-branco, mas há também um uso acentuado de vermelho em zonas de perigo. Isso acontece especialmente em momentos tensos e se associa a uma visão visceral do local, oferecendo a sensação de carne e órgãos. Vale destacar que esses momentos, junto com o uso de ruídos visuais e sonoros (que muito se assemelham a um “VHS amaldiçoado”) são particularmente efetivos em causar desconforto no jogador.

Outro elemento importante visualmente é a grande presença do Oculto. Personagens de aparência macabra, símbolos mágicos, entre outros. O templo também mais parece um calabouço do que um local de adoração. A combinação desses elementos é intrigante e garante uma coerência visual e narrativa que fortalece bastante a atmosfera do título.

Desafios e tensão


Em termos da área a ser explorada, o santuário pode ser dividido em um grande corredor que funciona como hub e em áreas associadas a cada boss. Dentro dos domínios dos chefes é necessário completar uma série de puzzles separados por níveis. De forma geral, o jogador encontra uma ou mais switches e precisa mantê-las ativas para avançar para o próximo nível.

Esses desafios são bem formulados e é bom ver que alguns trechos permitem ao jogador escolher a dificuldade que preferem enfrentar. Mesmo optando pela área mais difícil, é possível desistir e fazer o quarto mais fácil a qualquer momento. Essa possibilidade de escolha é muito bem vinda. No aspecto dificuldade, o jogo também conta com um modo câmera lenta, que oferece mais tempo para resolver os quebra-cabeças das fases e enfrentar os chefes.


Por falar em chefes, os encontros com eles são bem interessantes e variados. Claros picos de tensão, eles também se utilizam muito bem da trilha sonora com batidas simples que remetem a um toque ritualístico. Um bom exemplo disso é a luta contra um inimigo que persegue o jogador por vários corredores. Conforme a velocidade dele aumenta, a música também acelera, deixando o jogador mais nervoso.

Uma experiência obscura e inquietante

De forma geral, Tamashii se mostra um excelente titulo de terror. Com gameplay no estilo plataforma com puzzles, o jogo brinca com a percepção visual e auditiva do jogador em alguns momentos, construindo uma experiência interessante de repulsa e pavor. Certamente recomendado para fãs do gênero.

Prós

  • Ambientação bem construída oferece uma experiência inquietante;
  • Dificuldade adaptável permite que o jogo seja mais acessível;
  • Possibilidade de jogar em português;
  • Boa utilização da trilha sonora nos momentos de tensão.

Contras

  •  Nenhum.
 Tamashii - PC - Nota: 9.5
 Análise produzida com cópia digital cedida por Vikintor

é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google