Jogamos

Análise: The Walking Vegetables Radical Edition (Multi) é um ótimo exemplo de como matar vegetais

Volte aos anos 80 no maior estilo Miami Vice e destrua os terríveis vegetais e frutas andantes.



The Walking Vegetables é um roguelike lançado em 2017 para PC, e só chegou em 2019 para os consoles na Radical Edition, desenvolvido pela Still Running. Como o título sugere, existe semelhanças com a série de TV e HQs The Walking Dead, mas seu foco definitivamente não é o drama de um apocalipse. Então estejam preparados para morrer muito, enquanto viajam entre cidades para matar frutas e verduras o mais armado possível. Venha conhecer comigo como é essa louca jornada pela “sobrevivência”.

Um ótimo conceito

Não espere grandes personagens ou vilões aqui, já que tudo se resume a um conceito, muito bom por sinal. A Terra foi invadida por alienígenas malvados, transformando todos os vegetais e frutas em criaturas andantes, famintas e perigosas. Para resolver esse problema, o Departamento Radical, a força policial mais feroz do planeta, chama o cara. Agora, sozinho, ou junto a um parceiro, você terá que viajar entre as cidades se livrando desse mal até expulsar os terríveis aliens.



Esse é o conceito que rege o jogo, e mesmo sendo simples, ele é muito divertido, e você consegue se sentir badass explorando e atirando em tudo que se mexe. Existem ainda outros personagens, que nos dão algumas outras vantagens, localizados sempre na loja de cada cidade. Mesmo com poucos diálogos, eles conseguem tirar algum sorriso de seu rosto pela sua esquisitice.

Encontre as chaves e sobreviva

The Walking Vegetables trata bem as mecânicas do seu gênero, mas trazendo alguns frescores. Com uma pistola com bala infinita para atirarmos, um cassetete para batermos e uma xícara de café para arremessar;são os itens que começamos cada partida, e eles não são fortes, demorando a matar os inimigos, então será necessário achar armas mais poderosas.

Chave! Esse é um dos itens mais importantes de todo o game. Com elas podemos abrir as portas dos prédios, e também os baús, que podem ter munição, dinheiro e armas. Podemos achá-las quebrando bancos das praças, barracas, caixas, ou mesmo nas latas de lixo. Infelizmente elas não são fáceis de encontrar,, sendo raro ter mais de cinco delas guardadas com você. E há momentos nos quais esses itens aparecem fora do mapa quando encontrados, isso acontece muito quando estamos dentro de prédios, e é bem frustrante.



O jogo também disponibiliza seis tipos de armas, dependendo da sua munição: a bala amarela é para pistolas; os cartuchos vermelhos são das escopetas; os explosivos verdes são para lança-granadas ou bazucas; a plasma azul é para as armas alienígenas, que variam entre pistolas, escopetas e metralhadoras; e por último são os carregáveis, como o lança-chamas ou chameleon (que atira todos os tipos de munição).

 As armas são divertidas de usar quando se acostuma com a movimentação da mira, pois ela é movida com o analógico direito, além disso, alguns tiros são irregulares e até movem o personagem para trás, como as escopetas. Isso na primeira jogatina é incômodo e até difícil de fazer, já que temos que desviar dos inimigos enquanto atacamos, obrigando a achar um lugar mais seguro para ficar e matar todos dali mesmo.



Falando nisso, você pode sofrer apenas quatro danos na run, indicados por corações no HUD. Mesmo que exista como recuperá-los, é inegável que é difícil se manter vivo por muito tempo, principalmente porque todos os vegetais e frutas andam ou correm até você, atiram coisas e até possuem movimentos especiais: os abacaxis podem rolar, algumas cenouras podem se esconder dentro do chão, ou mesmo as pimentas arremessam fogo à lá Mario.

Explorando os mapas das fases, você encontrará um alienígena, que diz que vai te impedir de chegar no chefão. Ele não é difícil, se você tiver perto de uma bomba de gasolina, só leve ele para perto e a exploda, o inimigo vai desistir e ir embora. Uma porta surge no chão com uma caveira rosa em cima, indicando que não será uma tarefa simples destruir o próximo vegetal, e é isso mesmo. Os chefes não são fáceis, mas se você tiver com boas armas, como uma bazuca, coquetel molotov, ou metralhadoras pesadas, a sua batalha poderá ser um pouco mais simples, se você conseguir escapar dos golpes e minions deles.


Mais ou menos procedural

Com o chefe vencido, você irá para próxima fase. Não existem tantas assim, mas não se engane, o jogo não vai facilitar a sua vida se você morrer com umas duras horas de jogatina, sempre que isso acontecer o game te jogará para o início. Trazendo até uma estranheza, já que perdemos tudo, e voltamos a usar a pistola fraca. As moedas especiais em forma de cristal são as únicas coisas que ficam.  Com elas compramos algumas vantagens, como viagens rápidas, ou armas especiais, e ganhamos elas ao matar os chefes.

Essa repetição pode ser um problema. Mesmo com os modelos dos mapas sendo procedurais, eles ainda são muito semelhantes entre si, não trazendo o ar de jogar algo diferente, e tudo isso pode cansar em pouco tempo. Mas ele tem alguns trunfos para contornar isso. Duas mecânicas se destacam: a primeira delas é a dungeon especial, que te teletransporta para outra dimensão em que você tem que sobreviver o máximo que conseguir, sendo inclusive uma ótima forma de completar os corações de dano caso eles não estejam completos.



A segunda mecânica é a de vantagens. Você desbloqueia cada uma delas fazendo algo específico, como se fosse uma conquista ou um troféu. As vantagens variam, podendo ser algo para aumentar a quantidade de corações para cinco, ou não sofrer dano de fogo.

A escolha artística para The Walking Vegetables é muito boa. Os modelos dos personagens e dos inimigos são muito engraçados e funcionam bem. E as músicas são a parte que mais me empolgou na minha jogatina.  Quando estamos com apenas um coração a trilha acelera, deixando as coisas bem frenéticas, e lutar assim em um chefe é muito bom.


E então?

The Walking Vegetables Radical Edition funciona muito bem pela sua proposta de ser louco e divertido. Possui uma justificativa de igual loucura e mecânicas fáceis de gostar depois que se acostuma com elas. Além dos extras como as fases bônus ou mesmo as vantagens. Esse é um prato ótimo para se servir com um amigo, então corram lá e matem alguns vegetais malvados.


Prós

  • A desculpa para a jogatina é ótima;
  • A variedade de armas é empolgante, e funciona muito bem;
  • O gráfico não é uma revolução, mas possui seu charme;
  • A trilha sonora é ótima e frenética;
  • Seus bônus são ótimos para te manter interessado na jogatina;
  • Os inimigos são bem variados, e seus movimentos e ataques trazem um bom desafio ao jogo.

Contras

  • A aleatoriedade dos mapas não funciona muito bem, trazendo muita repetição nas runs;
  • Ele traz uma estranheza no começo da jogatina com seus comandos;
  • Às vezes os itens que entramos ficam inacessíveis quando fora do mapa;
  • Algumas runs não nos dão chaves o suficiente para encontrar armas boas, e nos forçam a lutar contra os inimigos com a primeira pistola.
The Walking Vegetables Radical Edition — PS4/XBO/Switch — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
Análise produzida com cópia digital cedida pela Merge Games
Revisão: Francisco Camilo

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google