Need for Speed: a história e a evolução da franquia – Parte 1

Vamos conferir a primeira parte desta matéria sobre a trajetória da famosa série de corrida.

Quando tu pensas em um jogo de corrida, qual título aparece em tua mente? Com certeza o nome Need for Speed será uma das primeiras opções para muitos jogadores. E não é para menos: com mais de 150 milhões de cópias vendidas, a franquia de sucesso é sinônimo de emoções em alta velocidade. Neste especial, vamos relembrar a história desta série, desde os seus primórdios até os novos títulos após o reboot. Então, aperte o cinto e pise fundo!

Engatando a primeira

O primeiro jogo da série, mais conhecido como Need for Speed, ou NfS para encurtar, foi lançado em 1994 para 3DO, em 1995 para PC (ainda com sistema operacional DOS) e, finalmente, em 1995 para Playstation e Sega Saturn. É interessante notar que a série começou com uma proposta mais realista, buscando, da melhor maneira possível para a época, simular a física real dos carros nas corridas.
O primeiro título da série primou pelo realismo nas corridas
Para isto, a produtora Eletronic Arts (EA) se associou a revista Road & Track, especializada em notícias e avaliações de carros. Isso pode ser conferido no nome completo do game: Road & Track Presents: Need for Speed.  Apesar de buscar um maior realismo, o jogo já contava com o hoje famoso modo de fuga da polícia, marca registrada da série. Graças a boa recepção, o título recebeu uma continuação.

A sequência, chamada Need for Speed II, foi lançada em 1997 para PC (agora com o sistema Windows) e PS. Deixando de lado a parceria com a revista especializada, o game perdeu parte do seu foco na simulação e assim começou a se voltar mais para o modo arcade, tendência predominante na série. Outras inovações incluíram a adição de carros mais exóticos e de atalhos nas pistas, tornando-as maiores e com mais opções de manobras.
Hot Pursuit é um dos clássicos do PS
Need for Speed III: Hot Pursuit inaugurou o uso dos subtítulos da franquia em 1998. Com versões para PS e PC, o grande destaque ficou pelo enfoque e melhorias aplicadas ao modo de perseguição, que pôde inclusive ser jogado dentro das corridas normais. As boas mecânicas de embate com a polícia seriam até mesmo relembradas em um título homônimo no futuro.  Hot Pursuit também introduziu customizações de desempenho nos carros, permitindo melhorias sensíveis na jogabilidade, opção presente até os dias atuais.

Em 1999, chegou Need for Speed: High Stakes, o primeiro a apresentar o efeito de danos no carro devido a batidas e choques. Afetando tanto a aparência quanto o desempenho, eles aumentaram o realismo do game sem perder o foco nas corridas arcade. Com versões para PC e PS, diversos novos modos e mecânicas de jogo foram incluídas, como o uso de dinheiro para compra de carros e melhorias ao longo do modo carreira.
Os efeitos de dano no carro em High Stakes foram bastante elogiados
No ano seguinte, a EA lançou Need for Speed: Porsche Unleashed, o primeiro da franquia a ter uma versão para Game Boy Advance, além de ser o último para o PS (e com versão para o PC também). Como o próprio nome sugere, temos uma edição voltada para a marca de carros Porsche; o jogo, entretanto, não teve uma grande recepção e a exclusividade para apenas uma fabricante não retornou mais na série NfS.

Aumentado a garagem

Com lançamento em 2002, Need for Speed: Hot Pursuit 2 chegou na sexta geração de consoles com versões para Playstation 2, Xbox, GameCube e PC. A opção da câmera localizada dentro do carro foi retirada a partir deste jogo, reforçando a intenção da franquia em ser uma referência em corridas do tipo arcade, deixando de lado o modo simulador. O título contou com um enfoque nas perseguições policiais, tal como o primeiro Hot Pursuit. Algumas das qualidades incluíram grande quantidade de carros e boa variedade nas pistas. Infelizmente, apesar das boas notas, a implementação foi criticada pela exagerada falta de realismo.
A evolução dos gráficos em Hot Pursuit 2 é notável
Para muitos, Need for Speed: Underground foi a primeira (e a melhor) experiência com a série. Estreando a franquia na sexta geração de consoles, o título foi lançado em 2003 para GC, PS2, XB e PC (além de uma versão para GBA). Este título, até hoje um dos mais bem avaliados e queridos dos fãs, trouxe diversas inovações. Elas incluem: um modo carreira com história, contando com personagens e enredo interessantes; customizações visuais dos carros, que incluíram aerofólios, saias, rodas e decalques; adição da mecânica de barra de nitro; e pistas ambientadas em um único grande mapa, que consistia em uma cidade bastante movimentada. Os modos de jogo Drag Racing, ou corrida de arrancada, e Drifting, em que ganha quem derrapar mais, também foram muito bem recebidos.
Muita diversão com o nada realista modo Drift em Underground
Sucesso absoluto de vendas, Underground recebeu uma continuação direta em 2004 com Need for Speed: Underground 2, agora com versões também para Nintendo DS (que contou com a presença de adesivos customizáveis) e celulares. Apesar de ser um bom jogo e continuar com a “pegada” urbana, sendo capaz de aumentar ainda mais o leque de opções de customização, ele não foi capaz de alcançar o sucesso de seu predecessor. Em 2005, uma nova versão do game foi lançada para PSP com o nome Need for Speed: Underground Rivals.
Carros ainda mais estilosos em Underground 2
Need for Speed: Most Wanted chegou em 2005 trazendo um pouco de cada um de seus antecessores, como os cenários e pistas urbanas e perseguições policiais. A grande inovação por parte da EA foi uma mudança na mecânica das corridas, que se tornaram mais rápidas e intensas, assim como apresentado em um dos seus jogos concorrentes na época, o excelente Burnout 3: Takedown (PS2/XB).
Em Most Wanted temos um dos maiores sucessos de NfS
A inserção da habilidade Speedbraker, em que o jogador podia tornar o tempo mais lento ao redor do carro, permitindo manobras mais precisas, também marcou presença neste título. Com versões para diversos consoles diferentes, incluindo a estreia da série no Xbox 360, o game foi um sucesso de público e crítica, sendo inclusive “relançado” alguns anos depois. Sem deixar o nível de Most Wanted baixar, o seu sucessor também conseguiu se tornar um dos mais populares da franquia.

Acelerando fundo

Lançado em 2006, Need for Speed: Carbon é um dos títulos mais queridos da série. Fica o destaque para o número de dispositivos que receberam o título: GC, Wii, PC, Mac OS (até hoje o único para os computadores da Apple), celular, PS2, PS3, XB e X360. Até mesmo o falecido Zeebo, console brasileiro com proposta de atender um público mais modesto, contou com uma versão do game.
Muita emoção nas corridas de rua em Carbon
É interessante notar que as pistas dos cenários com desfiladeiros são similares a algumas locações do filme Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio. A introdução do modo online e o sistema de carreira com conquista de territórios em um mundo aberto, onde o jogador precisa derrotar os corredores até ser capaz de desafiar o dono da área, são alguns dos destaques de Carbon.

Aliás, a longeva franquia de filmes automotivos foi uma das responsáveis pelo sucesso dos NfS nesta época, visto que ambas tem como destaque as corridas em alta velocidade com carros envenenados. Os três videogames portáteis GBA, DS e PSP receberam uma versão mais simplificada do título, chamada Need for Speed: Carbon - Own the City.
ProStreet apresenta belas pistas para as corridas
Need for Speed: ProStreet foi lançado em 2007 para PS2, PS3, PSP, Wii, DS, X360 e PC. Uma grande mudança neste título foi a ausência do modo Pursuit, ou seja, excluindo a participação das famosas perseguições policiais. Em ProStreet, as corridas retornam para as pistas “fechadas”, quebrando a sequência de jogos com foco em disputas dentro de regiões de um grande mapa. Outra novidade foi uma maior profundidade nas mecânicas de dano, que novamente afetavam o desempenho do carro.
Undercover foi bastante contestado pelo público
O título não alcançou um grande sucesso devido a pontos como jogabilidade ruim e pouca quantidade de conteúdo. Tentando mudar isso, Need for Speed: Undercover chegou em 2008, contando até com versões para Black Berry e iOS, sistema operacional do iPhone. Como o nome sugere, o game conta a história de um policial disfarçado tentando acabar com um sindicato do crime ligado a carros. Apesar de alguns pontos positivos, o jogo teve avaliações tão ruins quanto seu antecessor, incluindo críticas ao baixo nível de dificuldade e a presença de cenas com filmagens reais no modo carreira, utilizadas para desenvolver sua história.

Levando a franquia para a manutenção

Os fracassos dos últimos títulos, que tiveram tanto notas baixas da crítica especializada e pequena recepção dos fãs, levou a produtora Eletronic Arts a repensar e mudar os caminhos da sua franquia. Para isso, a empresa apostou em Need for Speed: Shift. E qual foi a principal inovação? O retorno do enfoque em corridas do tipo simulação, ao contrário da tendência arcade que dominara a série até então. Mas essa mudança, assim como o resto da evolução de NfS, fica para a próxima parte do nosso especial.
Shift levou a franquia NfS para novos patamares
A primeira etapa da nossa viagem pela história da série chegou ao fim. Estás curtindo este especial? Deixe teu comentário abaixo e depois vá abastecer o tanque do seu carro, porque semana que vem tem a segunda parte. Até lá!

Revisão: Marília Carvalho

é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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