Cinco jogos "ruins" que se tornam bons quando custam pouco

Quando um jogo se torna candidato a Jogo do Ano pelo simples fato de ter sido comprado a preço de banana.


Comprar jogos não é uma tarefa fácil. Não importa o quanto vejamos a respeito de um título, o material de divulgação é feito para que acreditemos que aquela experiência será a mais incrível e impactante de todas. Assistir trailers, vídeos de gameplay e ler textos opinativos faz parte da aquisição de um game nos dias atuais, mas a única maneira de sabermos se gostamos ou não de um jogo e de sua real qualidade para nós é jogando-o.


Em meu tempo com a atual geração de consoles, tive a oportunidade de adquirir jogos com preço cheio (considere “preço cheio” o valor de 60 dólares) que não valiam nem um terço do que fora cobrado. Experiências frustrantes, que não cumpriam com a expectativa que eu havia criado em cima delas, as quais eu designei a alcunha de “jogo ruim”. Abaixo, citarei alguns desses jogos e que, com o preço certo, acabam se tornando bons.

1 - The Order 1886



Divulgado como a última bolacha do pacote, The Order 1886 (PS4) chegou como um grande exclusivo do PlayStation 4, mas se provou uma experiência extremamente curta, permeada por uma linearidade excessiva e tiroteios genéricos contra uma inteligência artificial que não oferecia grandes desafios. Ainda assim, a mitologia do jogo é demasiadamente interessante, e o visual do game é um dos mais belos já criados na atual geração de consoles. Se encarado como um shooter sem ambições, The Order 1886 pode ser muito bem aproveitado. E para os caçadores de troféus, fica o bônus de que platinar esse jogo é extremamente fácil.

2 - Mass Effect: Andromeda



Mass Effect: Andromeda (Multi) teve a difícil tarefa de continuar uma das maiores sagas dos RPGs atuais. E, como se não bastasse ser um novo ponto de partida para Mass Effect, deveria também tirar o gosto amargo deixado pelo final de Mass Effect 3 (Multi). Um tiro pela culatra por parte da BioWare. Em seu lançamento, Andromeda era repleto de bugs e animações horrendas. Em conjunto com isso, história e personagens completamente desinteressantes minavam a vontade do jogador de explorar novas galáxias. Hoje, com todos os pacotes de correção instalados, Mass Effect: Andromeda pode ser aproveitado especialmente por seus tiroteios abertos e repletos de possibilidades, graças aos diversos poderes e habilidades oferecidos. Além disso, os visuais dos mundos que visitamos é lindíssimo e, com toda certeza, deixarão você de boca aberta em algum momento.

3 - Mafia III



Mafia III (Multi) não é exatamente ruim, mas também não é bom. A primeira missão do game é maravilhosa, com um assalto a banco bem construído e executado, dando ao jogador momentos de ação e interação de personagens de muita qualidade. Mas quando o jogo resolve engrenar, a realidade bate forte em nossas caras, com missões extremamente repetitivas que trazem um cansaço absurdo a quem joga. Ainda assim, se conseguir passar pelas repetições extremas, irá encontrar uma história densa e bem contada através de uma narrativa de documentário inteligente, e um protagonista movido a vingança e de presença forte que é deveras carismático (à sua própria maneira). A representação fictícia de Nova Orleans também é um ponto alto do jogo e, aliada à trilha sonora, cria uma imersão bastante competente para o jogador.

4 - Resident Evil 6



Dizer que Resident Evil 6 (Multi) é um jogo ruim chega a ser uma falha com quem o fez. Como Resident Evil, o game é péssimo. Um shooter genérico, com flertes ao terror que se perdem em meio a chuvas de balas constantes dos combates. Quatro campanhas distintas que não aproveitam em nada os personagens já estabelecidos dentro da franquia, além de apresentarem novos rostos que não agradaram muito o público. Jake é horrível, e fim de papo. Certo, nem tão fim de papo assim. Jogue Resident Evil 6 como um “Jogo de Tiro 6” e é possível aproveitar os inúmeros momentos de ação intensa e tiroteios. Um arsenal variado, chefes exagerados e modos cooperativos oferecem uma experiência com saldo positivo para quem souber encarar o título.

5 - No Man’s Sky



Lançado em 2016 com a promessa de ser um jogo revolucionário, que surpreenderia a todos com um vasto universo aberto e totalmente procedural cheio de conteúdo, No Man’s Sky (Multi) acabou decepcionando bastante. Isso fez o preço do jogo cair bastante, principalmente para PS4, console que possuía exclusividade do título até o mês passado, quando ele foi lançado também para XBO. Felizmente, com atualizações constantes e gratuitas, o jogo conseguiu recuperar parte de sua glória com excelentes acréscimos de conteúdo que já o fazem valer bastante a compra. Ainda mais agora, com a atualização Next, que trouxe toda uma reformulação para o jogo, incluindo até o tão aguardado modo multiplayer.

Estes foram apenas cinco exemplos que tive em minha breve vida na geração atual de consoles. Se vasculharmos meu histórico, certeza que tantas outras experiências podem ser usadas de exemplo aqui. Mas, por hora, fiquemos com as cinco experiências citadas. E você? Conte para a gente quais jogos ruins ficaram bons por conta de um preço baixo.

Colaboração: Gilson Peres Tosta
Revisão: Renata Bottiglia


Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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