Os jogos preferidos de 2015 — Flávio Priori

Na lista tem adventures, indie, MOBA e … Metal Gear?!

Estamos aqui no começo de mais um ano, período ainda meio parado de lançamentos e uma ótima oportunidade de relembrar boas coisas que jogamos em 2015. Entretanto, às vezes essa tarefa não é tão fácil quanto aparenta ser.




Ainda não migrei para a geração atual, então jogos exclusivos de XBO e PS4 não passaram por mim. Quanto ao PC, tive a oportunidade de trocar minha máquina por uma bem melhor. Aproveitei então pra jogar vários títulos lançados nos anos anteriores. Nessa lista, da qual recomendo todos, temos: Quantum Conundrum, Spec Ops: The Line, South Park: The Stick of Truth, The Witcher 2, Transistor, Alan Wake, Euro Truck Simulator e Dark Souls. Esse último me tomou bastante tempo nesse final de ano.

Dito isso, minha lista com lançamentos de 2015 não terá alguns dos grandes nomes do ano. Todavia, ainda assim, são todos jogos que aproveitei bastante e indico para vocês, amigos leitores. Vamos lá então!

Resident Evil HD Remaster (Multi)

Vamos começar por um título que não é exatamente novo, mas acho que seria injusto deixá-lo de fora. A revisão HD do primeiro Resident Evil deu as caras no começo do ano e foi um ótimo exemplo de como atualizar um jogo de quase 20 anos mantendo sua essência intacta. Foi um jogo que não joguei na época e que só pude aproveitar pela primeira vez nesse relançamento.

Ouso dizer aqui que essa reedição é a versão definitiva de Resident Evil. A junção de gráficos e controles atualizados com um nível de dificuldade raro de se ver hoje em dia fazem do título uma boa pedida para introduzir a série para iniciantes. Da mesma forma, os veteranos de RE sentirão o ar fresco que esse remaster traz como algo positivo.

Uma dupla do barulho

Tales from the Borderlands (Multi)

Mesmo o primeiro episódio tendo sido lançado em novembro de 2014, Tales from the Borderlands é um jogo majoritariamente de 2015, com o quinto e último episódio sido lançado em outubro do último ano. E, na minha opinião, esse foi o melhor produto lançado pela Telltale desde a primeira temporada de The Walking Dead.

O mundo de Borderlands sempre foi caótico e engraçado, mas devido à natureza de “FPS alucinante” do jogo, era difícil ter um aprofundamento do dia a dia de Pandora. E é exatamente o que vemos aqui nesse projeto. A junção dos bons textos da Telltale com a loucura inerente dos jogos da série da GearBox é fantástica. Foi um jogo que me fez gargalhar com algumas cenas e conversas como há tempos eu não fazia.

Nada como uma boa xícara de café

Heroes of the Storm (PC/Mac)

MOBAS são jogos que, geralmente, seguem a linha do ame ou odeie. Por via de regra, possuem uma linha de aprendizado bem extensa e podem ser bem estressantes, dependendo de suas experiências online. Entretanto, Heroes of the Storm conseguiu seguir por uma frente própria, se tornando uma ótima alternativa para LoL, Dota e suas variantes.

Ao contrário de seus concorrentes, a Blizzard não leva HOTS tão a sério, no bom sentido. É um jogo que prioriza a diversão e não tem medo de ousar em benefício disso. Exemplos são sua variedade considerável de mapas e personagens com mecânicas inusitadas. Os Vikings Perdidos (uma pessoa controla três personagens) e o recente Cho’Gall (dois jogadores controlam um personagem só) ilustram o que quero dizer.

PEGA AQUELE CACHORRO!
Esse fator diversão, somado à agilidade das partidas, me conquistou. Sempre é possível virar uma partida perdida, bem como entregar uma partida ganha. Essa imprevisibilidade torna tudo mais emocionante e menos frustrante (por incrível que pareça), independente do resultado. Da mesma forma, é possível se aprofundar na técnica tanto quanto outros MOBAs. E, pra mim, essa é magia que torna Heroes of the Storm o melhor do gênero atualmente.

The Magic Circle (PC)

The Magic Circle é um indie com um pouco mais de quatro horas de duração. E também é uma das criações mais fantásticas de 2015, pelo simples fato de abordar o universo dos videogames de uma forma franca, direta e, por vezes, deixada de lado.

Mais do que salvar um mundo, temos aqui uma crítica a diversos pontos do “ecossistema dos games”. Desenvolvimentos caóticos, projetos cancelados, planejamentos equivocados e fãs descontrolados são algumas das peças que formam esse círculo. Tudo com um humor muito bem escrito. Uma história engraçada, mas que tem seu lado mais “deprê”.

Somado a isso, The Magic Circle traz mecânicas incríveis, que te permitem quebrar o jogo ao seu bel prazer, o que faz todo o sentido para a trama. Facilmente um dos lançamentos que merecem mais atenção nesse ano que se foi.

Tem a sensação que falta algo aqui?

Life is Strange (Multi)

Admito que quando comprei o primeiro episódio de Life is Strange, não tinha muitas expectativas. Parecia só uma alternativa aos adventures da Telltale. Felizmente, o título cresceu e me pegou de uma forma que eu jamais poderia esperar.

A aventura de Max e Chloe vai evoluindo aos poucos, te apresentando os elementos da trama em pequenas doses. Quando você percebe, já está completamente envolvido com as histórias de Arcadia Bay, realmente se importando com aquelas pessoas. Depois de um primeiro episódio que serve mais para te dar o contexto da história, os capítulos seguintes trazem questões complexas e muito humanas. Apesar da mecânicas de voltar do tempo e rever escolhas, nada é garantido e cada escolha também trará perdas. Esse sentimento está praticamente durante todo o jogo, até seus momentos finais.

Quem jogou sabe que, a partir do final do segundo episódio, somos expostos a situações que são verdadeiros “socos nos estômago”. Foi uma experiência bem marcante. Era estranho querer resolver uma questão, mas ao mesmo tempo se preocupar se aquilo iria afetar Max de alguma forma negativa.

Mesmo com algumas derrapadas no capítulo final, Life is Strange é magnifico e vale a pena ser jogado por todos.

Trem de feels

Metal Gear Solid V: The Phantom Pain (Multi)

Apesar de ser uma lista sem numeração, caso ela possuísse tal parâmetro, o primeiro lugar seria de MGSV, sem sombra de dúvidas. Todo o hype pelo qual viajei antes do lançamento foi recompensado de maneira indescritível.

The Phantom Pain é bem diferente de todo o resto da série em diversos aspectos e talvez aí esteja seu maior trunfo. Mecanicamente ele é, de longe, o melhor da série. Com um mundo aberto para ser abordado da maneira que o jogador achar mais apropriado, não há limitações do que é possível fazer. Da mesma maneira, o jogo não te pune por não seguir uma proposta específica. Claro que você tem que lidar com as consequências da suas escolhas, mas você decide o caminho a seguir.

A parte da história é controversa. Foram embora as enormes cenas de animação, chegaram as fitas cassete e cenas curtas. Ainda há muito para ser contado, mas dessa vez o jogador tem que ir atrás da informação. A única coisa que me incomodou é o silêncio de Big Boss em quase todo o jogo. Eu entendo ele ser uma pessoa mais calada, mas em algumas passagens é agoniante ver ele calado com tudo o que acontece ao redor.

Ainda assim, é um pequeno detalhe que não tira a magia do último Metal Gear dirigido por Hideo Kojima. Não sabemos qual será o futuro da série, mas, se esse foi um presente de despedida, e eu acredito que seja, foi o melhor presente que poderíamos ter recebido.

Será o fim?
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Aí está minha humilde lista dos melhores jogos lançados ano passado que tive a oportunidade de jogar. Jogou algum desses? O que tem a dizer sobre eles? E para você, quais foram os melhores títulos que você jogou? Deixe aí nos comentários.

Revisão: Robson Júnior


Formado em Game Design, desistente da Matemática Aplicada e atualmente cursando Jornalismo. Ainda aguardo o retorno triufal da Sega, fã de Metal Gear, Dark Souls e várias coisas vindas lá do Japão.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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