Análise: Five Nights at Freddy's (iOS/Android) é terror e vício na tela do seu celular

Com toques de terror e muito susto, Five Nights at Freddy’s mostra o porquê de ser um sucesso e agradar aos aficionados por surpresas virtuais.

em 15/12/2014
Terror, medo, pânico, susto! Essas são as palavras que irão carregá-lo durante suas missões em Five Nights at Freddy’s. Muitos já devem conhecer este cult lançado em 2014, que está enlouquecendo os PCs e celulares dos fanáticos por uma boa missão com doses cavalares de surpresa. Tal sucesso o faz caminhar para um terceiro jogo, seguindo o mesmo conceito que tanto o definiu a partir do primeiro título. E é sobre este que veremos a seguir, seja você, leitor, medroso ou não. Segure-se na cadeira, acenda bem as luzes (elas podem queimar de repente), afaste-se um pouco da tela do celular e nos acompanhe por este "survival strategy manager 'ducapeta' terror"! ... BU! Calma, ainda não começou...

Uma história de bonecos maus

Comecemos do início. Você é um vigilante novato na pizzaria “Freddy Fazbear's Pizza”. Seu nome, Mike Schmidt. Sua missão, observar os robôs animatrônicos, seres essenciais na pizzaria para o seu funcionamento. Todavia, quando a noite cai, há relatos de que os tão nobres robôs de pelúcia atestem sinais de mal funcionamento, e até de rebelião. Fato é que eles não irão entender muito bem do que o guarda local se trata, e o atacarão na primeira oportunidade. Com o restaurante indo à falência, e os bichinhos gastando energia constantemente, fica para você, o guarda novato, a tarefa de vigiar o local até o dia raiar, e o ato de preservar energia para o seu próprio bem, caso alguma coisa dê errado.
Aqui é o seu QG
Dentro de uma sala, você deve se proteger dos bichinhos que o encararão como um inimigo, devendo, para tanto, observar as 11 câmeras espalhadas, movimentos e quedas de luz provocados por eles e, claro, sua sala, para que ninguém chegue a te atacar. Uma técnica simples, porém, com muitas doses de tentativa e erro, além do medo constante, na tentativa de não deixar que sua energia acabe e que esses insanos personagens lhe causem o maior susto possível.

Terror na palma da mão

Vou confessar que não gosto muito de jogos de terror, não pelo fator estrutural — muitos possuem bons puzzles, batalhas e histórias interessantes —, mas pelo fator “susto” mesmo! Foi quando soube, através de um amigo, acerca de um ótimo game que estava mexendo com a garotada da escola e que já prometia ser um sucesso absoluto há um tempinho. Certo disso, e confiante nesse meu amigo, resolvi baixar o game na hora para ver do que se tratava.
Através das câmeras, você pode monitorar toda a lanchonete.
No início, fiquei um pouco confuso, não entendia muito bem as mecânicas e o objetivo do game, nada que algumas explicações e um pouco de paciência não resolvessem para enfim levar o meu primeiro susto com o jogo — e que susto! Um dos aspectos mais interessantes de FNAF é a sua capacidade de dar sustos nas pessoas que resolvam jogá-lo, e talvez seja essa característica que tanto o fez chamar a atenção. Aquelas criaturinhas bizarras, ao melhor estilo “Chuck, o boneco assassino”, aparecendo do nada na sua tela com um som ensurdecedor é de fazer qualquer marmanjo gritar, incluindo este que vos escreve, e outros (pode crer que testei isso com algumas pessoas que, à primeira vista [leia-se, ao primeiro susto], não queriam mais saber deste game).

Raposa à vista! Corraaaa...

Não tema, mas espere o tempo do relógio...

Seu maior aliado, mas ao mesmo tempo, seu grande inimigo, será o tempo. Como assim? Durante a sua vigilância, você irá dispor de um contador de energia, que não pode acabar antes das 6h da manhã (a menos que você possua uma sorte tremenda de não ser atacado enquanto a energia estiver acabado). Completando o período, ou seja, virando a noite, sua jornada estará completa no primeiro dia, e assim sucessivamente, até completar o ciclo de cinco dias. Ainda que muitos fiquem assustados e temam o término do tempo precoce, foi uma jogada de mestre o ato de colocar a energia aliada ao relógio para tornar mais lógico o elemento estratégico da missão e aumentar ainda mais a nossa tensão.
Ei! Está faltando bicho aqui... º.º
Você deve economizar energia, e, para isso, deverá ficar atento aos sons emitidos pelos passos das pelúcias. Olhar cada câmera com frequência, voltar à sua base, acender e fechar portas de vez em quando, prever movimentos e saber por onde aquela Raposa maldita está vindo, são fatos que você vai aprendendo ao longo do jogo e que se tornam itens essenciais à sua sobrevivência.

Bichinhos de sangue quente

Não é de se estranhar que tenham colocado bichinhos muito fofinhos para representarem os sanguinolentos inimigos do jogo. Cada um possui uma personalidade e características de ataque. Vamos conhecer alguns deles:

Freddy Fazbear — o mais tradicional urso de pelúcia e animador principal dos shows no palco;
Bonnie — um coelho azul que toca guitarra e usualmente atua como co-protagonista de Fazbear;
Chica — a galinha amarelinha mais parece ser uma espécie de babá, pelo seu babador preso;
Foxy — o mais temível dos personagens, a raposa também é a mais rápida e lhe fará tomar altos sustos;
Golden Freddy — um personagem no mínimo estranho, que aparece para congelar sua tela quando o jogador não executar as rápidas investidas.

Diferenças nas versões

Nota-se uma grande diferença do jogo com a versão para PC. Neste é possível ver uma animação entre os bichinhos, porém, possui o acesso à câmera mais lento. Uma vantagem é poder levar sustos à vontade na sua casa e não passar vergonha na rua cada vez que um fofo e feroz objeto inanimado aparecer tremendo e berrando na tela do seu aparelho.

Ahhhh!!!!

De fato, FNAF é um jogo que agrada a gregos e troianos, ou, neste caso, a medrosos e “horror fags”. O game sabe incrementar bem os aspectos de mecânica aliada a novidades, e ainda adiciona um fator “inesperado” ao incrementar a IA do jogo com prerrogativas capazes de virar discussão e comentários divertidos entre amigos. Realmente um must buy, compre sem medo (há!) de ser feliz.

Prós

  • Alto fator replay (leia-se "de vício"), aliado à simplicidade e IA variada do jogo;
  • Ideia interessante e bom equilíbrio mecânico entre os elementos utilizados;
  • Design captador, com doses grandes de mistério.

Contras

  • A alta dificuldade e sustos pode desanimar à primeira vista os mais medrosos;
  • Muitos sustos não são aconselhados a pessoas com pressão alta, ou que peguem condução pública (xP).
Five Nights at Freddy’s — iOS — Nota: 9.0

Revisão: Alberto Canen
Capa: Stefano Genachi

Jaime Ninice é cravista, formado pela UFRJ, e mestre em música na mesma instituição. Sua paixão por games, eventos e revistas o levou a escrever e revisar artigos desde 2010 no @Blast. Hoje é redator das publicações impressas sobre retrogames WarpZone.me
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