Top 10

10 motivos pelos quais os eSports podem superar os esportes tradicionais

Com o crescimento dos eSports pelo mundo o GameBlast traz 10 motivos pelos quais eles podem superar os esportes tradicionais mais cedo do que se imagina

Os e-sports vieram pra ficar e hoje em dia ninguém mais se atreve em duvidar disso. Com uma ascensão meteórica alavancada pelo igualmente assombroso crescimento do gênero MOBA, cada vez mais vemos essas competições atingirem valores astronômicos de premiação e audiência, o que nos faz pensar: será que algum dia os e-sports serão ainda maiores, em popularidade e dinheiro, que os esportes tradicionais? O GameBlast traz para vocês 10 motivos pelos quais essa possibilidade pode virar realidade mais cedo do que imaginamos.

10 - Transmissões gratuitas e de qualidade

Vamos começar nossos motivos por um simples nome (e que também será fundamental para o item 9 da nossa lista): Twitch. Ora amigos, se a Amazon, uma das maiores empresas do mundo, pagou quase 1 bilhão de dólares à vista para adquirir o conhecido serviço de stream de jogos, é porque existe um potencial financeiro nesse que até pouco não era percebido pela indústria.

De fato o Twitch tem um papel fundamental na ascenção dos e-sports, principalmente por permitir algo que nem todos os esportes tradicionais possuem: transmissões gratuitas, de qualidade e facilmente acessíveis. Apenas uma conexão com a internet é necessária para acompanhar qualquer campeonato do gênero, desde os menores, que contribuem dando visibilidade para equipes menores e talentos em ascenção, até as grandes finais. (Como registro: esse texto está sendo escrito ao mesmo tempo em que vejo a etapa de um campeonato de League of Legends no Twitch).

9 - Proximidade com os jogadores

Mas não é só por meio de transmissões de campeonatos que o Twitch ajuda no crescimento dos e-sports, já que há outro grande trunfo desses que é impulsionado pela plataforma: as streams de profissionais. Para visualizar melhor o impacto disso na construção de um vínculo entre o jogador e o jogo, tomemos como exemplo o futebol (exemplo esse que será usado algumas vezes nesse texto, por se tratar do maior esporte coletivo do mundo).

Suponhamos que você seja fã de um jogador em especial (trataremos da figura do clube mais para frente). Você poderá vê-lo jogando no máximo duas vezes por semana correto? E mesmo que você tivesse acesso aos treinos, provavelmente não veria ele fazendo alguma coisa que foge do comum (como jogar em outra posição, por exemplo) e muito menos teria a possibilidade de interagir com ele durante sua prática.

Já nos e-sports temos exatamente o contrário. Claro que cada equipe possui uma sessão diária de treinos que não é transmitida, até para proteger possíveis estratégias, mas normalmente temos transmissões de treinos individuais, que além de muitas vezes tentarem coisas diferentes, como jogar em roles diferentes (no caso de MOBAs) se comunicam com os fãs pelo chat da plataforma Twitch, passando dicas ou simplesmente interagindo com os usuários.
Meteos, jungler da equipe america Cloud 9, em uma de suas streams

8 - Qualquer um pode jogar

Não é novidade pra ninguém: esportes tradicionais muitas vezes são restritivos quanto a aptidão física. Alguém baixo dificilmente conseguirá ter sucesso em esportes como vôlei ou basquete, por exemplo. Isso é uma restrição que não existe nos e-sports. Não importa seu tipo físico, muito da sua habilidade em qualquer jogo virá principalmente de seu talento e, mesmo na ausência desse, da sua dedicação. Isso torna o mundo dos e-sports mais atrativo para aqueles que os assistem pois, a princípio, qualquer um dos milhões de espectadores tem potencial para ser um jogador de alto nível.

7 - Passagem de conhecimento

Para complementar o item 8 existe outro fator que eu considero extremamente importante, até porque já pude senti-lo de perto: a forma como o conhecimento pode ser facilmente passado de um profissional para um jogador comum e como esse pode tirar proveito disso. Lembram do futebol? Vamos usá-lo como exemplo mais uma vez. Digamos que você esteja tentando melhorar como atacante e para tal você resolve assistir os melhores da posição, com objetivo de analisar o que faz com que eles tenham tal status. Talvez você até consiga aprender uma ou outra coisa que reforçará seu jogo, mas será necessário muito empenho na análise e muita prática para conseguir reconstituir o que foi visto.
Dendi, mid da equipe Na'Vi, durante uma de suas streams
Já nos e-sports, em especial em MOBAs, essa dificuldade de aprendizado é levemente atenuada. É claro que no fim suas habilidades e seu empenho individual serão importantes, mas devido à forte característica estratégica desses, o benefício de ver profissionais jogando, ou ouvir suas dicas nos streams, é muito maior que em um esporte tradicional. Isso é algo que eu senti na pele quando comecei a jogar filas ranqueadas em League of Legends, já que meu desempenho começou a subir exponencialmente à medida que eu começava a assistir as streams dos melhores jogadores da minha role favorita com um olhar mais crítico.

6 - Reviravoltas

Calma, caro leitor, em momento algum esse item de nossa lista irá depreciar as reviravoltas em esportes tradicionais, até porque, como bom fã de alguns deles, já tive a oportunidade de me emocionar com estas algumas vezes. O grande ponto é com que frequência essas ocorrem nos dois tipos de esportes que estamos tratando aqui. Basta pegarmos um jogo como League of Legends para vermos essa diferença. Se você é fã do game assim como eu, facilmente já está pensando em diversos momentos ímpares na curta história do jogo, como o backdoor de xPeke na final da IEM de 2013 ou a mais recente investida “tudo ou nada” da Fnatic contra o nexus da OMG no último mundial de LoL.:
Para ser sincero é difícil falar com precisão o motivo pelo qual essas reviravoltas e momentos emocionantes acontecem com tanta frequência nos esportes eletrônicos. Talvez o componente de estratégia, que muitas vezes permite jogadas inesperadas, além de dar a oportunidade de times ditos “inferiores” muitas vezes ganharem embates contra favoritos, ou talvez a forma como esses costumam punir até os menores dos erros. Mesmo sendo muito complicado escolher um fator decisivo, uma coisa é certa: se você aprecia emoção, os e-sports são o seu lugar.

5 - Profissionalismo

Esse talvez seja um dos itens mais polêmicos desse Top 10. Muitos acreditam que o profissionalismo exacerbado que tem tomado conta do cenário competitvo dos e-sports é prejudicial (incluindo jogadores como imaqtpie, ex-profissional de LoL, que se aposentou por isso). Outros, entretanto, vêm nessa mudança de postura a chance do e-sport obter relevância e importância para o público geral.
Estádio Sangam, com capacidade para 80 mil pessoas, sede da final do mundial de League of Legends desse ano
A verdade, por mais dolorosa que seja para alguns, é que esse profissionalismo é sim uma espécie de “mau necessário” para a consolidação da modalidade no mercado e na mídia. A boa notícia é que a forma como ele está sendo introduzida hoje no cenário competitivo é um ponto forte para apostar ainda mais no crescimento dos esportes eletrônicos. Um exemplo de como essa postura é benéfica para o cenário é o recente banimento de três jogadores profissionais conhecidos de CS:GO pelo uso de um hack que aumentava levemente o desempenho desses. Se os e-sports querem ser tratados como um esporte sério, é preciso que as organizações, assim como os jogadores, os tratem dessa forma.

4 - A estrutura em times

Se antigamente as equipes de e-sports eram simplesmente um grupo de amigos que se juntava para competições, hoje, muito devido ao profissionalismo já citado, tudo gira em torno das “organizações”. Equipes como a européia Fnatic, por exemplo, já possuem line-ups para os mais diversos jogos, como League of Legends, Dota 2, Battlefield e CS:GO. Isso faz com que tenhamos a ideia de torcedor, algo fundamental para o sucesso de muitos esportes coletivos, também nos e-sports. Já é possível ver até mesmo um “fanatismo” surgir em casos como a equipe Team Solo Mid, de League of Legends, na qual a torcida grita a plenos pulmões “TSM” toda vez que a equipe se sobressai em algum momento da partida. Isso, além de trazer algumas sadias rivalidades, traz mais emoção para as competições, algo que só traz contribui para o espetáculo.

3 - Jogo em constante evolução

Esportes tradicionais raramente mudam, mesmo quando essas mudanças são claramente benéficas para todos os envolvidos. No futebol, voltando mais uma vez como exemplo, tivemos o recente caso das câmeras no gol, que são instaladas com o intuito de saber se a bola entrou ou não na meta adversária. Essa mudança, que claramente trouxe benefícios irrefutáveis como pôde ser visto na Copa do Mundo desse ano, demorou anos para ser instaurada devido a um certo “protecionismo” com as regras originais do esporte.

Os e-sports, entretanto, estão em constante mudança, o que além de muitas vezes fazer o jogo evoluir como um todo, faz com que os times estejam em um constante estado de adaptação. Jogos como League of Legends, que teve mudanças na jungle pra essa temporada, Dota 2, que teve seu mapa alterado, e Hearthstone, sempre com novas cartas chegando, obrigam as equipes (ou indivíduos, no caso do TCG da Blizzard) a se adaptarem constantemente. Isso é muito benéfico por dois motivos: primeiro porque temos um jogo que está sempre nos surpreendendo e trazendo coisas novas, algo que atrai  e motiva o público a acompanhar essa evolução, segundo porque essa característica muitas vezes impede, ou ao menos dificulta fortemente, a existência de um time “imbatível”, pois a cada mudança feita não se sabe se tal equipe conseguirá se adaptar para chegar ao mesmo nível que outrora tivera.
A mudança no mapa do Dota 2 alterou diversos aspectos do jogo (na imagem vemos o objetivo chamado Roshan, que teve seu lugar alterado)

2 - Uma forma de se relacionar

Isso, na verdade, é uma característica comum a qualquer esporte, mesmo os que não são coletivos, já que o esporte une as pessoas em prol de um interesse comum e muitas vezes são uma ótima forma de fazer amizades. Mas é inegável que, apesar da comunidade altamente tóxica em alguns momentos, esse efeito é muito maior no cenário dos esportes eletrônicos. O motivo? Você nem sempre achará alguém para jogar tênis ou um grupo de pessoas para jogar futebol contigo, já nos e-sports essas pessoas estão a apenas um botão de alcance.
Aliando-se isso a uma base de usuários que cresce em números assombrosos, temos uma excelente forma de conhecer pessoas e até mesmo fazer amizades dentro desses jogos (eu mesmo já fiz alguns amigos na vida real devido a jogos como Dota por exemplo). Isso faz com que haja uma quebra no famoso preconceito de que os jogos eletrônicos em geral são “solitários”, atraindo ainda mais público para eles.

1 - Diversão!

Ok, ok. Depois de visitar nove diferentes motivos para uma possível vitória dos e-sports sobre seus irmãos tradicionais, vamos ser francos: nada disso faria diferença alguma se os esportes eletrônicos não fossem divertidos como os normais. Se nos outros itens você pode não ter concordado comigo, nesse você certamente irá: os e-sports são sim muito divertidos (mesmo que às vezes sejam estressantes) e isso é fundamental para esse crescimento que tem tudo para continuar por um bom tempo. Agora vocês me dão licença, pois tenho algumas partidas de LoL para jogar antes que a noite termine.
E para você, algum dia os e-sports serão maiores que os esportes comuns? Não concorda com algum item da lista ou tem algo a acrescentar? Não deixe de comentar!
Revisão: José Carlos Alves
Capa: Felipe Araujo 

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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